Com que autoridade vem a câmara de Lisboa falar em moderação da propaganda?
A generalidade dos partidos políticos decidiu aceitar o desafio da Câmara Municipal de Lisboa para se absterem de colocar “outdoors” em algumas das praças de Lisboa. É uma atitude digna de registo. É um primeiro passo no sentido de diminuir os impactos negativos resultantes destas acções.
É de saudar a preocupação da CML com a salvaguarda do espaço público em matéria de propaganda. Com efeito, é manifesto o excesso de propaganda em Lisboa. Publicidade em suportes desadequados, ou com excessivo impacto visual, ou até ilegal.
Mas não deixa de ser curiosa esta súbita preocupação da CML com as restrições à propaganda política precisamente na altura em que os partidos e movimentos candidatos aos vários actos eleitorais – também às eleições autárquicas de Lisboa, começarão a difundir as suas propostas ou as suas críticas. Porque não iniciou esse esforço antes (dando continuidade ao trabalho efectuado no mandato anterior)?
Depois da invasão totalmente desregrada de publicidade em toda a cidade como sucedeu no último Natal ou com a total ocupação de praças e até da principal avenida com acções publicitárias que repetidamente impedem a circulação das pessoas, com que autoridade vêm os actuais responsáveis falar em moderação da publicidade?
Para voltar a haver uma atitude positiva nesta matéria, a câmara deverá começar por voltar respeitar as normas criadas no mandato anterior para o licenciamento de telas publicitárias com o objectivo de restringir a sua colocação especialmente nas zonas históricas e monumentais e deverá retomar o combate à publicidade ilegal que então permitiu limpar os principais eixos de Lisboa.
texto publicado no jornal Meia Hora
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