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«As autoridades municipais iniciaram o processo de transformação da Avenida dos Oceanos numa via rápida, sucumbindo de forma inglória ao interesse das corporações e dos lobbies. A primeira intervenção teve início de mansinho. Enquanto os lisboetas se encontravam a banhos, gozando o período de férias de verão, foi dado início às obras nas proximidades da rotunda sul do Parque das Nações. À primeira vista parece coisa insignificante. Umas pequenas alterações na faixa de rodagem, uma mexidazinha no alinhamento dos pilaretes. Mas estas actividades não auguram nada de bom, nem para quem habita aquela zona nem para quem se acostumou a lá ir regularmente para desfrutar aquele espaço magnífico.
Ou muito me engano ou estão para acabar os passeios despreocupados pela Alameda, com as crianças encantadas a observar as erupções dos vulcões de água e os pais embalados pelo rebentar das ondas ao seu lado. O deslumbramento dos vulcões de água, a fruição visual e auditiva da vegetação e das ondas vai passar a ser uma actividade de risco, espezinhada pela cheiro e pelo ruído dos carros, amputada pela vigilância face ao perigo que representa o aumento do tráfego automóvel.
É lamentável que as autoridades que deviam proteger e acarinhar o espaço público, zelar pelos espaços de lazer e tranquilidade dos cidadãos, estarem mais preocupadas em abrir alas ao sacrosanto automóvel emulando a Alameda dos Oceanos no altar do fascínio oficial pela auto-estrada.
Aposto em como a esta pequena, mas indelével, intervenção se seguirão outras mais comprometedoras e mais desfigurantes do espaço em causa. Virá mais uma alteraçãozinha de faixa de rodagem, virá mais uma alteraçãozinha na disposição dos pilaretes. Daqui a uns tempos já estaremos a constatar o desaparecimento de uma ou outra estrutura arquitectónica, de uma ou outra arborização, pois por onde passam os carros aumenta a pressão para os estacionar.
Mais tarde ainda, algum ilustre representante do interesse público irá interrogar-se cinicamente sobre a necessidade dos vulcões de água face à pressão automobilística que, entretanto, aumentou de forma desmesurada em consequência das alterações introduzidas na Alameda. E assim Lisboa ficará com mais um monumento à falta de respeito pelo espaço público da parte daqueles que deviam ser os primeiros e os mais empenhados em o defender e promover. Lamentável.
Lina Lopes, Lisboa»
Bem... para dizer a verdade, só há movimento de pessoas assinalável junto ao Centro Comercial Vasco da Gama...
ResponderEliminarIsto é o que me parece das vezes que lá tenho ido, posso estar enganado.
Bem a propósito da «Semana Europeia da Mobilidade», sob o tema «Melhoremos o Ambiente na Cidade»! Todas estas iniciativas serão bem intencionadas mas acabam por não ter grande peso na melhoria efectiva da qualidade de vida dos peões. O cidadão principal ainda é o carro e é para esse que vão os grandes investimentos da capital e do país.
ResponderEliminarQue atentado!
ResponderEliminarCC
Uma vergonha...
ResponderEliminarPortanto a rotunda está em obras e os pilaretes foram realinhados e daí se conclui que a Alameda passa a "via rápida"?
ResponderEliminarTalvez a rotunda esteja em obras porque a visibilidade de quem pretendesse nela entrar era quase nula sobre o outro lado da placa?
Talvez os pilaretes tenham sido realinhados porque muitos estavam soltos ou porque foram colocados indistintamente sobre acessos tranversais à alameda?
Talvez estejam a construir uma ciclovia?
Ou talvez sejam mesmo os "interesses da corporações e dos lobbies" (quais?) em transformar a pacata alameda numa via rapida.
a alameda dos ocenanos deve continuar pedonal! aliás, o espaço público do parque das nações é prémio Valmor!
ResponderEliminaré A MESMA COISA que se deixassem os carros circular, novamente, na rua augusta.
se em todo o mundo o movimento é fechar ruas ao trânsito, penso que será inedito transformar uma rua pedonal, de raiz, em rua com transito.
será mesmo, porque esta rua nunca teve trânsito.
proponho uma petição que mantenha a alameda dos oceanos como pedonal, deste a rotunda sul até à FIL.
Mas a alameda dos Oceanos TEM trafego automóvel. Nos dois sentidos! O facto de as vias serem de acesso restrito, estarem tão delimitadas e com bandas sonoras até pode parecer a muita gente que não passam lá carros.
ResponderEliminarMas passam. E como o projecto urbano original contemplava a alameda dos oceanos com faixas de rodagem, muitos dos edifícios da alameda (incluindo o CC Vasco da Gama) têm os acessos das garagens naquela via.
mas não tem em toda a sua extensão,como a av. d joão III
ResponderEliminaros carros entram apenas em zonas limitadas e em zonas de acesso a garangens, parques de estacionamento ou em contorno de edificios.
faria sentido que estivesse apenas acessível a transportes públicos, como minibus, ou electricos rápidos, já que, o parque das nações, tem poucas carreiras de autocarros e um estação de metro em zona limítrofe.
É assim que começam os boatos...
ResponderEliminarA alameda dos Oceanos está como está desde 1998 e não há projectos para a alterar.
A única obra que ocorreu foi a alteração do canteiro da rotunda sul para melhorar a visibilidade e a segurança dos peões e condutores que ali passam.
De resto a circulação norte - sul faz-se em toda a sua extensão numa única faixa e a circulação sul-norte em trechos pontuais.