In Notícias da Manhã (18/2/2008)
«O projecto de revitalização da Baixa-Chiado vai ser apresentado a 5 de Março, em reunião de Câmara, já com algumas alterações que contemplam as propostas feitas pelas comissões municipais que deram parecer sobre o documento. A proposta de revitalização da Baixa-Chiado, patrocinada por Maria José Nogueira Pinto, foi apresentada em Setembro de 2006. Segundo os pareceres a que a Lusa teve acesso, a comissão do Urbanismo recomendou a reformulação da proposta e a sua redefinição “à luz de pressupostos mais ajustados à realidade da Baixa-Chiado e da revitalização de uma zona da cidade de grande pendor histórico”. Por seu lado, a comissão de Habitação e Reabilitação Urbana chama a atenção para a necessidade de ter em conta uma política de habitabilidade “sem perder de vista a orientação pública e social”, para atrair a classe média e jovens, e a existência de comércio “com horário diferenciado”, para ter sucesso.
Proposta inclui hotel de luxo
O projecto para a Baixa-Chiado foi elaborado por um comissariado do qual fazia parte o actual vereador do Urbanismo da autarquia, o arquitecto Manuel Salgado, além de Miguel Anacoreta Correia, Celeste Hagatong, Elísio Summavielle, Augusto Mateus e Raquel Henriques.
Entre as várias propostas consta a ideia da instalação no Terreiro do Paço de um núcleo cultural e de comércio especializado na área do piso das arcadas. A “instalação de um hotel de cinco estrelas no quarteirão poente do Arco da Rua Augusta” é outra das propostas do Comissariado da Baixa-Chiado. O Comissariado defende para aquela praça a presença de serviços e organismos do Governo ligados a novas funções, fiscalizadoras, e de novas tecnologias. Prevê igualmente que a frente ribeirinha deixe de ter trânsito, desviando-se o mesmo para outros eixos.Para levar até ao fim o plano de revitalização da Baixa-Chiado, que estava inicialmente previsto ser em 2020, o projecto refere serem necessários investimentos na ordem dos 1145 milhões de euros.
Segundo o documento, cerca de metade do investimento (682 milhões de euros) caberá aos privados. A administração central, que deterá o controlo maioritário da operação de revitalização, entrará com 137 milhões de euros e a camarária com 224.»
Há algumas coisas que terão de ser mudadas (o esquema financeiro, por ex.) e outras canceladas (a 'Circular das Colinas', a linha de 'metro das colinas', o esventramento do Terreiro do Paço - quer para estacionamento subterrâneo quer para atravessamento rodoviário, os estacionamentos subterrâneos no Campo das Cebolas e no Corpo Santo, por ex.). Aguardemos!
Mas o pior é ver-se que as coisas elementares que importa resolver e que é possível resolver (JÁ) continuam como dantes, como por exemplo:
O problema do acesso ao castelo; a sujidade, a insegurança, a má iluminação pública, os edifícios de elevado valor arquitectónico a cair, fruto da especulação imobiliária e do abandono declarado dos proprietários (ex. Rua Ivens, Cinema Odéon), monumentos ao abandono (ex. fonte do lado norte do Rossio), abusos permitidos e de forma continuada (ex. poço de ventilação do Metro, no mesmo Rossio), intervenções ad hoc (ex. a que está prevista no Lg. São Domingos, e a que foi feita na Praça da Figueira), comércio de prestígio a fechar continuadamente sem sequer se vislumbrar qualquer esquema de apoio (ex. Rua da Conceição, mais a Casa Caravela, os Tecidos Sousa, o restaurante Comodoro, no Largo do Regedor), etc., etc.
Vitalizar a baixa:
ResponderEliminar- devolvem os prédios aos donos e expulsem os ocupas que não pagam renda
- criem-se lugares de estacionamento, nem que sejam prédios à superfície
- pavimentem as ruas sem calçada nem carris de metro
- desbloqueiem o terreiro do paço que continua a ter o trânsito vedado
nem é preciso a Câmara gastar um cêntimo
Só ainda não percebi que famílias da classe média é que vão querer habitar na Baixa sem terem onde estacionar. Provavelmente, nenhumas. Vai continuar a ser um deserto.
ResponderEliminarMas não faz mal. Daqui a 30 anos haverá um novo plano de revitalização que custará mais 1000ou 2000 milhões de euros e que tentará corrigir o anterior plano.
Esse é mesmo o problema, caro JDC. Não podia concordar mais consigo.
ResponderEliminarViver na Baixa-Chiado não é para todos. Já aqui se falou bastante no tipo de pessoas que os centros históricos europeus têm e que o nosso precisa. Talvez não haja por cá essa gente.
Eu espero, como tenho já observado nalgumas recentes aquisições de edifícios na Baixa-Chiado, que continue a existir interesse por parte de outras famílias, de outros países, para aproveitar esta oportunidade única na Europa: Comprar um centro histórico deste gabarito.
Após esta constatação, eu voto pois em promovermos a venda da Baixa-Chiado aos estrangeiros.
É preferível a esventrá-la, cedendo às exigências dos que se julgam modernistas, fazendo da utilização do automóvel condição para o desenvolvimento das cidades.
É que a partir de determinada altura, o património da Baixa-Chiado, deixa de ser um piercing no umbigo dos portugueses para passar a ser um património mundial que urge proteger.
E porque não um presidente de câmara estrangeiro?
E quem sabe, um dia Lisboa, país independente de Portugal? Que cobra portagens na sua fronteira?
Do mal o menos.
Lisboa deve passar a cidade-estado já!
ResponderEliminarPortugal que se lixe!
O plano deverá ser mandar tudo abaixo e criar uns caixotes de suburbio com bastantes lugares de estacionamento. Se o país é populado por idiotas não os vamos educar a não andar de carro vamos dar-lhes a vida de subúrbio que eles querem. Um novo Colombo da Sonae na baixa com 50 000 lugares de estacionamento já!!! E gasolina grátis para todos!!! Vamos transformar Lisboa em Atenas de uma vez por todas. Vamos construir a nossa Highway to hell - afinal daqui a 50 anos vamos estar todos a torrar a 50 graus - precisamos é de mais carros com ar condicionado, mega centros comerciais refrigerados e tvs para vermos filmes sobre a terra quando ela ainda valia alguma coisa. Como continuamos um povo de materialistas e consumistas incultos e egoistas que seja feita a vossa vontade. Fiquem na m**** que eu vou-me mudar para a europa desenvolvida...
ResponderEliminarJá aqui se falou bastante no tipo de pessoas que os centros históricos europeus têm e que o nosso precisa. Talvez não haja por cá essa gente.
ResponderEliminarAgora temos de educar o homem novo? As pessoas é que se têm de moldar a um modelo de cidade entendido por meia dúzia de pseudo-intelectuais de esquerda de trazer por casa?
Vão dormir. Emigrem mas é todos para meio da Sibéria e façam por lá as vossas experiências urbanísticas. E por cá deixem os comuns mortais viver em paz.
Há algumas coisas que terão de ser mudadas (o esquema financeiro, por ex.) e outras canceladas (a 'Circular das Colinas', a linha de 'metro das colinas', o esventramento do Terreiro do Paço - quer para estacionamento subterrâneo quer para atravessamento rodoviário, os estacionamentos subterrâneos no Campo das Cebolas e no Corpo Santo, por ex.).
ResponderEliminarolha-me estes. e depois andam a lamuriar-se que os carros estão mal estacionados à superfície.
depois queixem-se
Acumulação de erros, decisores incompetentes e oportunistas este é o estado em que se encontra o nosso país.
ResponderEliminarUma legislação incompreensível e atrasada, uma persistente demagogia social, interesses pessoais ou particulares assim do interese publico, decisores ignorantes e arrogantes, graves e incompreensiveis assimetrias socias.
Um país imaturo e irresponsável, que prefere governantes de tipo paternalistas, bem ao estilo do estado novo, com espirito de desenrasca sem ética ou sem moral.
Uma geração perdida, ignorante, irresponsável no consumo dos nossos recursos desde o 25 de Abril de 1974, promoveram a destruição da paisagem,das cidades, e da alienação do povo.
Triste!
caros amigos,
ResponderEliminarpara vossa reflexão cá vai um exemplo de uma zona que não precisa de ser revitalizada. aqui não falta comércio, estacionamento nem faixas de circulação.
http://www.remax.pt/PublicListingFull.aspx?lKey=3edf6d1c-154a-4e39-aaf4-f770b079443e&SearchKey=78989B95B8DD4C94BC8F0FBEAC6F1376&Index=132&RNDIndex=633389264097315366
"para vossa reflexão cá vai um exemplo de uma zona que não precisa de ser revitalizada..." Pois é, é mais uma zona que se está a tornar num subúrbio de betão horroroso. É para quem gosta de ser suburbano, andar de carro para todo o lado e de ficar com a pança á frente da tv á noite... Já falta pouco para transformarem o oceanário num silo automóvel e servirem os peixes como fast food de centro comercial... Há dias andei por lá a pé e vi imenso comércio de rua... nem imaginas...
ResponderEliminarum subúrbio de betão horroroso...
ResponderEliminarpelo qual dão 600.000 €. cala-te imbecil e acorda para a vida. tira a cabeça com que vives espetada na terra. se não gostas do rumo que as coisas correm vai viver com os Amish
o meu amigo tem a possibilidade de entrar no Vasco da Gama. não lhe vai faltar oferta de lojas e restaurantes. nem sítio onde estacionar o carro.
ResponderEliminarah já sei.. o meu amigo está familiarizado com aquele velho conceito de comprar fiado na mercearia do ti manel, e levar as hortaliças enroladas no jornal, andar mais 2km a pé e ir buscar mais artigos a drogaria, andar mais 3km a pe e ir buscar o jornal, andar mais 4km a pe para ir tomar o cafe, e depois quando chega a casa tem o saco dos (des)congelados a pingar... o bom velho comércio tradicional.
"Já aqui se falou bastante no tipo de pessoas que os centros históricos europeus têm e que o nosso precisa. Talvez não haja por cá essa gente."
ResponderEliminarGrande ideia. Como os portugueses não servem, venham os estrangeiros. Só ainda não sei que cidades europeias são essas, com os centros históricos habitados e sem carros. Onde é que estão?
Existe muita gente que não se importava de morar na baixa, mesmo não tendo carro. Já ouviram falar de bicicletas? Aquelas coisas com duas rodas e pedais? Se os outros no resto da Europa conseguem viver sem carro, porque que em Lisboa não se haveria de conseguir? Deixem de ser tão basicos, e tenham uma mente mais aberta. Quem me dera a mim poder morar na baixa, mesmo não tendo carro. E como eu existem centenas de jovens que pensam da mesma maneira. Pena as casas nessa zona serem muito caras.
ResponderEliminarÓ amigo jcd.
ResponderEliminarFaça scroll neste blog e use as "etiquetas".
Utilize a internet, mas reserve umas boas horas para isso, pois vai encontrar muita coisa.
O ideal, no meios dos seus afazeres, é sair do país.
Viaje Homem.
Aquelas coisas com duas rodas e pedais? Se os outros no resto da Europa conseguem viver sem carro, porque que em Lisboa não se haveria de conseguir?
ResponderEliminarsó lhe desejo que você viva de acordo com os seus princípios, que eu vivo de acordo com os meus. sem impor nada a ninguém. se você acha que resulta e que a vida lhe corre de feição força. mas não desejo isso para mim
"Faça scroll neste blog e use as "etiquetas".
ResponderEliminarUtilize a internet, mas reserve umas boas horas para isso, pois vai encontrar muita coisa.
O ideal, no meios dos seus afazeres, é sair do país.
Viaje Homem."
Isso é o que eu vos recomendo. Acontece que por motivos profissionais, passo a vida a viajar e a visitar cidades. Não conheço nenhuma cidade europeia com centro histórico habitado que não tenha pelo menos 5 a 10 vezes a oferta de estacionamento da baixa de Lisboa.
As últimas onde estive foram Bruges (Só no Parque Zentrum, ao lado da zona histórica, são quase 5000 lugares, mais do que toda a baixa de Lisboa) e Istambul (onde está prevista pela autarquia a construção de 98 (sim, 98) parques de estacionamento subterrâneos e silos.
Espero que não queiram falar de Madrid, Barcelona ou mesmo Amsterdão...
É que a comparação com a oferta de Lisboa, é esmagadora...