In Dn - Filipe Morais
A comunidade chinesa não está contra a criação de uma chinatown em Lisboa ou mesmo num concelho limítrofe. Apesar da polémica criada em torno das declarações da ex-vereadora da Câmara de Lisboa Maria José Nogueira Pinto, são os chineses a afirmar que a questão da discriminação não se coloca. Quem não concorda é António Costa, o líder do executivo municipal (PS), que ontem classificou a ideia de "estranha".
Choi Man Hin, presidente da Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chineses, disse ontem ao DN que está a recolher opiniões junto de comerciantes e empresários chineses para conhecer a sua posição face à criação de uma chinatown, mas avança já que "é uma ideia boa. Muitas cidades modernas em Inglaterra, Estados Unidos e no Canadá, por exemplo, têm zonas assim". O responsável sublinha ainda que uma área destas "seria boa não só para os negócios, mas também para o turismo". Choi Man Hin refere ainda que "os negócios podem desenvolver-se mais pelo facto de estarem todos juntos na mesma zona, tal como os antiquários em Lisboa estão concentrados".Quanto à localização, o gestor prefere não fazer qualquer sugestão: "Tudo depende do planeamento que possa ser feito pelo Governo e pela Câmara Municipal de Lisboa, porque uma zona que seja pobre, actualmente, pode vir a ser uma zona rica", afirmou, referindo-se ao exemplo da cidade chinesa de Xangai.Choi Man Hin revelou ainda que já trocou "impressões com alguns empresários chineses importantes e estes são também de opinião favorável à criação da chinatown.
Sobre a discriminação, de que Maria José Nogueira Pinto foi acusada pelo Bloco de Esquerda (BE) e pelo SOS Racismo, Choi Man Hin diz que "a questão não se coloca. Não estamos de acordo. Se o Governo e a câmara puderem definir uma zona para os comerciantes chineses estarem juntos, então isso é bom", defendeu.
Só que ontem mesmo o presidente da autarquia, António Costa, considerou que a criação de uma chinatown é "absolutamente estranha" no projecto de reabilitação da Baixa- -Chiado. O autarca adiantou que a proposta "não está na agenda da autarquia, nem na agenda de ponderação" e disse também que a primeira vez que ouviu falar da possibilidade foi "não por Maria José Nogueira Pinto mas pela Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chineses", na campanha eleitoral.
Sobre a polémica, o autarca socialista diz que não se devem "misturar as ideias pessoais de Maria José Nogueira Pinto com um projecto relativamente ao qual ela esteve ligada e que pode vir a estar ligada no futuro".
Depois de dar a sua sugestão, Maria José Nogueira Pinto foi acusada pelo BE e pelo movimento SOS Racismo de estar a querer criar um gueto em Lisboa e de querer fazer uma limpeza étnica na cidade. A ex-vereadora reagiu ao DN dizendo que é livre de manifestar as suas opiniões. Nogueira Pinto defende a retirada das lojas chinesas da Baixa e sugeriu o Martim Moniz como hipótese para a criação de uma chinatown.
Essa história está muito mal contada: timing, fonte da coisa, objectivos, etc.
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