In Público (4/7/2007)
Ana Henriques
«A mais recente lista de intenções para o recinto inclui teatro e outros géneros de espectáculos, galerias e restaurantes
Primeiro queriam escritórios, habitação, teatros e cinemas. Passados sete anos sobre a época em que o socialista João Soares governava a cidade, afinal já são só e apenas equipamentos de lazer aquilo que os homens do PS querem agora ver no futuro Parque Mayer, em Lisboa.
Na última campanha eleitoral também não era nada disto: o candidato socialista à câmara, Manuel Carrilho, prometeu o prolongamento do Jardim Botânico para este espaço caso ganhasse as eleições.
Ontem coube ao cabeça de lista do PS António Costa e ao seu "número dois", o arquitecto Manuel Salgado, apresentar a mais recente lista de intenções para o decadente recinto: espectáculos de dança, teatro, galerias, restaurantes. Tudo tirando partido da proximidade do Jardim Botânico e da Avenida da Liberdade, locais que devem ser ligados ao Parque Mayer.
Projectos megalómanos é que não, disseram a uma voz Costa e Salgado. "O plano de Frank Gehry já foi", admitiu Manuel Salgado, numa referência ao arquitecto pago a peso de ouro pela autarquia para projectar a revitalização do local na altura em que Santana Lopes e Carmona Rodrigues geriam os destinos da autarquia.
Em 2002, não eram apenas actividades de lazer que o agora "número dois" de António Costa e possivelmente futuro vereador do Urbanismo preconizava para o Parque Mayer. "Incluam-se espaços para escritórios e habitação", defendeu num artigo de opinião, ao mesmo tempo que explicava que o teatro de revista tinha morrido, pelo que não valia a pena ressuscitá-lo. Ontem, o candidato a presidente de câmara pelo PS foi mais cauteloso e disse que devem ser os agentes culturais a decidir que tipo de actividades ali devem ter lugar: "A câmara não deve ter uma política de gosto e dizer se se representará Shakespeare ou se se fará teatro de revista."
Quanto ao projecto, tenciona lançar um concurso de ideias. "Daqui a dois anos, não teremos seguramente o projecto de reabilitação concluído, mas teremos seguramente muita coisa já a mexer e alguns equipamentos já a funcionar", prometeu, recordando os tempos em que ali ia "andar de carrinhos de choque e jogar matrecos". Mesmo que o negócio que deu à Câmara de Lisboa a posse do Parque Mayer seja considerado inválido pelas autoridades, será sempre a autarquia a definir o uso deste espaço, frisou ainda o candidato.
Segundo Manuel Salgado, aos futuros equipamentos de lazer juntar-se-ão espaços verdes - "e não parques de estacionamento em tudo o que é subsolo" -, uma vez que se pretende estabelecer uma continuidade com o Jardim Botânico. »
He, he, é isso mesmo... andam à nora, na perspectiva de, qual saco de gatos, aterrarem num novelo sem saberem onde pára o fio da meada, se entre a «classe artística», se entre o verde e o ar puro das árvores, se entre os barracões de farturas e piadinhas, se entre os gurús da arquitectura contemporânea, se o melhor mesmo é rezar para o negócio seja declarado nulo e assim, quiçá, siga tudo como dantes... Por aqui se vê o tal de «rigor».
Caro paulo Ferrero,
ResponderEliminarPara quem andou a encomendar pistas de skates no parque mayer, não devia falar muito mais... he he he (estou só a gozar).
Parece-me relevante sublinhar um pormenor, ao lado do qual passa a notícia: o entendimento do Costa de que o negócio com a Bragaparques não é válido.
Touché! Eu sou completamente contra Les Halles na Avenida ... mas os rapazes são jovens e não sabem, deixemo-los sonhar...
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