04/09/2008

Câmara vai estudar destino a dar aos edifícios e terrenos da Penitenciária de Lisboa

"Câmara vai estudar destino a dar aos edifícios e terrenos da Penitenciária de Lisboa -PUBLICO-04.09.2008, José António Cerejo
Autarquia lança quatro planos de pormenor em Campolide, Av. José Malhoa, Amoreiras e Gare do Oriente

O futuro da vasta área ocupada pelo Estabelecimento Prisional de Lisboa, no alto de Campolide, vai ser decidido no âmbito de um dos quatro planos de pormenor que a Câmara de Lisboa se propõe elaborar a curto prazo, retomando uma prática de planeamento abandonada no mandato de João Soares.
Embora não avancem com muitas propostas concretas, os termos de referência do plano de pormenor do Campus de Campolide - que já se encontram disponíveis no site da câmara, juntamente com os que respeitam aos planos da Av. José Malhoa, das Amoreiras e da envolvente da Gare do Oriente - adiantam que o espaço da Penitenciária será estudado "no sentido de contribuir para o reordenamento de toda a zona". Visando sobretudo a ampliação e reorganização do Campus de Campolide da Universidade Nova de Lisboa (UNL), ao qual a cadeia é contígua, o plano a desenvolver nos próximos 240 dias avaliará, entre outras coisas, a possibilidade de criar residências de apoio à universidade na área do estabelecimento prisional que o Ministério da Justiça se propõe desactivar.
Par lá do alargamento das instalações da UNL, que passarão a incluir a nova Faculdade de Direito, a construir junto ao Palácio de Justiça, o plano contemplará a reformulação do sistema viário local, bem como a efectivação do Corredor Verde entre o Parque Eduardo VII e Monsanto. Entre os seus objectivos avulta também a definição dos índices de construção a praticar nos terrenos disponíveis e o planeamento dos espaços públicos, transportes e estacionamento.
No âmbito deste plano, que surge na sequência de um outro cuja elaboração foi decidida em 2005, mas que não foi por diante, prevê-se igualmente a possibilidade de a UNL adquirir à câmara cerca de 6800 m2 junto à Av. Gulbenkian, no local onde esteve prevista a construção de um hotel do grupo Grão Pará. Inviabilizada em 2005 depois de João Soares a ter aprovado ilegalmente em 1996, sem o parecer obrigatório do Turismo, a construção desse hotel poderá vir agora a concretizar-se, mas não na Av. Gulbenkian. Nos termos propostos, a autarquia transferirá os direitos de construção que a Grão Pará tem naquela parcela municipal para os terrenos da UNL na Av. de Berna, vendendo-a depois à universidade.
A concretização do plano depende do acordo de entidades como a UNL, a Grão Pará (agora Páteo de Campolide) e o Ministério das Finanças, que tutela os terrenos da Penitenciária.
A zona da Av. José Malhoa, vizinha do Campus da UNL e da Penitenciária, vai ter também um plano que deverá regular a ocupação dos poucos terrenos livres que ali restam. Apesar de Siza Vieira ter feito um plano para o local em 1992, este nunca teve existência legal e a construção na zona foi sempre aprovada, nomeadamente as Twin Towers, numa base de duvidosa legalidade. "

3 comentários:

  1. Um condomínio de luxo, não é preciso muito para adivinhar.

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  2. Não sei o que é pior, o "enésimo" condomínio de luxo ou apostar em novas instalações para faculdades que não deram nada ao país e que vivem do compadrio partidário, refiro-me à FDUNL e à FCSH. Em vez de gastarem dinheiro em escolas inúteis mais valia apostar-se em algo que servisse verdadeiramente o país e as pessoas.

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  3. OLHÓ CONDOMÍNIO!!!!!

    espero que ao menos preservem a construção em estrela da prisão e área envolvente

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