Entrevista: José Sá Fernandes, Vereador do Ambiente de Lisboa 2008-08-18 00:05
“Ainda há corrupção na Câmara de Lisboa” Diario Económico
Um dia depois de regressar de férias, Sá Fernandes explicou ao Diário Económico que, apesar de o seu executivo ser de “um rigor absoluto”, tudo indica que ainda existe corrupção na maior autarquia do país.
É mais fácil governar Lisboa sem um Sá Fernandes na oposição?
Não, o que é mais fácil é não fazer as trapalhadas que se faziam no passado.
Que tipo de trapalhadas?
Trapalhadas como ilegalidades, corrupções, suspeições, etc. Isso foi zero. Exemplar. A câmara levantou a cabeça. Fomos de um rigor absoluto.
Continua a haver casos de corrupção em Lisboa?
Hoje percebe-se que há muita transparência. Todos os processos que entram na câmara para licenciamento estão na internet. Isto é uma mudança do dia para a noite. Provavelmente ainda há corrupção na Câmara de Lisboa. É uma máquina muito pesada, muito difícil, com excelentes trabalhadores, mas muitos serviços.
É possível controlar uma máquina com todas essas minudências?
É difícil, mas é possível.
Reduzir pessoal e fundir serviços seria uma ajuda?
Há sempre a possibilidade de aproveitarmos melhor as pessoas. Mas isso não se faz num ano.
Em que se tem traduzido na prática a proximidade de António Costa ao Governo?
Fiquei muito contente com o acordo que se fez sobre a Frente Ribeirinha. Primeiro porque foi histórico. Depois, porque foi uma coisa que eu exigia.
Quando é que acha que é uma “boa altura” para fundir a Gebalis com a Epul?
Não sei se é boa altura para fundir a Gebalis com a Epul.
Mas isso faz parte do seu programa eleitoral.
Não, não faz.
Luís Fazenda e Francisco Louçã dizem que sim. Estão enganados?
O que está no acordo que o BE fez com o PS é que é preciso reavaliar as empresas municipais. Há um facto que é importante que as pessoas tenham consciência: neste momento, a Gebalis tem duas grandes investigações judiciais em curso. O segundo facto é que esta empresa atravessa uma situação dificílima na gestão dos bairros sociais, que têm 13.5 milhões de euros de rendas em atraso.
A solução não passa por uma fusão?
Não podemos fazer fusões do que quer que seja enquanto não soubermos como vamos resolver os problemas parcelares de cada uma destas empresas.
Então como é que interpreta o comunicado do BE a criticá-lo por ainda não ter apresentado essa proposta?
Expus estes problemas na concelhia [de Lisboa] e ela entende – somos todos livres – que, apesar destes argumentos, se devia apresentar uma proposta de fusão. Mas eu sou vereador e as decisões da Câmara sou eu que as tomo.
Admite voltar a ser candidato pelo Bloco em 2009?
Não penso nisso.
O Bloco tem motivos para o criticar?
Tirando divergências pontuais, acho que não.
E você, que avaliação faz do apoio que tem recebido do partido?
Diz-se que os amigos são para as ocasiões. Não preciso nem de mais nem de menos apoio.
Francisco Louçã tem sido mais ou menos solidário?
Como eu lhe digo, os amigos são para as ocasiões. As conversas que nós temos tido são cordiais. Estou acima dessas confusões que têm vindo nos jornais. Não penso absolutamente nada em 2009. Eu não tenho tempo para isso. Não tenho partido nem nunca tive. E não sou do Bloco de Esquerda.
Pela forma como elogia o seu trabalho, parece que fez mais num ano e meio do que todos os outros Executivos na última década…
Não tenha dúvidas absolutamente nenhumas disso. Mas ninguém trabalha sozinho. Aprovei o Plano Verde em grande articulação com o Urbanismo [de Manuel Salgado] e com o vereador Marcos Perestrello.
Já perdeu muitos amigos?
Que eu saiba não perdi nenhum. Até ganhei vários. Conhece alguém?
Nada sobre o embargo ao túnel do marquês, e a forma como o Zé afundou as contas da câmara? Que conveniente...
ResponderEliminarCaso o tunel tivesse sido feito bem, desde o início, não havia necessidade de embargos...
ResponderEliminarNão sou advogado de defesa do Sr. Sá fernandes, mas matar o mensageiro é coisa do passado...
E não foi, com toda a certeza, os custos do atraso, nem do próprio túnel, que afundaram as contas da CML...
Era bom que o buraco da CML fosse o equivalente aos custos relacionados com o túnel.
E depois os espaços verdes, de que o Zé é responsável, estão muito melhores, a olhos vistos. Basta andar por aí (e ver as fotos que têm aparecido neste blogue, por exemplo).
ResponderEliminarÓ Zé, enxerga-te!
PS- Espera aí, o sr. Rui Tavares não tinha garantido que o caos e a corrupção na CML tinham radicalmente acabado? EhEh, até o próprio Zé reconhece que não, AhAhAh
Não estão bem não.
ResponderEliminarMas culpa da actual situação da cidade é de todo o executivo. Como aliás é sempre.
Ou agora é também só do Zé?
ehehe tinha piada...
"Os amigos são para as ocasiões", está tudo dito...uma desilusão.
ResponderEliminarO plano verde é uma fantasia, envergando uma especie de bandeira ecologica,(muito convenientemente na moda) e as empressas municipais, existem para um descanso "merecido" pós 2009.
Todo este executivo é uma fantasia.
ResponderEliminarEsta também tem piada... ou é fantasia?
ResponderEliminar"Quando é que acha que é uma “boa altura” para fundir a Gebalis com a Epul?
Não sei se é boa altura para fundir a Gebalis com a Epul.
Mas isso faz parte do seu programa eleitoral.
Não, não faz."
in Gente de Lisboa (ver última linha...)
I. UM PLANO DE EMERGÊNCIA PARA O SANEAMENTO FINANCEIRO DA CÂMARA
(Prioridades até 2008)
No exercício do poder tributário, as prioridades são:
* Estabelecer, até ao fim do ano (2007), um programa de aceleração na cobrança das receitas tributárias do Município em atraso, criando na Direcção Municipal de Finanças uma estrutura destinada a acompanhar a execução desse programa.
Na obtenção de outras formas de financiamento, as prioridades são:
* Negociar, até ao final do ano, em articulação com o Ministério das Finanças, um empréstimo para o saneamento financeiro da CML, no quadro da lei das finanças locais vigente, tendo em vista a reprogramação da dívida e a consolidação de passivos financeiros, garantindo que o resultado da operação não aumente o endividamento líquido do Município;
* Estabelecer, até ao fim do ano, um programa de reabilitação, através da EPUL, que promova a venda ou o arrendamento dos fogos reabilitados.
Na diminuição das despesas, combatendo o desperdício, as prioridades são:
* Lançar o processo de eliminação de contratação de serviços externos, que sejam supérfluos ou que possam ser assegurados directamente pelos serviços camarários, e recontratar, através de concursos públicos, os que são de manter;
* Reduzir, as locações em que o Município é locatário, realojando os respectivos serviços em edifícios camarários;
* Estender a utilização da central de compras do Município, já em fase de execução, à generalidade dos bens e serviços;
* Extinguir a EMEL, a EMARLIS e as empresas subsidiárias da EPUL (IMOHIFEN e GF);
* Fundir as SRU's e integrar o seu objecto na EPUL;
* Reavaliar a participação do Município na AMBELIS, Lisboa e-Nova, Associação do Turismo de Lisboa e Agência da Baixa-Chiado, reduzindo os encargos da Câmara e redefinindo as suas opções estratégicas;
* Aprovar um regulamento para atribuição de subsídios e apoios de carácter pecuniário a entidades que actuam na cidade, promovendo a transparência e combatendo o clientelismo;
* Integrar, até 2008, a Gebalis na EPUL.
Mas quem é o autor deste "Plano de Emergência para o Saneamento Financeiro da Câmara"? É o Sá Fernandes?
ResponderEliminarClaro que o Zé é responsável pelo embargo da obra. Foi ele que o iniciou, com intenções de causar o dano que causou. O estaleiro esteve inutilmente parado até que a obra retomou SEM NECESSIDADE do tal estudo de impacto ambiental. O que ganhou Lisboa? Perdeu 40 milhões de euros em custos de paragem. Pagam os palhaços dos contribuintes, para financiar o protagonismo e a vaidade do Zé.
ResponderEliminarÉ ridícula a visão curta de alguns lisboetas (munícipes e autarquia). Constrangedor. Amadorismo. Pequenez. Falta de visão.
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