In Público (11/7/2007)
Andreia Sanches
«Câmara deve envolver-se mais na luta contra a doença, defendeu candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda
1? habitante é quanto a Câmara Municipal de Lisboa deveria gastar com a saúde dos lisboetas, diz Sá Fernandes
a São 90 degraus de madeira até ao 4.º andar. São 90 degraus que José Sá Fernandes sobe sem ficar propriamente cansado, mas que para um doente com sida, "debilitado e fragilizado", constituem uma barreira que pode ser intransponível. Por isso, alguns infectados com o HIV são atendidos no café da rua, explicou ontem Maria Eugénia Saraiva, presidente da direcção da Liga Portuguesa Contra a Sida. A escadaria foi, contudo, apenas uma das razões que levaram a psicóloga clínica a convidar o candidato à Câmara de Lisboa apoiado pelo BE a visitar o Centro de Atendimento e Apoio Integrado da liga na capital.
As instalações do centro são pequenas. E se há 17 anos serviam, hoje - quando 350 pessoas por ano são atendidas, de acordo com os números ontem apresentados - já não chegam. É à câmara que a liga tem pedido um espaço alternativo. Sem resposta. "Estou solidário com vocês", disse Sá Fernandes. No final do encontro, defendeu mesmo que o município devia dedicar 500 mil euros do seu orçamento anual à saúde.
"Dá um euro por habitante, supondo nós que temos 500 mil habitantes em Lisboa. Não se trata de pôr mais dinheiro: é tirar do orçamento da câmara 500 mil euros para as questões da saúde, como a sida, ou a obesidade...", explicou.
O combate contra a sida, em especial, justifica o empenho camarário, sustenta o candidato. Comparado com outros países da Europa Ocidental e Central, Portugal bateu, em 2005, o recorde dos novos diagnósticos de HIV. "Acho que a câmara deve envolver-se, ao contrário do que aconteceu no passado, na luta contra este problema, através da cedência de espaços e da promoção da prevenção", por exemplo.
Eugénia Saraiva lembrou que um acordo com a Segurança Social depende da mudança de instalações, porque as actuais não cumprem os critérios. Casa de banho, por exemplo, só há uma, usada por homens e mulheres, técnicos e doentes.
"Há muitas coisas que têm de mudar na câmara e uma das coisas é saber a quem devem ser atribuídos os vários equipamentos que ela tem", disse Sá Fernandes. E prometeu ficar atento. »
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