No Expresso deste fim-de-semana duas referências à ampliação do Terminal de Contentores de Alcântara:
Uma de Henrique Neto (sem link) que, num artigo sobre o projecto Tânger Med - que vejo, finalmente e com prazer, ser incluído no debate, diz: "...enquanto o Governo de Marrocos retira os ferries da baía de Tânger - 700.000 camiões por ano - para dedicar a baía aos grandes paquetes de turismo e à marinha de recreio, o Governo português quer gastar mais de 250 milhões de euros para colocar contentores no centro da cidade, em Alcântara. Decisão sem qualquer justificação razoável, mas que mostra as verdadeiras causas do nosso atraso: pequenez de pensamento estratégico, a meias com a determinação de servir os interesses particulares próximos do poder, à custa do bem público" (negritos meus).
Outra de Manuel Champalimaud (sem link), um dos operadores do porto de Lisboa, que se insurge - mais do que legitimamente - contra a ampliação do terminal e a forma como a concessão foi prolongada.
("O desafio marroquino", de Henrique Neto, pág. 30 do Caderno Economia; e "Alcântara, uma concessão vitalícia?", de Manuel Champalimaud, pág. 37 do 1º Caderno, Expresso, 13/12/2008.)
É importante esta menção a Tânger não só por causa do exemplo - dedicar a área nobre à marinha de recreio e aos cruzeiros não é, aparentemente, um doce devaneio para todos - mas também porque (como de resto já mencionei neste blog), a menos de dois dias de navegação há portos com condições naturais infinitamente melhores do que Alcântara para o manuseamento de contentores. O Governo e a APL não querem aproveitar Lisboa para aquilo que o seu estuário é óptimo, para nos dar em troca um terminal de contentores que será sempre medíocre - tanto nas consequências para a cidade (que não serão medíocres, mas sim péssimas) como na dimensão.
Uma de Henrique Neto (sem link) que, num artigo sobre o projecto Tânger Med - que vejo, finalmente e com prazer, ser incluído no debate, diz: "...enquanto o Governo de Marrocos retira os ferries da baía de Tânger - 700.000 camiões por ano - para dedicar a baía aos grandes paquetes de turismo e à marinha de recreio, o Governo português quer gastar mais de 250 milhões de euros para colocar contentores no centro da cidade, em Alcântara. Decisão sem qualquer justificação razoável, mas que mostra as verdadeiras causas do nosso atraso: pequenez de pensamento estratégico, a meias com a determinação de servir os interesses particulares próximos do poder, à custa do bem público" (negritos meus).
Outra de Manuel Champalimaud (sem link), um dos operadores do porto de Lisboa, que se insurge - mais do que legitimamente - contra a ampliação do terminal e a forma como a concessão foi prolongada.
("O desafio marroquino", de Henrique Neto, pág. 30 do Caderno Economia; e "Alcântara, uma concessão vitalícia?", de Manuel Champalimaud, pág. 37 do 1º Caderno, Expresso, 13/12/2008.)
É importante esta menção a Tânger não só por causa do exemplo - dedicar a área nobre à marinha de recreio e aos cruzeiros não é, aparentemente, um doce devaneio para todos - mas também porque (como de resto já mencionei neste blog), a menos de dois dias de navegação há portos com condições naturais infinitamente melhores do que Alcântara para o manuseamento de contentores. O Governo e a APL não querem aproveitar Lisboa para aquilo que o seu estuário é óptimo, para nos dar em troca um terminal de contentores que será sempre medíocre - tanto nas consequências para a cidade (que não serão medíocres, mas sim péssimas) como na dimensão.
Bem, se na realidade como diz Alberto João Jardim 60% da economia do país está entregue aos cavalheiros da maioria pouco se poderá fazer, do que assistir ao enrequecimento desta gente.
ResponderEliminar!!!! Coitadas das pessoas de Tânger, vão ficar sem comida nas prateleiras dos supermercados!!!!
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