Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008
Tinhamos acabado de entregar na Assembleia da República, a petição "Salvem o Largo do Rato" e resolvemos, o Jorge Santos Silva, o Paulo Ferrero e eu, encetar uma caminhada de regresso, subindo ao Chiado, descendo a rua Garret até ao Rossio, para de seguida, apanharmos o "metro" que nos levaria aos nossos destinos.
Ao passarmos, pela recentemente restaurada Basilica de N.ssa S.ra dos Mártires, percebi que a tão falada arte de rua, que alguns pretendem ver elevada ao Olimpo das Belas-artes, já tinha chegado ás paredes desta Basílica, emprestando-lhe um ar muito mais respeitoso, digno e de fino melhoramento estético e artistíco.
Pois é assim mesmo: a até aqui menos bela Basílica já está "graffitada" e por consequência, ganhou tais atributos artisticos, que só muito ao longe se poderia imaginar possíveis, tanto mais que não é qualquer parede de um qualquer edifício, que merece a honra de ser contemplada com estes artistícos traços de tão nobre corrente artistíca .
Aos defensores desta arte e da sua propagação pelas ruas das nossas cidades, os meus sinceros parabéns e o meu muito obrigado.
Luís Marques da Silva
Sabes qual o problema caro Luís?
ResponderEliminarÉ que quem faz esses lindos murais, querem apenas deixar a sua assinatura pela cidade seja onde for para que enquanto grafiteres tornem conhecido o seu nome. O grave broblema é não saberem mais do que desenhar e por vezes nem isso. Desconhecem por completo a historia e o respeito que devem ter pela integridade do monumento. Neste caso em concreto saberão que se trata de uma igreja (basilica desde o séc XIII) criada em 1147, logo depois de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, ter conquistado Lisboa aos mouros com a intenção de nela ser prestado culto à sagrada imagem de Nossa Senhora, trazida pelos Cruzados ingleses, diante da qual o Rei Afonso Henriques pediu auxílio e protecção à Mãe de Deus para conseguir aquilo que se propunha: fazer de Lisboa uma cidade cristã? Claro que não sabem nem os culpo. Sociedade que cria tais vandalos é culpada pela deseducação que décadas de ensino desgovernado gerou. Já agora a actual Basílica, reconstruida após o terramoto tem o traço do arq. Reinaldo dos Santos, e é o ex libris da reconstrução pombalina em edifícios religiosos.
Mais um caso a lamentar. Para além dos conjuntos edificados que constituem os bairros históricos como Alfama e o Bairro Alto. A Basílica dos Mártires foi recuperada integralmente graças às verbas provenientes do Fundo Remanescente para a Recuperação do Chiado e pela World Monuments Found como a Igreja da Encarnação. Fez parte de um programa de valorização dos monumentos das zonas históricas da cidade, ainda no tempo do polémico mas não menos dinâmico presidente da CML, Pedro Santana Lopes. Presentemente, a CML parece impotente para conter estes actos de vandalismos que associados à onda de insegurança que se vive nestas zonas da cidade, tem posto em causa a fruição desses locais tanto por parte de visitantes nacionais e estrangeiros. Para não referir ao "deserto" patentes na praça do Rossio e em outras zonas da Baixa Pombalina durante a noite.
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