In Público (14/11/2009)
Por Inês Boaventura
«O PCP acusa a Câmara de Lisboa de se preparar para, "a coberto de uma pretensa requalificação modernizadora", alterar "negativa e irreversivelmente" o Jardim do Príncipe Real. O abate de "árvores históricas" é uma das críticas feitas à autarquia, que rea-ge garantindo que só irá "substituir" exemplares "com problemas graves ao nível fitossanitário".
O PCP parte da intervenção em curso no Príncipe Real, um jardim emblemático da cidade nascido na segunda metade do século XIX, para criticar toda a actuação que vem sendo desenvolvida na área dos espaços verdes. Em comunicado, o partido fala numa "ânsia de mostrar trabalho" que é concretizada "descartando não só as suas [dos jardins] características históricas, mas também as próprias árvores".
O assessor de imprensa do vereador dos Espaços Verdes afirma que estas críticas não têm fundamento e sublinha que o projecto de requalificação do Jardim do Príncipe Real, que arrancou esta semana e deve durar quatro meses, "foi aprovado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqrueológico". As árvores a abater, explica, são "cerca de 20" choupos e ulmeiros "com problemas graves ao nível fitossanitário", a substituir por lódãos, e "seis robínias", que darão lugar a exemplares da mesma espécie.
"Não está prevista qualquer intervenção em nenhuma das árvores classificadas do jardim", garante João Camolas, acrescentando que no fim da obra "até haverá mais árvores", porque vão ser plantadas algumas nas clareiras que estavam vazias. A requalificação do espaço, "há muito pedida" pelos munícipes, abrange os pavimentos, a iluminação e o parque infantil.»
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A verdade é que cada vem maiz se confia menos nos tais relatórios à vista que servem de pretexto ao abate sistemático de árvores de grande porte, em zonas "estratégicas" (ex. recente, inexplicável, foi no Parque do Vale do Silêncio, nos Olivais), à custa do argumento estafado de "problemas fitossanitários". Disso e das podas mal feitas já todos estamos fartos. Quem fez o diagnóstico? Há muito tempo que só confio em dois organismos: Laboratório de Patologia Vegetal Verissimo de Almeida e Autoridade Florestal Nacional (ex-Direcção-Geral de Florestas. Aqui, tal qual aquando da investida no Campo Pequeno, HÁ GATO!
No que toca ao Campo Pequeno muitas das árvores abatidas estavam em perfeito estado.
ResponderEliminarMas elas lá se foram e responsabilidades....nix!
Bem haja ao PCP-Lisboa por tentar impedir tal aberração.
ResponderEliminarCada vez sinto mais que o meu voto foi util.
Preocupante ...ainda mais no belíssimo Parque do Principe Real, que já havia sido descaracterizado há uns 10 anos pela colocação de uns candeeiros "contemporâneos", em gritante desarmonia com o romantismo único da praça e demais mobiliário.
ResponderEliminarDe facto, esta é uma daquelas interveções que fazem que pensar.
ResponderEliminarSendo frequentador assíduo, nem acho que o pavimento esteja assim tão mau. É certo que em certas zonas se encontra degradado, mas certamente não justificam uma intervenção total.
Aparentemente, no âmbito da intervenção, encontra-se a recuperação ou reformulação do parque infantil. Mas o que é que se passa aqui? É certo que alguns equipamentos já viram melhores dias, mas não estão em melhor estado porque não são alvo de manutenção como deviam.
Para finalizar, acho de uma tremenda violência e falta de respeito para os munícipes o encerramento total do jardim. Não seria possível fazer as obras de forma faseada, evitando a privação de usofruto deste espaço?
Não percebendo de problemas fitossanitários, mas sentindo afecto pelas árvores em questão, pergunto: não é possível protestar? Já é tarde demais? Porque não são submetidos estes projectos à aprovação dos Lisboetas?
ResponderEliminarJá agora: se a ideia é requalificar jardins, por que não se ocupam antes do desgraçado jardim do Campo Grande?
Estão a cortá-las neste momento...
ResponderEliminarÉ uma aflição...
ResponderEliminarCortam ... e não há volta a dar.
Se nem das contas e traficâncias sabem quanto mais das árvores! Não me refiro à Câmara mas aos grupos de interesses.
E a resposta é melíflua e é mentirosa, são 20???
Não percebo como não se sentam todos em frente das motoserras.
Humm...
ResponderEliminarA quem foi encomendado o projecto, de onde vêem as novas árvores e quanto custará tudo isto? No site da CML não parece haver respostas para estas questões...