04/06/2012

Falta de manutenção dos jardins do Pr.Real, Pç. José Fontana e Arco do Cego

Exmo. Sr. Presidente da CML
c/c Exmo. Sr. Vereador Sá Fernandes e Exma. Sra. Presidente da AML


Vemos com permanente preocupação o estado de degradação dos jardins de Lisboa, mesmo depois das “reabilitações” de que alguns têm sido alvo, independentemente da má qualidade e polémica que, amiúde, lhes estão associadas.

O que está aqui em causa é a ausência de manutenção regular e apropriada, incluindo vigilância e acções conexas com a manutenção ipsis verbis.

Exemplificando:

1. Cruzar o jardim do Arco Cego às 19:00h de um vulgar dia de semana revela um relvado em muitos locais careca, degradado, absolutamente imundo porque pejado de beatas, fezes de cão, papéis, centenas de copos de plástico da cerveja vendida nas redondezas a jovens que ali se alcoolizam e por vezes brigam, restos de fogueiras, garrafas de cerveja (muitas partidas), bancos e mobiliário encardidos e grafitados, paredes (as que restam da saudosa estação dos eléctricos) igualmente grafitadas, papeleiras cheias a transbordar, algumas plantas em mau estado.

Por estas razões, não é de admirar que os moradores sejam cada vez menos vistos no jardim, conquistado por grupos de jovens com comportamentos manifestamente desadequados e mesmo desviantes, incluindo o tráfico e consumo de estupefacientes Sabemos que a PSP faz incursões frequentes no jardim, mas parece evidente que a sua acção, sem dúvida importante, é complementar à acção inexistente de manutenção e de vigilância municipais; igualmente se pergunta como é possível a venda a copo de cerveja por cafés das redondezas (e até independentemente da idade dos clientes), após os exemplos desastrosos de Santos e do Bairro Alto.

2. Cruzar o jardim da Praça José Fontana, sujeito a uma pressão particular devido à escola secundária fronteira, igualmente durante um vulgar dia de semana, revela um cenário desanimador, em especial sabendo que o local foi “reabilitado” recentemente: a sujidade é abundante, a vegetação parece desalinhada e degradada, o piso terroso e sujo evidencia as mesmas fragilidades e inconvenientes amplamente demonstradas no infeliz Jardim do Príncipe Real.

3. Também sobre o Jardim do Príncipe Real há notas negativas: o estado angustiante do local nos últimos dois anos parece ter levado, finalmente, ao bom senso de acautelar fisicamente os canteiros, embora de modo desastrado, com precárias estacas de madeira unidas por cordas brancas em vez de robustas e discretas guardas metálicas verdes.

Por outro lado, nos dias de feira, é do mais elementar bom senso programar acções de vigilância preventiva por parte da Policia Municipal e recolha de lixo a meio e final de cada dia. Deste modo se evitaria o deprimente espectáculo de lixo abundante no chão e em cestos e papeleiras a transbordar ao fim de domingo e durante toda a segunda feira, já que nem mesmo no início do segundo dia de feira há limpeza.

Estes exemplos fazem-nos pensar que os investimentos feitos rapidamente são anulados pela depreciação dos locais devido à ausência de um esforço consistente de manutenção e vigilância, quer educativa quer repressiva.

Ficamos ao dispor da CML para discutir em reunião estas questões.

Nuno Caiado, Luís Marques da Silva, António Branco Almeida e Fernando Jorge

2 comentários:

  1. Os investimentos feitos pela digníssima CML servem principalmete para os de lá se "orgulharem" de ter reabilitado locais que se encontravam em estado miserável, mais nada.

    Passado muito pouco tempo e estando tudo entregue à bicharada, esses locais regressam ao primitivo estado miserável e assim sucessivamente.

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  2. Quando o Jardim do Príncipe Real foi reabilitado uma das objeções foi ao pavimento dos caminhos e nessa altura foi-nos afiançado que com o uso o areão ficaria mais compacto e sólido. Tal não é verdade: ainda este fim-de-semana fiquei com os sapatos brancos de pó e havia nuvens e levantarem-se do chão e formam-se já buracos.
    Mais uma confirmação que os protestos tiveram cabimento. Reconheçam-no!

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