26/06/2008

Arte contemporânea com Almada e Malhoa no Chiado

In Público (26/6/2008)

«O Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado reabre hoje com uma exposição intitulada Outras ficções, na qual obras de artistas portugueses como Almada Negreiros e José Malhoa dialogam com peças de arte contemporânea.
A exposição reúne de forma não cronológica um conjunto de obras da colecção do Museu do Chiado organizado em torno dos conceitos Lugar, Reversibilidade, Rebaixamento e Acontecimento. A selecção das peças, segundo o director, Pedro Lapa, privilegia "a diferença e especificidade que cada uma propõe à rede discursiva do núcleo onde se insere".
"Pode assim acontecer que uma obra remota tenha maiores afinidades com uma contemporânea do que com as que se lhe sucedem imediata e cronologicamente", refere o responsável numa nota sobre a exposição.
Alberto Carneiro, Ângela Ferreira, Alexandre Estrela, Alfredo Andrade, Ana Hatherly, António Pedro, António Sena, Fernando Azevedo, Fernando Lanhas, Fernando Lemos, Helena Almeida, Joaquim Rodrigo, João Maria Gusmão, Pedro Paiva, Joaquim Rodrigo, João Tabarra, João Pedro Vale, João Vieira, Jorge Oliveira, Jorge Pinheiro, Jorge Vieira, José Escada, José Pedro Croft, Julião Sarmento, Júlia Ventura, Lourdes Castro, Manuel Botelho, Marcelino Vespeira, Mário Eloy, Paula Rego, Pedro Cabrita Reis e Pires Vieira são outros dos artistas representados nesta selecção do acervo do museu para Outras ficções.
A escolha dos quatro conceitos que norteiam a exposição "partiu de uma hipótese sobre algumas linhas possíveis de interpretação relativas às práticas artísticas actuais", ainda segundo Pedro Lapa, que tem vindo apresentar no Museu do Chiado várias mostras em que obras do século XIX convivem com criações contemporâneas. Lusa»

A hipocrisia dos poderes públicos é ENORME, senão veja-se:

1. O tecto do salão nobre do Conservatório Nacional é composto por pinturas extraordinárias de Malhoa. No entanto, os poderes públicos continuam sem classificar o salão, muito menos o Conservatório. Os poderes públicos sabem que a gula especulativa ameaça o Conservatório. Os poderes públicos sabem que o salão e as pinturas do tecto do salão têm rachas e infiltrações por todo o lado. No entanto, os poderes públicos assobiam para o lado, e ainda tentam denegrir quem luta pela preservação e reabilitação do salão nobre e do Conservatório Nacional. Merecemos Malhoa?

2. O mural da Gare Marítima de Alcântara é uma das obras mais valiosas de Almada, e foi ali colocada não só para embelezar a gare marítima mais importante do país, como para que os passageiros dos navios tivessem uma boa impressão do local onde atracavam. Os poderes públicos tudo têm feito, e continuam a fazer, para que, não só a gare vire moldura de terminal de contentores, como tudo fazem para que as pinturas de Almada sejam vistas cada vez mais por muito poucos. Merecemos Almada?

2 comentários:

  1. Os poderes políticos não estão em defesa do que é nosso mas a mando dos grandes poderes do dinheiro. Deixam-se corromper por estes e fazem por eles tudo mesmo que isso seja DESTRUIR PATRIMÓNIO. Hoje é o dinheiro que manda tudo. E só o dinheiro. Ainda um dia veremos um hotel de charme na Torre de Belém e um condomínio de Luxo nos Jerónimos e quem sabe uma aldeia de luxo dentro das muralhas do Castelo de S. Jorge com vivendas projectadas por um engenheiro!

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