Os nomes das ruas e praças de Lisboa têm uma história diversificada e interessante. Há estudiosos que se têm dedicado seriamente a esta temática. É a toponímia.
Nalguns casos, a maioria, o nome da rua tem a ver com ocupações ou existências antigas – e o Povo de Lisboa referia-se-lhes de modo bem popular, por vezes até alterando palavras. Consagrada a designação, aí temos o Roteiro a perpetuá-la. Por exemplo a Bela Flor, a Buraca, as Amendoeiras.
Nas fotos que aí ficam, retiradas do blog ‘LMCLisboa’, pode ver alguns casos verdadeiramente históricos: são autênticas consagrações de «glamour». Olhe as fotos e reflicta nas homenagens que aí Lisboa presta aos seus heróis… Mesmo quando o faz de modo aparentemente demasiado íntimo, como é o caso do Pátio do Prior… o qual era o Prior do Crato, o Rei de Portugal. Mas na boca do Povo e depois nas placas ficou só isso: «o Prior». «O» – como se não houvesse outro. Bom sinal para o Prior do Crato.
Rua Nova do Almada: a primeira!
Deixo para o fim este exemplo que é a Rua Nova do Almada (foto antiga do blog ‘Sanchesjosé’), por acaso, a rua onde trabalho. Quem era afinal este Almada? Nada menos do que um Presidente da Câmara de Lisboa – do século XVII. E como e por que é que o seu nome aqui veio parar? Simples: Lisboa, pela deliberação do seu Senado (na altura era assim), quis honrar aquele que teve a visão «larga» de construir um arruamento importante que ligava a Baixa à colina. Um rasgo.
Refiro aqui a Rua Nova do Almada por uma razão forte: esta foi a primeira deliberação conhecida da CML de então sobre toponímia – é a primeira rua com nome oficial e não apenas popular. Mas segue a mesma estrutura dos nomes populares: «o Almada» era o presidente do Senado, Fernandes de Almada, mas aqui oficialmente tratado com intimidade…
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