No Le Monde um excelente artigo sobre a evolução do transporte contentorizado, portos para os movimentar, transshipment, etc. Uma pessoa lê isto e pergunta-se que sentido faz construir uma plataforma de 1 milhão de TEUs num sítio que daqui a 15 ou 20 anos estará saturado - e que até lá vai envenar-nos a vida, e tomar o lugar de outras actividades. Tanto mais que a meia-dúzia de horas de navegação está um porto com possibilidades de extensão muito superiores, e que com um investimento menor seria capaz de acolher a evolução, e participar na competição, de que fala o artigo.
PS - hoje passei no Cais do Sodré e pela enésima vez perguntei-me "há quanto tempo anda esta estação em obras?" Desta vez fui ao gabinete de Apoio ao Cliente perguntar. "Quase 4", disseram-me, gentilmente. 4 anos para fazer obras numa estação. Quatro.
PS - hoje passei no Cais do Sodré e pela enésima vez perguntei-me "há quanto tempo anda esta estação em obras?" Desta vez fui ao gabinete de Apoio ao Cliente perguntar. "Quase 4", disseram-me, gentilmente. 4 anos para fazer obras numa estação. Quatro.
O problema em Lisboa é que quem crítica o projecto de ampliação do porto de contentores de Alcântara, não põe em causa a sua existência. Pelo contrário, a maioria insiste na sua existência tal como está, o que é no mínimo incoerente.
ResponderEliminarTal como está, é um equipamento prejudicial à qualidade de vida na cidade e muito provavelmente irá definhar até deixar de ter viabilidade económica. O novo projecto, se fôr garantido que não aumenta o escoamento por camião relativamente ao que temos agora e se fôr garantido o estudo de impacto ambiental com o acompanhamento do LNEC, poderá mesmo representar uma melhoria para o ordenamento e qualidade de vida na cidade.
Quanto ao artigo do Le Monde incide sobre o mercado do mediterrâneo. O nosso é o Atlantico. E acerca disso não é preciso ir a França para encontrar bons artigos. Basta ler o artigo de opinião de há umas semanas de Henrique Neto no Expresso, onde é relatado o investimento previsto para Marrocos nessa área.
Em vez de acabar com o Porto em Lisboa e apostar de vez em Sines, o Português continua a pensar pequeno.
E assim, pequeno e pobre irá ficar.
Estamos sempre a aprender.
ResponderEliminarLição de hoje, Lisboa -> Mediterrâneo.
Caro Anónimo das 14h13,
ResponderEliminarConcordo consigo quanto à incoerência que é deixar o TCA como está. Quanto a mim devia acabar-se com aquilo. Já acabar com o porto de Lisboa parece-me demais.
Caro Anónimo das 15h23,
O seu poder de dedução é fascinante. Pode dizer-me de onde infere que Lisboa é no Mediterrâneo?
PS - já agora: o artigo também fala de Tânger que é, se a memória não me falha, no Atlântico.
Quando referi em acabar com o porto em Lisboa, estava-me de facto a referir ao porto de descarga de contentores.
ResponderEliminarQuanto a Tanger, é de facto no Atlântico, mas não o consegui encontrar no artigo. Fala noutros como o de Roterdão que são de facto no Atlântico, mas todo o artigo incide mais num mercado com o qual será difícil competir, tratando-se do transporte vindo do canal do Suez. A meu ver, ao que poderemos aspirar será sermos uma porta de entrada de mercadorias de navios vindos do Atlântico.
Seja como fôr o artigo é muito pertinente e útil para se perceber melhor o caso de Lisboa.
E uma boa continuação de divulgação!
Creio haver uma breve menção a Tânger, mas nem a procuro porque não é de todo o essencial. Fico contente por partilhar a pertinência e a utilidade do artigo.
ResponderEliminarCordialmente,
Luis Serpa