01/02/2014

Palácios de Lisboa - 1 - Palácio Nacional da Ajuda 01/02/2014

Aspecto do pardieiro em que se tem vindo a transformar a fachada tardoz do Palácio Nacional da Ajuda, uma das últimas residências permanentes da Família Real portuguesa

Arcos de mármore que dariam solenidade ao pátio do PNA

Servem hoje para quase tudo, arrumos, estacionamento, pombal, armazém de guaritas, lixeira. Palácio Nacional da Ajuda

Estacionamento selvagem, a maioria são carros oficiais. Arcos que dariam para antigas galerias. O projecto ficou inacabado. Isso é do conheciomento público. Mas também é verdade que no tempo de D.Maria Pia exisitia uma estrutura em ferro e vidro que permitia o fecho do Palácio. Sacrificada, entre outras coisas, pelo alargamento da Calçada da Ajuda. Desde então, a ninguém incomoda o aspecto lúgubre de um dos mais importantes palácios portugueses

Entre escolhas faraónicas em Belém e Pedrouços, não houve nenhum senhor político que tivesse a visão ou a coragem de exigir que se concluísse o fecho da Ajuda. Quem desce a Calçada depara-se com esta terrível chaga urbana.

Guaritas, escorrências de décadas de indiferença e de porcaria. Os pombos montaram morada no Palácio Nacional da Ajuda

Esta imagem já deu a volta ao mundo. Já foi reportagem da BBC,. Já todos a conhecemos. E nada acontece. Janelas abertas para o vazio em que se vive a defesa do património em Portugal

Apetece acrescentar um "des" ao governo de Portugal. Placa que ladeia a porta por onde entra, todos os dias, o secretário  de estado da cultura. Convive diariamente com uma ruína e mesmo assim, não se deixa interpelar pelo seu testemunho mudo de coisa esquecida, podre e avilltada.

Uma DG que serve para quê? Placa que ladeia a mesma porta. Por ela entraria a directora-geral, Isabel Cordeiro, sempre certa do dever cumprido, demissionária que está. O que não espanta ninguém. Dirigir uma DG que tutela o património português, é um cargo muito próximo do redundante. 

Galeria inacabada da Ajuda é hoje um parque de estacionamento de viaturas oficiais. Em cima da calçada, cortando a perspectiva do pátio, poluindo e danificando o mármore de que são feitas as cantarias, os arcos, as colunas.

Dir-se-ia que nasce uma fonte. Escorrências que cobrem por inteiro as juntas das colunas de mármore.

Não há nenhum aviso sobre esta obra. Sabemos que é obrigatório afixar avisos informativos. Esta obra no PNA, onde tem a sua sede a SEC e a DGPC, está a ser feita, aparentemente, sem se saber para quê, o que é, quem a ordenou. 

Aspecto do muro de sustentação do Jardim das Damas. Este jardim, disseram-nos que tinha sofrido uma intervenção.  o tratamento dado deve ter sido tal que contiunua selado ao público.

Mirante do Jardim das Damas. Estas janelas estão sempre abertas como se em Lisboa não houvesse estações do ano. O que não há com certeza é brio para dizer a algum funcionário que lá vá fechar as ditas.

Aspecto tenebroso da fachada tardoz do Palácio Nacional da Ajuda. A desfaçatez com que os vários habitantes do PNA,  actual SEC e DGPC, contemporizam com este estado de coisas, é um ultraje. Partirão do princípio que ainda não estarão reunidas as famigeradas "condições políticas" para agirem. Como os lugares deste género são ocupados por uma população em eterno estado de migração, também, nenhum se sente chamado a intervir. Não faz sua a coisa pública.
Já houve projectos, um até do atelier do Byrne, já houve pedidos, já houve reuniões, já houve gente indignada, já houve de tudo, mas a óbvia conclusão do fecho do palácio nunca aconteceu. Perde o país e nós com ele.

7 comentários:

  1. Em 40 anos desde Abril gastou-se tanto e pediu-se muito dinheiro.
    Muita gente indevidamente ganhou muito dinheiro de forma exagerada.
    Empresários, patos-bravos, simplórios, farsantes e bem falantes, autarcas, deputados polivalentes, etc.
    Entrou muito dinheiro via estrangeiro.
    Nem sabemos quantos estudos existem de pessoas sérias e bem intencionadas que queriam completar de forma actual,moderna e adequada o Palácio.
    A nossa indiferença e a falta de sentido crítico, construtivo, deixou que Presidentes, Presidentes de Câmara e muitos responsáveis políticos manter umas ruínas.
    Quantas discussões se fizeram à volta do Palácio.
    É triste a nossa sina.
    E ainda há quem fale do nosso "Império".
    Levemos a discussão à opinião pública e à Assembleia da República.

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  2. Escândalo nacional, sendo mais irónico o facto de lá se encotnrar serviços do Estado, nomeadamente da da Cultura.
    Excelente tema para uma notícia nos principais canais de televisão. Para despertar as mentes do povo...

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  3. Filipe Cunha Leal10:00 da tarde

    Reclamam, mas estou curioso de ler a vossa reacção quando se avançar para a resolução deste problema.

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  4. Ricardo Tavares4:02 da tarde

    "Já houve projectos, já houve gente indignada, já houve de tudo", só não houve dinheiro e tolerância pela opção escolhida, essa, nunca vai haver.

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  5. reagindo ao ultimo comnetario:

    O que se fez nao foi uma reclamacao

    se o projecto for bom, acautelando a diginidade e impotancia historicas do PNA, que tipo de reaccao é que pensa que se pode ter? Aplaudir e andar para frente.

    O que se frisou foi o estado calamitoso em que se encontra o PNA e o tempo gasto sem se chegar a nenhuma solucao.

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  6. reagindo ao ultimo comnetario:

    O que se fez nao foi uma reclamacao

    se o projecto for bom, acautelando a diginidade e impotancia historicas do PNA, que tipo de reaccao é que pensa que se pode ter? Aplaudir e andar para frente.

    O que se frisou foi o estado calamitoso em que se encontra o PNA e o tempo gasto sem se chegar a nenhuma solucao.

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  7. Às vezes pergunto-me se os comentadores lêem o que se publica. . .

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