21/11/2008

Greve deixará Lisboa cinco dias sem recolha de lixo

In Público (21/11/2008)
Inês Boaventura

«Os sindicatos representativos dos trabalhadores da higiene urbana da Câmara de Lisboa convocaram uma greve para os dias 8 a 11 de Dezembro, em protesto contra a decisão da autarquia de adjudicar a uma empresa a limpeza da zona da Baixa.
A paralisação foi convocada após a realização de dois plenários dos trabalhadores e, a concretizar-se, vai provocar "problemas graves de limpeza e uma forte acumulação de lixo", situação que deverá ser agravada pelo facto de a 7 de Dezembro não haver recolha de lixo por ser domingo.
A previsão é de Manuel Marques, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (Stal), que defende que a decisão do município "demonstra uma tremenda falta de respeito por todos os trabalhadores" e representa uma tentativa de "desresponsabilização".
O dirigente sindical afirma que "seguramente sai mais barato à câmara contratar mais pessoas [para os serviços de higiene urbana] e adquirir mais uma ou duas viaturas" do que adjudicar a uma empresa a limpeza de "um nicho da cidade".
O mesmo diz Mário Rui, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que teme que este seja apenas o primeiro passo para a total privatização do sector, à semelhança do que garante estar a acontecer nos espaços verdes, onde a manutenção por privados "é cerca de quatro vezes mais cara" do que se fosse feita pela autarquia.
Em comunicado, o vereador Marcos Perestrello garantiu que "não existe, nem existirá por iniciativa do actual executivo, nenhuma proposta de privatização dos serviços de Higiene Urbana", acrescentando que vão ser contratados 50 novos trabalhadores.
O autarca explica que a entrega da "lavagem e varredura" da Baixa a terceiros visa "resolver satisfatoriamente a sua limpeza, enquanto a CML não dispuser de recursos próprios e suficientes para a sua execução".
Tanto o STML como o Stal admitem desconvocar a greve se a Câmara de Lisboa recuar nesta decisão e investir no sector da higiene urbana através da contratação de mais funcionários (idealmente 150) e da aquisição de recursos materiais, contrariando assim o "desinvestimento" que tem vindo a ser feito no sector.
150 é o número dado como ideal pelos sindicatos de novos trabalhadores de higiene urbana a contratar pela Câmara.»

Sinceramente, esta história do lixo e da sua recolha já me satura. Parece que agora há uma tentativa, subreptícia, de privatizar parte desses serviços. Sinceramente, repito, o que me preocupa é ver uma cidade porca, todo o santo dia, haja greve ou não do lixo. E a esse problema a CML continua sem dar resposta.

1 comentário:

  1. Eaxctamente (refiro-me ao último parágrafo).

    E ainda hoje de manhã, a descer a Av. Alexandre Herculano cheia de folhas caídas (que nos dias que correm não é necessário varrer manualmente), e escorregando perigosamente praticamente a cada passada, constatei mais uma vez que na cml há muitos Zés que fazem cera.

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