In Sol Online (9/4/2008)
Por Luís Rosa
«RAVE apresenta a nova ponte
O que vai mudar em Lisboa e no Barreiro
A nova ponte vai redesenhar Lisboa e o Barreiro. A ponte atravessará a antiga Fábrica de Manutenção Militar na Av. Infante D. Henrique. As estações do Barreiro serão deslocalizadas para uma única estrutura de acolhimento dos comboios convencionais na Av. das Nacionalizações (veja no final do artigo o que muda nos mapas de Lisboa e do Barreiro) (...)»
Sinceramente, já me dá vontade de rir: neste ano e meio a caminho de eleições, todo o mundo dá ares de intensa actividade, mil e um projectos saltam das gavetas para o tampo das secretárias, sem sequer tempo para debate, apenas decisão. De 8 passam para 80, e de 80 para 8 à velocidade da luz.
O TGV virou 'pouca terra', tal a profusão de estações em que parará, num país que é 'gigantesco', como se sabe. A TTT virou essencial no trazer mais carros para Lisboa, 'numa lógica' (como agora se diz) de desenvolvimento, sustentável, imagino. O novo aeroporto é a mãe de todas as governações, quando se sabe que a Portela é o 'lá vem um' ... low cost. O futuro da Baixa, já se percebeu, estará dependente dessa 'coisa' do PDM, que não ata nem desata. Agora é a Frente Tejo, suportada em documento que de relação entre o Tejo e as pessoas pouco tem, muito menos entre o Porto de Lisboa e a cidade, antes é um caderno de obras.
Se algum (ou nenhum) deles for para a frente, a culpa será sempre do vizinho do lado.
Enquanto isso acontece há cada vez menos interior e mais litoral. Enquanto isso acontece, os espanhóis compram-nos as oliveiras e as azinheiras centenárias, para decorarem jardins, já de si emoldurados com muros de granito levados das nossas aldeias beirãs. Derrubam-nos sobreiros para abrir empreendimentos, e ensinam-nos a criar porcos. Enquanto isso acontece, 'numa lógica de progresso', o Estado prepara-se para encerrar e vender hospitais, quartéis, prisões, liceus e estações de comboio, convidando-nos a emigrar. Enquanto isso acontece, o nosso rendimento per capita compete com o cipriota, tarda nada com o búlgaro.
Bem-hajam!
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