In Público (4/6/2009)
Inês Boaventura
«No livro da autarquia, as principais espécies arbóreas surgem assinaladas no mapa de cada espaço verde
A Câmara de Lisboa vai lançar amanhã um Guia dos Parques, Jardins e Geomonumentos, que, além de apresentar mapas e informações úteis sobre 51 espaços da cidade, localiza mais de 120 espécies de plantas e propõe quatro percursos pedestres no "imenso" Parque Florestal de Monsanto e na "por vezes esquecida" Tapada da Ajuda.
O livro, com uma tiragem de quatro mil exemplares, vai estar à venda na Fnac a partir de amanhã e na Livraria Municipal a partir de segunda-feira, por 15 euros. Segundo o vereador do Ambiente e Espaços Verdes, está a ser produzida uma versão em inglês do guia, que tem quase 400 páginas e identifica "todos" os jardins de Lisboa, embora alguns deles apenas com uma fotografia e a morada.
Dividindo a cidade em cinco zonas - Ocidental, Ribeirinha, Norte, Central e Oriental -, o livro apresenta com algum detalhe e várias fotografias 51 parques, jardins e geomonumentos, incluindo a sua história e informações úteis, como o horário de funcionamento, o acesso a pessoas com mobilidade reduzida, a existência de equipamentos como parques infantis, cafés, restaurantes, esplanadas e parques de merendas, a dinamização de actividades lúdicas e o acesso por transportes públicos.
O coordenador editorial considera na introdução do guia que este "é um convite a uma viagem ao rico património de parques e jardins de Lisboa", dando por exemplo a conhecer "notáveis árvores de espécies oriundas de todos os continentes". Para quem quiser ver de perto esses exemplares, alguns dos quais David Travassos sublinha serem "autênticos monumentos vivos", o livro indica num mapa a sua localização exacta.
O coordenador acrescenta que o guia "é também uma viagem pela história de Portugal e de Lisboa", apresentando parques e jardins de diferentes tipologias e épocas, além de proporcionar "um encontro com inúmeros monumentos da cidade". Já o vereador Sá Fernandes destaca que esta publicação, destinada a quem vive em Lisboa e a quem a visita, desvenda "jardins que ninguém conhece, como o Jardim do Seminário da Luz e a Tapada das Necessidades" e mostra a "história bestial" por trás de seis geomonumentos, provando que são mais do que "uma parede".
Amanhã, por ocasião do Dia Mundial do Ambiente, a Câmara de Lisboa vai também assinar um protocolo com a Valorsul com vista à arborização da encosta do Casal Ventoso.»
A ideia é estimável, mas convinha que na prática do dia-a-dia da gestão camarária a coisa fosse mais do que letra no papel. Assim, por exemplo, convinha que deixassem em paz Monsanto, e que abates de árvores sem pareceres técnicos fossem banidos para todo o sempre. E que os geomonumentos fossem de facto dignificados e protegidos, por exemplo.
Eu, se fosse à cml, mandava arranjar primeiro os geomonumentos e os jardins e só depois lançava o guia.
ResponderEliminarMas nesta terra (e com esta cm) faz-se sempre tudo ao contrário.
Eu não tenciono ir descobrir nada do que eles anunciam, já tive decepções que chegassem.
Caro anónimo,
ResponderEliminarSó se gosta e quer proteger aquilo que se conhece.
Só cinismo puro pode querer bater na CML por encomendar este guia.
Muito há por fazer, mas atirar pedras por se fazer uma coisita, por pequena que seja, é dar tiros nos pés.
Elogie-se o livro. E depois peça-se mais acção.
Cumprimentos,
Pedro Lérias