In Público (17/4/2008)
«A semelhança entre as três pontes sobre o rio Tejo desagrada ao provedor da Arquitectura, Francisco da Silva Dias, para quem a qualidade estética daquelas obras de arte ficará comprometida.
"Uma das características das obras de arte é serem singulares, mas se temos três pontes iguais é a repetição do mesmo objecto e a sua desvalorização", afirmou em declarações à Lusa.
Para o provedor da Ordem dos Arquitectos, a futura travessia Chelas-Barreiro deveria integrar "um tabuleiro com menos presença como um traço no horizonte", em vez de "três pontes iguais com mastros e com cabos". Segundo Francisco da Silva Dias, "o estuário do Tejo, que é o espelho de água que dá a claridade a Lisboa, também vai ficar retalhado e retirar luz à cidade", caso o desenho da nova ponte seja concretizado. "Parece uma questão menor, mas é uma questão cultural", preveniu.
Francisco da Silva Dias é o primeiro provedor da Arquitectura e ocupa o cargo desde 2006.
Orçada em 1700 milhões de euros, a nova ponte Chelas-Barreiro terá duas vias para a alta velocidade, duas para a rede convencional e duas vias laterais com três faixas cada uma para o tráfego rodoviário. Com uma extensão de 13 quilómetros, sete dos quais sobre o rio Tejo, a nova travessia permitirá assegurar a ligação em alta velocidade Lisboa-Madrid, que deverá ter início em 2013. Lusa»
Mais do que a 'beleza' da futura (?) ponte, há que nos preocuparmos com o impacto visual fortíssimo naquele lado de Lisboa, repleto de património e vistas históricas; toda uma identidade que se perderá. A Ponte sobre o Tejo e a Ponte Vasco da Gama não interferem, nunca interferiram, desse modo.
Ah ah ah ah.....Preocupa-se com a estética mas não com o facto da nova ponte ir entupir a cidade de Lisboa com carros!!! A cidade que supostamente já tem mais auto-estradas da Europa..... Isto é pior que o Congo!!!!
ResponderEliminarA meu ver a preocupação com a estética é prioritária, é ela que singulariza as cidades. E se os arquitectos não a tem, não passam de vulgares engenheiros e este senhor, o arq. Silva Dias, de facto, levanta uma questão decisiva: a diminuição da luz diurna de Lisboa, tão singular justamente por em boa parte provir de dois espelhos de água, o do rio e do mar.
ResponderEliminarA "luz" de Lisboa, um bem de certo modo imaterial, é de facto excelente como tem sido comprovado por tantos pintores nacionais e estrangeiros.
Com efeito o primeiro comentador pôs o dedo na ferida.
ResponderEliminarÉ inconcebível que um arquitecto experiente como Silva Dias,para mais Provedor da Ordem dos Arquitectos, se refira á nova ponte como "um traço no horizonte..." ou á "luz" de Lisboa,assim sem mais(aqui no blogg pelo menos).
A Ordem está "passada",o provedor também.
A 3ª ponte já existe,no Carregado,e é aí que está certa em relação ao Ordenamento do Território de Lisboa.Disse-o e bem o Pres. da CCR-LVT,Fonseca Ferreira.Porque será que niguém o ouve e foi marginalizado em relação a esta "discussão"?(no Prós-e-Contras também foi?...)
Em suma,onde está o novo Plano Viário de Lisboa em consequência da nova ponte? Não há !
Esta ponte limita-se a urbanizar o Barreiro(ex-Cuf) e o Vale de Chelas(ainda mais).
A Estética é importantíssima(!) mas já se viu que é curta,para obviar a este lobby de patos-bravos á Lino.
Argumentos profundos,precisam-se!
17-4-08 Lobo Villa
Podem dar os argumnentos que quiserem mas não há argumento algum que nos livre de ter que olhar para as colinas de Lisboa e ver uma Ponte de betão a contracenar com S. Vicente de Fora!
ResponderEliminarMas de certeza que é "absolutamente fundamental" para o nosso desenvolvimento, claro.
E como foi dito antes, não há planos integrados e fundamentados, só opções avulso. E essas opções parecem ir sempre chocar de frente com a harmonia ou com os cidadãos.
Pelo menos assim parece.
Vamos a uma cidade como Zurique e voltamos com os cotovelos bem inchados. Pelos vistos é para continuar a inchar cada vez mais.
As politicas seguidas são de aumento de Portos, mega pontes, torres compave ou monos do Rato. bla bla bla mok mok mok cidades sustentaveis, planeamento, reabilitação, património...PFFFT!