14/08/2009

Esplanadas encerradas em São Pedro de Alcântara


Lisboa
por DANIEL LAM
Hoje in "DN"

Desde há quatro meses que o quiosque está fechado. Turistas queixam-se que só podem beber do chafariz. Estabelecimentos vão reabrir
Os utilizadores do jardim do miradouro de S. Pedro de Alcântara, às portas do Bairro Alto e virado para a encosta do Castelo de S. Jorge, em Lisboa, andam sedentos e desejosos que entrem em funcionamento os dois quiosques ali instalados. Mas ainda vão ter de esperar, pelo menos, mais uma semana.
Um dos quiosques, no patamar inferior, nunca chegou a abrir. O maior, na parte principal do miradouro, abriu com uma grande esplanada pouco depois de, em Fevereiro de 2008, ter reaberto o jardim. Mas o concessionário desse quiosque não conseguiu cumprir o prazo e "fechou-o há três ou quatro meses", revelou ao DN fonte da Câmara de Lisboa. Anunciou que, "na próxima semana, outro concessionário deve abrir os dois quiosques" (ver caixa).
No local, os turistas estranham a situação e até perguntam: "Como é possível estarem estes espaços fechados, quando há aqui tanta gente que quer tomar uma bebida fresca ou um gelado e não pode?"
Anna, que veio da Holanda com uma amiga, estava nas mesas situadas junto ao corrimão do miradouro a comer o farnel que tinha trazido na mochila. A jovem loura, de grandes olhos azuis, queixava-se de ter sede e calor. Apontava para o grande quiosque verde, situado ali atrás, e perguntava: "A que horas abre?"
Ficou muito surpreendida quando um morador na zona lhe disse que "não abre e está assim fechado há vários meses". A amiga de Anna apontou para baixo, para o quiosque mais pequeno, e perguntou: "E aquele?"
"Aquele nunca chegou a abrir", explicou o mesmo residente, de nome José, que afirmou ao DN ser "inconcebível o miradouro mais belo de Lisboa não ter nenhum bar ou esplanada onde as pessoas possam tomar um café ou qualquer outra coisa. E estão aqueles dois quiosques ali fechados sem servirem para nada. É um desperdício".
Nas outras mesas junto de Anna também merendavam mais turistas, que apontavam para o grande quiosque e esboçavam uma expressão de estranheza pelo facto de não haver ali nenhum espaço comercial aberto.
Tony, que veio de Londres, confessou ao DN que "uma coisa destas não faz sentido. Um local tão bonito, com uma vista espectacular e um clima fantástico, deveria ser mais bem aproveitado e ter as condições necessárias".
Com o calor a apertar e a despertar a sede, os turistas não tiveram outra solução senão recorrer ao chafariz existente no jardim. Chegou a formar-se ali uma fila de uma dezena de pessoas sequiosas, à espera para beber água.
Já à portuguesa, Manuel, habitual frequentador da zona, disse ao DN que "isto estava a pedir era que uma pessoa trouxesse para aqui umas geladeiras - daquelas de ir para a praia - cheias de bebidas frescas e se pusesse a vendê-las. Isso é que era bom negócio".
E, pelos vistos, nem haveria grande concorrência. É que nas imediações do jardim não há muita oferta em termos de estabelecimentos de comidas e bebidas. A pastelaria situada mais perto, na esquina da Rua de S. Pedro de Alcântara com a Travessa de S. Pedro, está encerrada para obras até ao fim do mês.
Para fazerem face ao excessivo calor que se tem sentido, os turistas aproveitam para se refrescar no lago com repuxo existente no centro do jardim. Tiram os sapatos ou as sandálias, arregaçam as calças e ficam sentados na borda do lago com os pés de molho.

3 comentários:

  1. Ah, mas então não era o Zé que lá fazia imensa falta que andava todo ufano com o que tinha feito nesse jardim?

    Afinal, é o que se vê.

    Razão tem quem lhe chama ALDRABÃO.

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  2. De facto é uma vergonha!

    Com o PSL é que era! Jardim e miradouro fechado e quiosques nem vê-los.

    Aí, os turistas nem no bebedouro bebiam.

    O português gosta é de deitar abaixo...

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  3. Pois, qualquer promessa não cumprida da actual vereação é uma maravilha maravilhosa.

    Os Tugueses, coitados, contentam-se com pouco.

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