Já se percebera pelo estado de desmazelo em que a cidade se encontra que a Câmara de Lisboa se demitiu há muito das suas funções. Só não se percebera ainda se essa demissão tinha a ver com insensibilidade, indiferença ou desconhecimento crónicos ou um mix de todos eles. Com o rodar dos anos, porém, é-se levado a concluir que, para lá de tudo isso, e ao invés de ser parte da solução, ela é, lamentavelmente, parte do problema.
Em declarações ao DN no âmbito de uma reportagem sobre graffiti ontem publicada, a CML veio dizer, pela voz do vereador Marcos Perestrello, que “não é boa ideia excitar muito os graffiters”. “A intervenção tem de ser feita”, disse, “mas estamos a tentar minimizar o alarido. É preciso fazer as coisas com discrição”. Ou seja: a CML veio dizer, implícita e publicamente, que tem medo de uma eventual retaliação por parte de quantos se entretêm a destruir a cidade, investindo-os de um poder que não têm, não imaginavam ter, nem podem ter.
Com esta política de veludo - que não funcionou em lado nenhum onde foi aplicada -, depreende-se que a CML vai continuar a tolerar o intolerável. Com uma diferença: se até aqui o fizera tacitamente, fechando os olhos - ou nem reparando sequer - e deixando andar, a partir de agora graffiters e derivados têm carta branca para agir sem problemas de maior. Poderá sempre alegar-se que a luta contra os graffiti exige investimentos significativos. Certamente que sim. Mas o cerne do problema não é o dinheiro; é, sim, a atitude - neste caso, a atitude das instituições.
Pelo mundo fora, outras cidades não tiveram qualquer problema em recorrer a intervenções musculadas. Para lidar com o mais básico dos instintos - demarcar o território -, as superfícies vandalizadas são limpas as vezes que forem necessárias e os autores penalizados. Lisboa prefere, pelos vistos, ceder à lei do mais forte, mesmo que esse “mais forte” actue nas margens. Continuamos, portanto, bem entregues.
Em declarações ao DN no âmbito de uma reportagem sobre graffiti ontem publicada, a CML veio dizer, pela voz do vereador Marcos Perestrello, que “não é boa ideia excitar muito os graffiters”. “A intervenção tem de ser feita”, disse, “mas estamos a tentar minimizar o alarido. É preciso fazer as coisas com discrição”. Ou seja: a CML veio dizer, implícita e publicamente, que tem medo de uma eventual retaliação por parte de quantos se entretêm a destruir a cidade, investindo-os de um poder que não têm, não imaginavam ter, nem podem ter.
Com esta política de veludo - que não funcionou em lado nenhum onde foi aplicada -, depreende-se que a CML vai continuar a tolerar o intolerável. Com uma diferença: se até aqui o fizera tacitamente, fechando os olhos - ou nem reparando sequer - e deixando andar, a partir de agora graffiters e derivados têm carta branca para agir sem problemas de maior. Poderá sempre alegar-se que a luta contra os graffiti exige investimentos significativos. Certamente que sim. Mas o cerne do problema não é o dinheiro; é, sim, a atitude - neste caso, a atitude das instituições.
Pelo mundo fora, outras cidades não tiveram qualquer problema em recorrer a intervenções musculadas. Para lidar com o mais básico dos instintos - demarcar o território -, as superfícies vandalizadas são limpas as vezes que forem necessárias e os autores penalizados. Lisboa prefere, pelos vistos, ceder à lei do mais forte, mesmo que esse “mais forte” actue nas margens. Continuamos, portanto, bem entregues.
é tão fácil pedir para se gastar dinheiro. parece que há sempre um imbecil para financiar o orçamento da CML
ResponderEliminare não é o autor do post
ATENÇÃO!
ResponderEliminarCAIXA DE COMENTÁRIOS CONTAMINADA POR fml. FAVOR IGNORAR.
Alguem me consegue explicar porque e que é sequer permitida a venda de tintas a menores?
ResponderEliminarE se fossem pintar as paredes dos papás?
ResponderEliminarA solução passa pela video vigilância de locais como o Bairro Alto e pela identificação dos responsáveis - depois a solução poderia ser idêntica à adoptada em Singapura - vergastadas na praça pública a esses fdp e uns dias presos numa cela com as paredes todas cheias de grafittis nojentos.
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