In Notícias da Manhã (7/9/2007)
Diogo Carvalho
«Na última reunião pública da Câmara Municipal de Lisboa, quarta-feira, o vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, afirmou ter “enviado um despacho para suspender a prática de tiro” em Monsanto.
O NM contactou, ontem, ao início da tarde, Carlos Duarte Ferreira, presidente do Clube Português de Tiro a Chumbo, instalado em Monsanto, para obter uma reacção à suspensão da actividade naquele local. No entanto, o responsável rejeitou fazer qualquer comentário, tendo em conta que apenas teve conhecimento da decisão camarária “através da comunicação social”. “Não vou comentar um despacho que não conheço, só o farei quando o tiver em minha posse”, adiantou Carlos Ferreira. Pelo contrário, fonte da edilidade lisboeta afirmou que o “Clube de Tiro de Monsanto foi notificado durante a manhã” de ontem.
O que diz o despacho
No despacho, ao qual o NM teve acesso, a autarquia alfacinha relembra que o então vice-presidente da Câmara, Fontão de Carvalho, comunicou ao Clube Português de Tiro de Chumbo que a concessão do terreno findava “a partir de 13/02/2007”. Tendo em conta que o clube mostrou interesse em prosseguir a sua actividade, a autarquia manifestou-se disponível para analisar um novo projecto que garantisse “não só a descontaminação dos solos, como a ausência de ruído, a segurança e a preservação da natureza”. Contudo, numa notificação datada de 11 de Maio de 2007, a Câmara de Lisboa deu conta que o projecto apresentado pelo Clube de Tiro “foi considerado, pelos serviços Municipais competentes, não reunir a necessárias condições de deferimento”.
Nessa mesma altura, terminaram os três meses dados pela autarquia para que o clube desocupasse o terreno. Assim, no despacho a que ontem tivemos acesso, a autarquia lembra que “o Clube Português de Tiro a Chumbo está a ocupar o terreno cuja concessão findou e que, por mera tolerância, está a exercer a sua actividade sem a existência das condições ambientais exigidas”.
O despacho, assinado pelo edil António Costa e pelo vereador Sá Fernandes, termina, dizendo: “determina-se a suspensão imediata da actividade de tiro na zona em questão e fixa-se um último prazo de 30 dias para o Clube Português de Tiro a Chumbo apresentar um projecto que contemple todas as medias preconizadas pelos serviços da Câmara para o efeito pretendido, de modo a que possa ser apreciada a possibilidade de nova concessão”.
Posição de Carlos Ferreira em Fevereiro
Na edição de 15 de Fevereiro, Carlos Ferreira dava conta ao NM que a Câmara não havia feito “nenhum ultimato” ao Clube de Tiro, apesar de reconhecer os três meses dados pela autarquia para abandonar o espaço de Monsanto. Na altura, o responsável afirmou que a permanência naquele local poderia passar pela construção de uma barreira acústica e de uma vala que permitisse recolher os chumbos. Carlos Ferreira disse ainda encarar a posição da Câmara com naturalidade, pois o respeito pelo Parque Ecológico era prioritário.
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Um pouco de história
O Clube Português de Tiro a Chumbo foi fundado em 1935, como continuação da “Sociedade de Tiro de Lisboa”. Em 1963, o clube transferiu-se para o Parque de Monsanto, uma vez que até essa data estava instalado no Lumiar.
Nas várias vertentes de tiro, os atiradores do clube conquistaram, ao longo da sua história, 50 medalhas de ouro, 20 de prata e 15 de bronze. O ponto alto aconteceu em 1976, com a conquista de uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. »
Não faz mal...há clubes de tiro em Espanha e vamos para lá treinar...
ResponderEliminarSó um acrescento, em 1963 esta zona (Carolina Michaelis) ainda estava por urbanizar e a decisão de tranferir o dito Campo de tiro não causaria os incómodos que hoje apresenta. Mais ainda, quando passou a ser hábito passear pelo Monsanto, para milhares de cidadãos, nos parques do Alvito e Serafina, bem como os passeios de BTT. Já é incomodo que chegue a AE5 atravessar o Parque a meio, cujo ruído permanente se ouve em todo o Monsanto
ResponderEliminarMedalha de ouro em 76 ???????
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