Director municipal pediu suspensão de funções
In Jornal de Notícias (19/12/2006)
Ana Fonseca
Projecto de Marvila continua polémico agora com o alegado envolvimento do director de Gestão Urbanística
"O director municipal de Gestão Urbanística da autarquia lisboeta, sócio do ateliê que assinou o loteamento de Marvila, pediu suspensão de funções, disse ontem o presidente da Câmara Municipal. À margem de uma conferência de imprensa, nos Paços do Concelho, Carmona Rodrigues garantiu ainda ter solicitado ao departamento jurídico municipal esclarecimentos sobre a eventual incompatibilidade de funções daquele técnico.
O caso foi espoletado na sexta-feira pelo vereador eleito pelo Bloco de Esquerda (BE). José Sá Fernandes alertou para a existência de "indícios graves de tráfico de influências na aprovação do empreendimento da LisMarvila, na zona em estudo para a passagem do TGV. Em causa está, de acordo com o autarca as alegadas ligações de Pires Marques - actual director municipal de Gestão Urbanística - com a firma de arquitectura responsável pelo polémico projecto.
Eduardo Pires Marques confirmou ao jornal "Público" ter despachado o processo à vereadora responsável pelo Urbanismo, Gabriela Seara, sem lhe dar conhecimento das relações que tinha com o projectista contratado pela LisMarvila, promotora imobiliária. A vereadora, por seu turno, já tinha garantido que Pires Marques havia suspendido as funções no ateliê de arquitectura desde que é director municipal e que "nunca apreciou projectos dessa mesma empresa".
Na sequência destes acontecimentos, o PS pediu a demissão do director de Gestão Urbanística, enquanto o PCP e o BE exigiram ontem a abertura de um inquérito para apurar o alegado envolvimento do responsável municipal na aprovação do loteamento. João Almeida, do CDS-PP diz aguardar explicações sobre o assunto na próxima reunião de Câmara.
Carmona Rodrigues e o vice-presidente, Fontão de Carvalho, convocaram a conferência de imprensa para anunciarem que a a Moody's - uma empresa internacional de rankings - classificou as finanças camarárias com o nível Aa2. A mesma classificação, adiantou Carmona "da atribuída às finanças da República Portuguesa". De acordo com o chefe do Executivo lisboeta, a Câmara "tem credibilidade financeira e o caminho é sólido, sustentado e seguro".
PF
Sem comentários:
Enviar um comentário