In Público (1/7/2006)
João Pedro Henriques
"Terá 105 metros de altura. Um hotel. Setenta apartamentos. Mesmo ao lado do Sheraton. A vereadora do Urbanismo já o discutiu com urbanistas e oposição
O prédio do Hotel Sheraton, em Lisboa, poderá dentro de alguns anos deixar de ser o mais alto do centro de Lisboa. Anteontem, a vereadora do Urbanismo na câmara da capital, Gabriela Seara, reuniu-se com arquitectos - entre os quais Helena Roseta, presidente da respectiva Ordem -, vereadores da oposição e outras personalidades da cidade, discutindo nessa reunião o chamado Prédio Compave. A apresentação deu-se no âmbito de uma discussão sobre a construção em altura em Lisboa e a forma de planificar esse crescimento, sendo este o "caso de estudo" apresentado. O prédio terá, se algum dia for construído, 105 metros de altura - mais dois andares que o Sheraton - e será erguido mesmo ao lado do hotel, quase em frente à Maternidade Alfredo da Costa. A sua vizinhança face ao Sheraton poderá, pela primeira vez, configurar na cidade (e à sua proporção) uma situação urbanística tipo "torres gémeas". O arquitecto é o catalão Ricardo Bofill, autor do Atrium Saldanha, sendo Armando Martins, do grupo Fibeira - que o PÚBLICO tentou ontem, em vão, contactar -, o promotor imobiliário. O edifício terá um hotel e 70 apartamentos para habitação. A sua aprovação poderá implicar alterações ao PDM, que só permite, por norma, prédios com altura máxima de 25 metros, embora admitindo situações de excepção, por exemplo quando se tratam de edifícios de autor.
Fontes Pereira de Melo cresce em altura
O licenciamento do Prédio Compave acontecerá no quadro de um trabalho de planificação geral do crescimento em altura da Avenida Fontes Pereira de Melo. O instrumento legal deverá ser um plano de pormenor, que envolverá não só a avenida como as zonas adjacentes - e não, como está acontecer na Avenida da República, um simples Plano de Alinhamento e Cérceas, que estabelece, prédio a prédio, os que são autorizados a crescer e os que não são, mas sem planear, pelo menos em simultâneo, a adaptação da cidade (por exemplo, no tráfego automóvel) ao crescimento da oferta em termos de escritórios, habitação e comércio. As zonas da Avenida da República e da Fontes Pereira de Melo - o eixo que liga Entrecampos e o Marquês de Pombal - foram definidas em 2003, num estudo conduzido por Augusto Mateus (ex-ministro da Economia e actual membro do comissariado que planeia a revitalização da Baixa-Chiado), como tendo condições para se tornar um dos principais centros de negócios da cidade. Foi fundamentado nesse estudo que a Câmara de Lisboa elaborou o Plano de Cérceas da Avenida da República."
Trata-se de um projecto do arquitecto Boffill, chamado "Edifício COMPAVE" (click em "Mapamundi" e, depois, em "Portugal"), de 2001. Atenção: a imagem poderá dar a ideia errada que o edifício teria a mesma altura do do Imaviz, mas não, terá o dobro!!
PF
Não consigo entender, se este promotor, sabe o que faz, nao sabe o que anda a fazer ou mesmo o que é um PDM!!!!!
ResponderEliminarDeem lhe os 105 metros, que bem a moda portuguesa em qualquer buraco vão querer enfiar 200 pisos.
Qual plano de cerceas qual quê!!
Qual indice????
Qual estrategia???
E o IPPAR não fala????
O plano de alinhamento de cérceas refere que nos cruzamentos entre ruas/avenidas os edifícios possam crescer em altura. Ao longo das avenidas mantém os 25m. Por outro lado o edifício Compave (105m) parece bem mais interessante do que o Imaviz (75m) e o Sheraton (96)m. Porque razão Lisboa não pode ter algumas torres de qualidade? O problema das torres construídas em Portugal até hoje foi a falta de qualidade, e não o facto de serem torres. Felizmente existem bons exemplos, como as torres S. Gabriel e S. Rafael por cima do C.C Vasco da Gama. Cada uma tem 110m. Acham que destroiem a paisagem? Eu acho o contrário...
ResponderEliminar1.º Não sou fundamentalista contra as torres e tendo em conta o pouco espaço disponível em Lisboa, são uma boa solução.
ResponderEliminar2.º O problema é como se concilia com o sucessivo desrespeito dos já poucos vestígios de arquitectura anterior ao sec XX em Lisboa, com o contyínuo esvaziar da parte antiga com o alargar da mancha urbana, em que se constroi para fantasmas.
3.º Como é que fica o alinhar de cercas da AV. República?
Existem bom exemplos de torres em Portugal (S. Gabriel e S. Rafael) e temos de começar a pensar que Portugal não são os EUA e por isso as áreas urbanas não podem aumentar mais. Há que construir em altura.
ResponderEliminarO problema é quando se destroem as avenidas portuguesas, eliminando os ultimos vestigios de arquitectura dos seculos anteriores, transformando-nos em países iguais aos outros, sem distinções.
O Parque das Nações é uma zona nova, logo podem fazer as experiencias que quizerem.
No centro da cidade é que há que ter cuidado.
No entanto, as avenidas novas de lisboa (av republica/saldanha) já não se parecem com nada. Porque não fazer a torre? A ver se conseguimos ter um centro financeiro á escala europeia.
De qualquer forma não sei como se vai compatibilizar com o plano de cérceas e como se vai compatibilizar um novo acrescimo de carros e pessoas a uma zona já saturada.
A transformação da Av. da República em CBD (central business district) é uma boa ideia de aproveitamento de sinergias já implantadas, mas levanta problemas de futura conservação dos ultimos exemplares de construção original da zona.
ResponderEliminarÉ quase utópico, mas deveriam de ser demolidos alguns edificios, em bom estado, mas de qualidade duvidosa, nada diferentes dos construidos nas areas suburbanas, mas com objectivo de aliviar a pressão sobre edificos amis antigos e de melhor qualidade.
Por outro lado, o CBD lisboeta poderia ser planeado e construido noutras zonas, como Parque das Nações e envolventes, Miraflores, Margueira, entre outros, onde se pudessem construir outras infra-estruturas que um CBD necessita (grandes estacionamentos, terminais e interfaces de transportes e amplas praças públicas desanuviantes, de forma a atenuar a presença de grandes edificios.
O Compave (105m) tem mais 35m do que o Imaviz (70m), isso não pode ser considerado o dobro, lol
ResponderEliminaro problema é serem destruídos palacetes antigos. Quanto ao facto de lá irem construir uma torre não me choca mais do que um edifício de 8 ou 9 andares. Nessa mesma avenida existem edifícios que respeitam o PDM, e que estão pior inseridos. Ao lado da Sede do Metro existe um com uns 8 andares, e com uma parede cega horrível virada para o palacete. Mas nesse ninguém repara, porque cumpre a cércea do PDM, só que na verdade o seu efeito é bem pior que por exemplo os 100m sheraton, etc. Pontualmente não vejo problema na introdução de torres altas na cidade, desde que não as façam no bairro-alto/baixa/alfama.
ResponderEliminarJá agora uma torre com 150 mt o que é muito mais interessante que a torre da compave, mas no Terreiro do Paço.
ResponderEliminarAcho sinceramente que deveria ser construída a torre Compave e outras mais altas até. Portugal tem que deixar de ser considerado o "quintal" da Europa, visto pelos estrangeiros. Apenas é bom ter em consideração o lugar da construção em altura, lógico que não iriamos construir arranha-céus na baixa, mas acho que a Av. Republica, Av. Fontes Pereira de Melo e zona da Expo, são bons lugares pra se construir este tipo de prédios.
ResponderEliminarJá agora e para os fundamentalistas anti-arranha-céus, anti-modernismo e conservação dos prédios antigos e palacetes, olhem por exemplo para a Av. Duque de Loulé e grande parte da baixa lisboeta, aqueles prédios velhos a cairem de podre, preocupem-se com esses e deixem os outros cosntruirem em altura e modernizar a cidade a nivel europeu e até mundial.
É melhor ter torres de qualidade tal como a compave com 30 andares ou mais de que ter os verdadeiros mamarrachos feios de 8 0u 10 andares como em toda volta de lisboa. Chegou a altura de ter orgulho no nosso pais.
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