11/11/2008

Terminal de Contentores de Alcântara

É curioso ver que a maioria dos argumentos dos defensores da ampliação do TCA se aplica a uma plataforma em qualquer ponto de Portugal; outra parte, a uma plataforma em Lisboa. E muito poucos desses argumentos se aplicam especificamente a Alcântara.

Mas o que eu não vejo nenhum deles defender é que se façam estudos comparativos e abrangentes - se a bondade da decisão de ampliar o TCA é assim tão evidente, deviam ser os seus defensores a pedir estudos e análises, e não os que se lhe opôem.

Outro ponto que vejo bastante escamoteado do debate - e me parece fundamental - é a justificação da atribuição da concessão à Mota-Engil "porque tem sido um bom concessionário até aqui" (Eng. Manuel Frasquilho na sessão de apresentação do projecto no Terminal Marítimo de Alcântara, verbatim).

7 comentários:

  1. gostava de saber onde foi buscar a ideia de que os estudos nao foram feitos...

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  2. Parece-me que Lisboa é a zona do país com melhores condições para ter um grande porto de mercadorias que possa competir com outros portos europeus.

    Em Alcântara existem várias infraestruturas que teriam que ser criadas se se pensasse fazer o porto noutros locais. Isso torna a opção de Alcântara mais barata do que a maior parte das outras opções.

    A zona de Braço de Prata seria talvez a única alternativa viável, mas é bom não esquecer que brevemente (concorde-se ou não) vai começar a ser construída nessa zona a terceira ponte sobre o Tejo, o que torna a opção de Braço de Prata uma má opção pelo menos durante as obras de construção da ponte. E não me parece que se deva esperar para aumentar a capacidade do porto de Lisboa.

    Por último a questão da concessão, eu acho que deveria ter havido concurso público. Mas parece-me que deve ser o Tribunal de Contas a ajuizar se o processo foi legal ou ilegal.

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  3. "Lisboa é a zona do país com melhores condições para ter um grande porto de mercadorias que possa competir com outros portos europeus"
    Não era Sines? entao nessa estrategia de tornar Lisboa num grande Porto o ideal seria usar toda a zona ribeirinha, deste modo seriamos muito mais competitivos e criar-se-iam muito mais dinâmicas
    economicas!DE repente a zona de Alcantara parece-me pequena.

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  4. Estas grandes obras públicas que só são um desbaratar de oportunidades e comprometem o futuro, não existe planeamento ou ordenamento estratégico, a nível nacional, regional ou municipal, senão vejamos:
    Ota:
    Todo o ordenamento territorial foi feito tendo como base a implantação do aeroporto na Ota. Ora, não basta fazer "ajustamentos" quando a deslocação passa para Alcochete.
    Outra situação estranha é o facto de que na Ota existiam constrangimentos de crescimento futuro, e em Alcochete não será por este motivo que a área de construção quadriplicou?
    3ª Travessia:
    Esta ponte é fundamental para o desenvolvimento harmonioso da área metropolitana de Lisboa, mas a sua localização é um perfeito disparate prejudicando ambas margens, e o desenvolvimento urbano quer de Lisboa quer do Barreiro. Em Lisboa, porque pretende trazer a Alta Velocidade para dentro da Cidade, com consequências negativas para além de ambientais no tempo que irá perder ao atravessar a ponte. A estação interface localizada no Parque das Nações alargando a estação (ou apeadeiro) do Oriente é um erro pois irá congestionar uma zona inexplicavelmente já congestionada, e com ambiente urbano bastante degradado. No Barreiro, vale a pena recordar que esta ponte encontra a cerca de 50 metros de altura o que irá produzir efeitos extraordinariamente negativos ao centro da cidade, e a toda a zona marginal. O que significa que a frente rio do Barreiro ficará para sempre comprometida. A solução da TIS-Prof. Manuel Viegas, era preferível pois permita o usofruto futuro da peninsula do Montijo, e uma ligação natural e lateral ao Barreiro sem as agressões de uma infraestrutura pessada como esta.
    O Terminal de Alcantara:
    Compromete a cidade de Lisboa, em termos visuais, ambientais e patrimoniais. Visuais porque os contentores, apinhados em cima uns dos outros, subvertem o usfruto das vistas. Ambientais porque os tuneis e subterrâneos necessários à ligação a Alcantara Terra poderá ter consequêncas futuras imprevíssiveis. Patrimonial, porque nunca mais se poderá resolver a avenida marginal, a desvalorização do património do estado é evidente,estou-me a referir aos prédios entre a Cruz Vermelha/Museu de Arte Antiga e Av. Infante Santo ficam desvalorizados.

    Todas estas decisões são avulsas, sem dúvida com muitos estudos, mas com visões limitadas no tempo, não beneficiam a Cidade de Lisboa ou os seus cidadãos, ou melhor dizendo comprometem o futuro das próximas gerações.
    Em conclusão, poderá dizer que esta crise financeira não serviu de lição, continuamos a desbaratar oportunidades e a hipotecar o futuro.

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  5. 100% com o ultimo post! Qual floresta qual quê isto é para fazer árvore a árvore!

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  6. O desenvolvimento do Porto de Lisboa está previsto no PNPOT. Nâo se pode acusar de incoerência.

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  7. O Estado tem de se decidir, de uma vez por todas, o que quer de Alcântara. Primeiro quiseram renová-la, demolindo antigos armazéns e contruindo habitações, escritórios, lojas e restaurantes, e agora já querem torná-la uma zona industrial! Não entendo, honestamente!

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