02/01/2009

Grandes mudanças no Mediterrâneo

No Le Monde um excelente artigo sobre a evolução do transporte contentorizado, portos para os movimentar, transshipment, etc. Uma pessoa lê isto e pergunta-se que sentido faz construir uma plataforma de 1 milhão de TEUs num sítio que daqui a 15 ou 20 anos estará saturado - e que até lá vai envenar-nos a vida, e tomar o lugar de outras actividades. Tanto mais que a meia-dúzia de horas de navegação está um porto com possibilidades de extensão muito superiores, e que com um investimento menor seria capaz de acolher a evolução, e participar na competição, de que fala o artigo.

PS - hoje passei no Cais do Sodré e pela enésima vez perguntei-me "há quanto tempo anda esta estação em obras?" Desta vez fui ao gabinete de Apoio ao Cliente perguntar. "Quase 4", disseram-me, gentilmente. 4 anos para fazer obras numa estação. Quatro.

5 comentários:

  1. O problema em Lisboa é que quem crítica o projecto de ampliação do porto de contentores de Alcântara, não põe em causa a sua existência. Pelo contrário, a maioria insiste na sua existência tal como está, o que é no mínimo incoerente.

    Tal como está, é um equipamento prejudicial à qualidade de vida na cidade e muito provavelmente irá definhar até deixar de ter viabilidade económica. O novo projecto, se fôr garantido que não aumenta o escoamento por camião relativamente ao que temos agora e se fôr garantido o estudo de impacto ambiental com o acompanhamento do LNEC, poderá mesmo representar uma melhoria para o ordenamento e qualidade de vida na cidade.

    Quanto ao artigo do Le Monde incide sobre o mercado do mediterrâneo. O nosso é o Atlantico. E acerca disso não é preciso ir a França para encontrar bons artigos. Basta ler o artigo de opinião de há umas semanas de Henrique Neto no Expresso, onde é relatado o investimento previsto para Marrocos nessa área.

    Em vez de acabar com o Porto em Lisboa e apostar de vez em Sines, o Português continua a pensar pequeno.

    E assim, pequeno e pobre irá ficar.

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  2. Estamos sempre a aprender.
    Lição de hoje, Lisboa -> Mediterrâneo.

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  3. Caro Anónimo das 14h13,

    Concordo consigo quanto à incoerência que é deixar o TCA como está. Quanto a mim devia acabar-se com aquilo. Já acabar com o porto de Lisboa parece-me demais.

    Caro Anónimo das 15h23,

    O seu poder de dedução é fascinante. Pode dizer-me de onde infere que Lisboa é no Mediterrâneo?

    PS - já agora: o artigo também fala de Tânger que é, se a memória não me falha, no Atlântico.

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  4. Quando referi em acabar com o porto em Lisboa, estava-me de facto a referir ao porto de descarga de contentores.

    Quanto a Tanger, é de facto no Atlântico, mas não o consegui encontrar no artigo. Fala noutros como o de Roterdão que são de facto no Atlântico, mas todo o artigo incide mais num mercado com o qual será difícil competir, tratando-se do transporte vindo do canal do Suez. A meu ver, ao que poderemos aspirar será sermos uma porta de entrada de mercadorias de navios vindos do Atlântico.

    Seja como fôr o artigo é muito pertinente e útil para se perceber melhor o caso de Lisboa.

    E uma boa continuação de divulgação!

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  5. Creio haver uma breve menção a Tânger, mas nem a procuro porque não é de todo o essencial. Fico contente por partilhar a pertinência e a utilidade do artigo.

    Cordialmente,
    Luis Serpa

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