In Jornal de Notícias (7/9/2007)
MIGUEL A. LOPES / Lusa
Gina Pereira
«Convite de António Costa foi feito na campanha eleitoral, mas Nogueira Pinto só agora quis aceitar
Maria José Nogueira Pinto, ex-vereadora do CDS-PP na Câmara de Lisboa e responsável pelo comissariado que elaborou o plano de revitalização da Baixa-Chiado, aceitou o convite de António Costa para ficar à frente deste projecto. O "sim" da ex-vereadora foi dado recentemente numa reunião com o presidente da autarquia, mas ainda não está definido quando começa a trabalhar.
"Ainda estamos numa fase de decisão política. Acho que só devo ir quando essa parte estiver resolvida", disse, ao JN, Nogueira Pinto, referindo-se ao facto de António Costa pretender "reapreciar o projecto". Anteontem, durante a reunião pública do Executivo, o presidente da Câmara informou que escreveu à presidente da Assembleia Municipal, Paula Teixeira da Cruz, pedindo-lhe que reenviasse à Câmara o documento, que está há meses para ser apreciado em várias comissões naquela assembleia.
Na campanha eleitoral, Costa defendeu que era "absolutamente prioritário" que o novo executivo "descongelasse" o plano da Baixa-Chiado e considerou "pura politiquice" o facto de ter sido "congelado" na Assembleia Municipal. Agora que mandou o plano regressar à Câmara, Costa não explicou que alterações pretende fazer, mas admitiu "introduzir eventuais correcções".
Uma delas poderá passar pela Circular das Colinas, um projecto que não é consensual por implicar a construção de dois túneis, um deles sob o jardim da Estrela. Nogueira Pinto admite que há "pontos de vista diferentes" em relação a algumas propostas, mas garante que há total sintonia em relação aos sete projectos estruturantes, pelo que decidiu aceitar o desafio que lhe foi lançado na campanha eleitoral.
Contudo, Nogueira Pinto insiste que esta colaboração não significa uma aproximação política. "É um trabalho que faço em circunstâncias especiais por ser Lisboa e por ser um plano de que gosto tanto", disse, explicando que pretende estar à frente do projecto na fase de arranque e de operacionalização, mas não irá trabalhar em exclusivo e nunca mais de dois anos.
O plano da Baixa-Chiado foi elaborado no anterior mandato por um comissariado presidido por Nogueira Pinto e de que fazia parte também o actual vereador do Urbanismo, Manuel Salgado. Foi aprovado pelo Governo, que se comprometeu a ajudar nalguns projectos. »
E pronto, lá voltamos nós ao faz-de-conta. À pompa. Às sociedades. Mais valia que o executivo camarário começasse JÁ a intervir na Baixa e se deixasse de pré-campanha para 2009. Por favor, comece por:
1. Repavimentar a Rua do Ouro e a Rua da Prata!
2. Reforçar a iluminação da Baixa e do Chiado!
3. Intervir junto das lojas e instituições de tradição que estão em vias de acabar - Grémio Lisbonense, gravadores, ourivesarias, relojoarias, retrosarias, etc. Um plano consistente de combate à miserabilização do comércio pode ser começado já!
4. Intervir nos escandalosos casos de especulação que fazem com que os edifícios do antigo Hotel Francforte e da Lanalgo continuem abandonados (quão importante seriam para se repovoar a Baixa)!
5. Colocar para arrendamento os prédios já recuperados pela CML, a começar pelo que faz esquina Rua Ouro/Rua Crucifixo.
6. Reabrir a fonte do topo norte do Rossio!
7. Corrigir o escandaloso desnível do poço de ventilação da placa central do Rossio!
8. Iniciar o projecto de Daciano da Costa para a Praça da Figueira!
9. Reformular a recolha de lixo, sobretudo na Baixa.
10. Reclamar junto do Governo a libertação dos pisos térreos do Terreiro do Paço.
11. Reclamar junto do Governo o restauro do Arco da Rua Augusta e a estátua de D.José, que estão uma vergonha (dá vontade perguntar: tanto hotel novo em Lisboa, para quem ver o quê?).
12. Reclamar junto do Governo o fim das ridiculamente intermináveis obras do Metro!
Só esta dúzia de acções 8simples) bastaria para que a Baixa tivesse um pouco mais de auto-estima!!
Procuram-se tantos exemplos e basta olhar para qualquer centro histórico de cidades espanholas (mesmo as médias)...
ResponderEliminarNão é preciso ir à europa "civilizada" do norte para se encontrarem bons exemplos.
Aliás, até há cidades médias portuguesas, cujos centros se encontram em melhores condições e mais pujantes.
O Centro de Lisboa é o exemplo mais simples da pouca qualidade das pessoas que geriram a Câmara. Tão só. Não é preciso dizer mais.
ResponderEliminarEssa senhora não tem mesmo vergonha...
ResponderEliminarO Arco da Rua Augusta tem algo de estranho.
ResponderEliminarHá cerca de uns meses foi coberto por umas tiras de pano de uma marca de relogios, os panos lá continuam, mas se há obras a verdade é que elas não se notam....
Apreciei particularmenteo inicio dos últimos 3 pontos deste post:
ResponderEliminar"Reclamar junto do Governo"...
"Reclamar junto do Governo"...
"Reclamar junto do Governo".
Quem pode, pode.
Sempre pensei que a gestao das cidades reportava-se aos municipios e respectivos cidadaos, mas neste país parece que há uma cidade onde o Governo Central é visto como uma extensao da Camara Municipal.
Viva Portugal
e se esta sra. fosse bugiar para casa coser meias, ou eventualmente fazer crochet, pois aí estaríamos apenas a pagar-lhe a curtinha reforma que já devería estar a gozar.Tenha vergonha !!!!
ResponderEliminarEm relação ao Arco da Rua Augusta, conta que o mesmo está a ser restaurado sob patrocinio de uma marca de relógios, sendo o restauro curiosamente da responsabilidade do neto do elogoeiro que criou o relógio à 60 anos. Segundo o jornal que publicou esta informação, o relógio deverá estar a funcionar este mês de Setembro. Acho curioso a preocupação com o mesmo nesta altura, o que não sucedeu ao longo dos muito anos em que o relógio não trabalhou, servindo apenas de "enfeite" ao Arco.
ResponderEliminarÉ normal que A. Costa tenha de ir buscar MJNP para a Baixa/Chiado, pois não tem nenhuma visão própria sobre como reabilitar aquela zona.
ResponderEliminarAlém disso, também evita ser o responsável directo pelo atoleiro de tapumes e novos buracos que já se vislumbram no horizonte.