"A número dois da lista do CDS-PP às eleições em Lisboa, Teresa Cairo, envolveu-se hoje numa polémica com o PNR e o PND sobre democracia e «negociatas» durante um debate entre as doze candidaturas à câmara.
Durante o debate promovido pela Associação Sol e Anoitecer, marcado para as 15:00 e que se prolongou para lá das 18:00, o último suplente da lista do Partido da Nova Democracia (PND) propôs-se acabar com as «negociatas» na Câmara Municipal de Lisboa.
«Esta corrupção já chega. Desmintam-me se o que eu digo é mentira», declarou Paulo Marques, afirmando-se contra o sistema.
Como exemplos, referiu «contratos de prestação de serviço» celebrados com os dirigentes do CDS-PP João Almeida, «no valor de mil contos por mês», e a quinta da lista do partido às eleições de 15 de Julho, Maria Orísia Roque, «de 500 contos por mês».
Pouco depois, o cabeça-de-lista do Partido Nacional Renovador (PNR), José Pinto Coelho, apresentou-se como o verdadeiro e único candidato «independente deste sistema» e defendeu «uma cidade cada vez mais segura», alegando que «a segurança é a preocupação número um dos lisboetas».
Pinto Coelho aproveitou o debate sobre questões autárquicas para contestar «políticas irresponsáveis de porta aberta» à imigração e pedir um «agravamento das penas» de prisão, entre outras medidas.
A propósito da «marcha do orgulho gay» que se realizou hoje em Lisboa, disse que a cidade «não precisa de arraiais gays, precisa de polícia equipada na rua».
Logo a seguir, Teresa Caeiro teve a palavra e criticou os «epifenómenos extremamente populistas, demagógicos que levaram os dois oradores antecedentes a uma situação de extremismo».
A candidata do CDS-PP alertou para o «florescimento de movimentos muitíssimo perigosos».
«Tive a sorte de crescer em democracia mas não a tomo nunca como um dado adquirido», sublinhou, protestando contra «as afirmações e o grande gesticular com que foram lançados anátemas sobre tudo e todos, sem provas».
Ouviram-se então apartes na assistência, de um homem que na fase das questões aos candidatos se identificou como António Carlos mas não disse se era membro do PNR, embora tenha apoiado os nacionalistas.
Levantando-se para dirigir uma pergunta a Teresa Caeiro, António Carlos perguntou-lhe se «a responsabilidade pela situação da câmara é dos nacionalistas» e acusou-a de «tentar manipular assembleias».
«Identificou-se com a democracia. A concepção de democracia é tal que legitima que se dirija ao povo aqui reunido apelando a que esteja atento ao que considera discursos demagógicos e populistas. Não será isso uma manipulação subtil recorrendo a extremismo verbal?», questionou.
«Não actuou aqui recorrendo a um medo que eventualmente levaria uma parte das pessoas a colocar-se do seu lado? Saio com um protesto», rematou, sem querer ouvir a resposta da candidata do CDS-PP."
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