In Público (2/9/2008)
Catarina Prelhaz
«Depois de quatro anos em lista de espera, o palacete que alojava a Escola n.º 4, junto ao recinto da Feira da Ladra, vai finalmente ser alvo de uma "profunda" intervenção. A garantia é da vereadora da Educação da Câmara de Lisboa, Rosalia Vargas, que conta reabrir o espaço às crianças de Alfama e de São Vicente de Fora durante o ano lectivo 2010/2011.
O projecto de reabilitação do edifício do século XVIII está nas mãos dos técnicos camarários, que terão de terminá-lo até Abril do próximo ano. "A indicação que tenho é que a obra ficará pronta no início de 2011. Mas vou ainda negociar com os serviços para que as crianças possam começar lá as aulas em Setembro de 2010", assegurou ao PÚBLICO Rosalia Vargas.
Enquanto a obra não avança, as 150 crianças que frequentavam a escola do Campo de Santa Clara, desactivada desde 2004, vão deixar de estar divididas entre as instalações da Junta de Freguesia de São Vicente de Fora e as da colectividade A Voz do Operário. A concentração dos alunos num único espaço será possível em Novembro, data em que terminarão as obras de ampliação de um imóvel disponibilizado pela junta.
"Quando cheguei à câmara deparei-me com esta situação, que não dignifica o ensino. Perguntei aos serviços o que se passava e ninguém me dizia nada de jeito. Interrompi uma reunião e pedi que me fossem mostrar a escola original. Foi então que descobri que não pensavam recuperá-la. Não podia deixar isso acontecer", conta Rosalia Vargas.
O plano de recuperação da escola, gizado por uma equipa externa e orçado em 1,7 milhões de euros (sem contar com o recheio), estava "desactualizado" e tinha sido abandonado. Por esse motivo, explica a autarca, o executivo teve de pôr mãos à obra. Estima-se que o investimento ronde os 2,5 milhões de euros.
Depois de remodelada, a escola do Campo de Santa Clara terá capacidade para receber 277 alunos do primeiro ciclo do ensino básico e do pré-escolar. Entre outras instalações, contará com um ginásio, uma cantina e um recreio coberto.
A câmara assegurará ainda o realojamento da única moradora do palacete, uma antiga funcionária da escola. O edifício está em "avançado estado de degradação", palavras da vereadora, mas a idosa continuará a residir no sótão até ao início das obras. Estará segura? "Sim. O uso dado por uma pessoa não é comparável ao movimento de centenas de crianças", frisou a eleita do PS.
O presidente da Junta de São Vicente, Vítor Agostinho (PCP), é mais cauteloso. "Espero que avancem rapidamente com as obras e realojem a moradora. E podem contar com a junta para o que for preciso. Tudo para evitar tragédias e lágrimas de crocodilo", alertou. »
Finalmente, mas oxalá as obras não sejam de 'Sta. Engrácia' como as da homóloga do Bairro Alto. Mas o anúncio já é um bom comço, sem sombra de dúvida. Rosalia Vargas está de parabéns neste ponto.
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