In Público Online (2/10/2008)
Ana Nunes
«O Hospital D. Estefânia, com 131 anos, é um dos primeiros hospitais pediátricos especializados da Europa
Durante o dia de hoje será entregue na Presidência da República uma petição pública com mais 76 mil assinaturas de cidadãos em defesa do património do Hospital Dona Estefânia e de um novo hospital pediátrico para Lisboa. Em causa está o encerramento daquela unidade hospitalar e a integração dos serviços no futuro hospital de Todos os Santos, nos terrenos do Parque da Bela Vista, em Lisboa.
Em reacção à entrega desta petição, a ministra da Saúde defendeu ontem a integração de hospitais pediátricos em instituições gerais, embora reconheça que existem áreas de pediatria que têm de ser individualizadas.
A medida tem sido alvo de uma onda de protestos que levou à criação de uma campanha pelo hospital. O abaixo-assinado, que conta com 76.587 assinaturas, é a concretização do movimento iniciado por profissionais de saúde que constituíram para o efeito uma Plataforma Cívica. O cirurgião Gentil Martins é um dos subscritores do documento, garantindo que, com a integração, "as crianças ficarão a perder".
Na sequência da entrega do documento, a Plataforma será recebida no dia 7 pelo Presidente da República, a quem irão "procurar transmitir as suas preocupações sobre a delicada situação de retrocesso em que o modelo do futuro hospital coloca a assistência pediátrica especializada de Lisboa e do Sul do país". Gentil Martins defende a existência, em Lisboa, de "um hospital pediátrico, conceptual e tecnologicamente moderno, orientado para os superiores interesses da criança e do adolescente, incluindo a assistência, o ensino e a investigação".
Já a Plataforma defende que "as crianças não podem ser prejudicadas", necessitando de equipamentos e profissionais com preparação técnica adequada. No número três do boletim A Estefânia pode ler-se que, com esta decisão, "colocam-se Portugal e a cidade de Lisboa ao nível dos padrões conceptuais do Terceiro Mundo". O pediatra Mário Coelho escreve que "Portugal e sua cidade capital passam a integrar o grupo de países sem hospitais pediátricos identificados, boa parte dos quais do Terceiro Mundo", argumentando que esta é uma "destruição dos conceitos de assistência à criança". Ana Jorge discorda e defende que a integração é "a bem da saúde da criança". com Lusa »
Muito bem, muito bem. Bela mobilização, por uma causa justíssima, evidente e que precisará de mais acções, naturalmente.
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