In Jornal de Notícias (9/9/2009)
«A Câmara de Lisboa pagou 2,9 milhões de euros ao arquitecto Frank Gehry, contratado no tempo do ex-presidente da autarquia Santana Lopes, para elaborar um projecto de requalificação do Parque Mayer que nunca saiu do papel.
Segundo disse à Lusa fonte da autarquia, o pagamento foi feito através da EPUL (Empresa Municipal de Urbanização de Lisboa). Frank Ghery foi contratado para tratar da recuperação do Parque Mayer pelo executivo de Santana Lopes (PSD), uma opção que o actual presidente, António Costa (PS), acabou por pôr de parte ao lançar um concurso de ideias, ganho por Aires Mateus, autor do modelo urbano que será votado hoje em reunião da Câmara Municipal.
De acordo com o documento orientador (termos de referência) do Plano de Pormenor (PP) do Parque Mayer, o projecto deverá integrar a proposta vencedora do concurso público para a recuperação do Capitólio, da autoria do ateliê Souza Oliveira.
O Plano de Pormenor do Parque Mayer deverá incluir um hotel com 100 quartos e admite um outro para investigadores e professores convidados na área dos Museus da Politécnica.
Os termos de referência assumem o Parque Mayer como uma área vocacionada para actividades lúdicas e culturais, "bem como para a fixação de outras actividades que complementem e viabilizem economicamente a operação".
Nas áreas dos Museus da Politécnica e Jardim Botânico é admitida a possibilidade de remodelação ou substituição por novos edifícios "para uma unidade hoteleira vocacionada para investigadores e professores estrangeiros convidados, e outros usos (cultura, recreio e comércio), conforme indicação da Universidade de Lisboa".
Na área geográfica do Parque Mayer o Plano deverá prever uma unidade hoteleira com 100 quartos e um teatro com cena à italiana e capacidade até 600 espectadores ou a possibilidade de remodelação do teatro "Variedades".
Está ainda previsto um espaço com cerca de 2.000 metros quadrados para usos culturais e uma área total que ronda os 20.000 metros quadrados para comércio serviços, restauração e lazer.
Na zona dos Museus da Politécnica prevê-se a reabilitação do edifício dos museus para fins científicos e museológicos, com exposições permanentes e temporárias, e a recuperação do Picadeiro para espaço de exposições, eventos culturais ou encontros científicos.
O Plano de Pormenor do Parque Mayer está enquadrado pelo Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE) e abrange as freguesias de S. José e S. Mamede, numa área total de 16 hectares. »
A responsabilidade destes gastos é partilhada pelos executivos de Santana Lopes e António Costa.
ResponderEliminarWhat? Esses 2,9 M€ são inteirinhos da responsabilidade de PSL, que usou a EPUL porque a lei não lhe permitia dar um montante desses sem concurso público.
ResponderEliminarÉ discutivel a contratação de Frank Ghery.
ResponderEliminarLisboa não é Bilbao, e as necessidades numa e noutra são bastante diferentes. Aliás e abono da verdade a construção do de um "franchise" do Museu Gugemheim, foi mais uma questão política-devido às autonomias, e de forma a provocar fluxos turísticos numa zona que sofria alguma erosão. Os bascos reclamaram pelos investimentos realizados em Barcelona-JO 1992; Sevilha-Expo92; e Madric Capital da Cultura 92.
Não sendo grande apreciador do trabalho deste arquitecto, o projecto e a sua localização eram excelentes, seria um excelente pano de fundo para o jardim, (orgânico também). Ficava escondido no interior de um quarteirão não residencial mas sim de caracter lúdico.
O "rasgar" da proposta e do trabalho deste arquitecto norte americano, foi obviamente culpa de Antonio Costa, e descredibiliza perante terceiros o Munícipio de Lisboa.
Lembro que a Casa da Música da responsabilidade dos socialistas teve uma violentissima derrapagem financeira e de custos, a sua funcional mal, não serve os propositos para que foi construida, para além de estar totalmente desajustada na localização e imposição a toda uma cidade historia.
Desta forma o investimento nos honorários do arquitecto poderiam ter sido aproveitados, seria óbviamente prestigiante os arquitectos portugueses colaborarem com Frank Ghery.
Não dar seguimento ao trabalho revela sómente custos de má gestão por parte da actual autarquia que não continuou o projecto.
António Costa terá que ser sempre culpado de alguma coisa - extraordinário!...
ResponderEliminarTodos serão culpados quando usam dois pesos e duas medidas.
ResponderEliminarSantana é culpado da divida da CML quando esta foi aumentada com os PER+mais casal ventoso+expo(e as indminazações milionárias de má gestão) encargos nos mandatos anteriores. Porque razão o Costa não continua a mesma medida?
Ou será que é mais conveniente usar como arma de arremeço?
Quem paga são os Lisboetas!
E o projecto do TP e contentores?
Sim o Costa é culpado quanto mais não seja por ter gente como Sá Fernandes e Salgado com agendas diferentes. Aliás será que Costa quer ser presidente?
E se o governo de Socrates cair, daqui a 1 ou 2 anos, temos o Costa a ir directamente para o PS candidato a PM, e lá se vai Lisboa para as mãos de quem?
Lisboa não está na agenda de Costa, e diga-se ainda bem.
No tempo de Santana Lopes, já havia um projecto para o PM, do tempo de João Soares.
ResponderEliminarCalculo que esse dinheiro, que não se comparará com o gasto com Gehry, também foi para o galheiro, ou não?
Que se saiba, nem a EPUL foi usada para pagar a Foster o estudo prévio, nem a verba terá sequer chegado a montantes semelhantes aos de Gehry, nem me lembro de comitivas a L.A., nem me lembro de batedores de polícia à frente de Foster. Lembro-me é que o projecto de construção se Foster tivesse vingado seria uma barbaridade. A solução do Parque Mayer é tão fácil e tão barata que até dói ver quanto tempo e dinheiro se tem gastado só para dizer ámen aos lóbis. O Parque Mayer devia ser um jardim, prolongando o JB, e o único equipamento a recuperar o Capitólio. Ponto. Tudo o mais é engenharia financeira para viabilizar um PP, que passará, irremediavelmente, pelo aumento para o dobro das cérceas (Calçada da Patriacal, Rua do Salitre, Rua da Alegria), para o esventramento de logradouros, e para uma concepção inequívoca: fazer do JB o "logradouro" dos futuros hotéis e condomínios "with a view".
ResponderEliminarJá não é mau lembrar-se de se que o projecto de construção de Norman Foster (o tal do tempo de João Soares) tivesse vingado seria uma barbaridade...
ResponderEliminarÉ que se fala sempre do Gehry como se só então tivesse sido inaugurada a cadeia de asneiras...
Já que tinham pagado ao Franck Gehry porque não ter feito este projecto em Coimbra, Guimarães, Braga, Beja que bem necessitava d'um projecto destes para saír da siesta turística ao que está.
ResponderEliminarBem quem deve estar mais contente, é claro o Gehry que tem o dinheirinho no bolso,LOL.
Claro que Ghery tem o dinheirinho no bolso,mais J Soares, mais Foster ,mais Santana, mais Costa...!
ResponderEliminarNo bolso ou na campanha do partido...(financiamenmto dos partidos... ? Nickles !)
É que diz atrás, sem querer, P. Ferrero,são os lóbis...