09/03/2008

Dez maneiras de arruinar uma construção antiga


(…) "Historic town and city centres across the British Isles attract millions of visitors every year, and houses within areas that contain few post-war alterations command significantly higher values than similar houses in areas which are broken up by modern developments. Their appeal lies not only in their sense of history but also in their visual character and interest: the rich variety of colour, texture and form, the individuality of natural and hand-made components, the abundance of intricate details from fine glazing bars to decorative railings and street furniture, and the softness of mature landscaping".

(…) "Developing a caring approach to old buildings is essential to the whole community. Historic architecture affects us all, whether we live in an old building or neighbourhood, shop in historic urban centres, or enjoy sightseeing. Neglect, decay and insensitive alteration has a real impact on the quality of our surroundings".


In Ten ways to ruin an old building, artigo publicado em 1998 pela revista britânica Building Conservation. Leitura aconselhada a muitos dos nossos projectistas e, sobretudo, às instituições que alegremente validam as suas "criações".

Na imagem, Avenida da República

8 comentários:

  1. Essa não é uma das maneiras de errasar uma construção antiga.

    Basta olha para o resto da cidade. è simplesmente deixar cair ou mandar abaixo com autorização da Câmara e fazer prédios dignos de suburbio.

    Até gosto deste resultado. (o da foto)

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  2. Não necessitam ler em inglês:

    http://cassianobranco.tripod.com/Reabilitacao_cuidadosa.pdf

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  3. Caro Daniel:

    Lamento, mas discordo em parte das suas palavras. Para atentar contra o património não é preciso sequer deixá-lo ao abandono e/ou eliminá-lo fisicamente. Basta destruir o que resta da sua autenticidade, com intervenções de "compromisso" que nos querem fazer crer que é possível ter o melhor de dois mundos, conciliando o antigo e o novo. Acontece que, em Portugal, poucos projectistas estão habilitados para o fazer: com honrosas excepções, os próprios planos de formação académica continuam a privilegiar as tecnologias de construção em betão armado, esquecendo o saber-fazer que está para trás. Penso que objectos híbridos como o da foto serão tudo menos recuperação de património. Basicamente são um expediente para validar mais construção ao abrigo de planos de alinhamento de cérceas, dando-nos a ilusão de que o antigo foi preservado. O problema é que não passa disso mesmo, de ilusão.

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  4. Caro Daniel:

    Lamento, mas discordo em parte das suas palavras. Para atentar contra o património não é preciso sequer deixá-lo ao abandono e/ou eliminá-lo fisicamente. Basta destruir o que resta da sua autenticidade, com intervenções de "compromisso" que nos querem fazer crer que é possível ter o melhor de dois mundos, conciliando o antigo e o novo. Acontece que, em Portugal, poucos projectistas estão habilitados para o fazer: com honrosas excepções, os próprios planos de formação académica continuam a privilegiar as tecnologias de construção em betão armado, esquecendo o saber-fazer que está para trás. Penso que objectos híbridos como o da foto serão tudo menos recuperação de património. Basicamente são um expediente para validar mais construção ao abrigo de planos de alinhamento de cérceas, dando-nos a ilusão de que o antigo foi preservado. O problema é que não passa disso mesmo, de ilusão.

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  5. Tentar qualificar o que se vê na imagem.....é "missão impossível".
    Para além do alinhamento de cérceas (que grande invenção), este é um exemplo completo de borrada geral. E, seria muito mais honesto demolir os edifícios antigos, e construir os novos. Agora fraudes destas......não obrigado.

    JA

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  6. Também não disse que isto é o ideal. De todo.

    A arquitectura não é só a fachada mas um todo corente, que inclui os interiores e tod a afilosofia criativa do objecto.

    O que quis ressalvar é que isto é "do mal o menos". Ao menos p«ainda ficamos com as fachadas.

    Quanto às cérceas na Avenida da República penso que já seja caso perdido e a resolução (alinhamento) ainda será pior....

    Pior mesmo é a demolição integral de edifícios nas avenidas Novas.

    Veja o exemplo gritante e visível em plena Praça do Saldanha. Mais uns 5 anos e nada resta naquela praça....

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  7. Caro Daniel,

    O que aconteceu no Saldanha era já o prenúncio daquilo a que assistimos hoje. A única diferença é que tudo se passa a uma velocidade muito diferente. E com ou sem manutenção de fachadas, o que a CML tem permitido e incentivado nas Avenidas Novas mostra apenas uma coisa: que em seu entender a cidade da transição do século XIX para XX está a mais, o que diz tudo da sua competência para a gerir. Freud explicaria melhor que ninguém esse desejo de "matar o pai"...

    Caro JA,

    E para lá dos híbridos que já temos, tudo indica que muitos mais virão, não tanto nos eixos principais, que já estão perdidos ou para lá caminham, mas na malha interior. Provavelmente ainda nem vimos nada...

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