RUA GARRETT, 25 a 35 / RUA IVENS, 63 a 75
Exemplo paradigmático da falta de critérios rigorosos para o centro histórico de Lisboa, neste caso concreto uma área urbana com pretensões a classificação pela UNESCO. A publicidade a promover este projecto anuncia com pompa «7 apartamentos de luxo com estacionamento». Mas uma análise dos números revela uma realidade bem diferente. Estamos perante cerca de 14 lugares de estacionamento para 7 apartamentos. Ou seja, na verdade o slogan deveria dizer: «14 estacionamentos com 7 apartamentos». É esta proporção de espaço que Lisboa dedica às pessoas versus carros. Em cada vez mais casos constatamos que os imóveis terão tanto espaço para estacionamento como para habitação! Comparar o número de pisos para estacionamento com o número de pisos para habitação numa obra dita de "reabilitação urbana" desmacara imediatamente a construção nova disfarçada (mal) de reabilitação. São apenas fachadas que estão a ser reabilitadas - atrás delas, surgem construções novas com banais estruturas de betão armado como se vê na imagem (umas vezes com mais qualidade, outras nem por isso). É assim que queremos repovoar a cidade? É isto reabilitação e sustentabilidade à moda lusitana? São estes os critérios para a Baixa e o Chiado?
É isso mesmo...a cidade de "fachadinhas", como um cenário de teatro....
ResponderEliminar...de um teatro onde passam peças mediocres e más!
ResponderEliminarbetão, betão, betão, betão, betão, betão, betão, betão, betão, betão
ResponderEliminaraquela suspeita janelinha rectangular aberta na empena deve ser coisa ilegal...
ResponderEliminarEntão mas como é que querem vender apartamentos para famílias se não lhes derem estacionamento? Que outra solução têm para ter uma cidade habitada?
ResponderEliminar2 lugares é o mínimo para uma família normal de classe média, numa cidade como Lisboa.
cd
Caro CD,
ResponderEliminarquem morar numa zona como esta a última coisa que precisa é de dois carros. A partir desta localização é possível chegar a qualquer parte da cidade com bastante facilidade. Ter um carro não é um direito. O direito é querer ter um carro. Mas só o deve ter quem o pode manter, estacionar e conduzir de acordo com o Código de Estrada. E é, por demais, importante que se estabeleçam regras apertadas de circulação e estacionamento de viaturas nas cidades como acontece por essa Europa fora. Digo isto tendo um carro que uso somente quando é estritamente necessário. Mudem-se os hábitos que usar o carro para ir duas ruas acima não é nem chic, nem inteligente, nem tão pouco aceitável.
É curioso como tanta gente deixa comentários mediocres nestes blogues. Como querem que se faça a reabilitação no centro das cidades? Fazendo casas sem estacionamento que ninguem compra? Mantendo pisos em madeira com 300 anos, sem conforto e sem condições de conforto e moderniddade? Qualquer idiota percebe que a reabilitação das cidades é urgente e indispensável, e que só pode ser feita através de projectos que sejam economicamente viáveis, o que implica fazer estacionamento.
ResponderEliminarpois então fica a saber que o que chama de necessidades de uma «família normal de classe média» são pura e simplesmente aberrações em Paris ou Londres! Essas quotas de 2 lugares de estacionamento não são para os centros históricos mas sim para os suburbios. Ou desejamos transformar todo o centro histórico de Lisboa num novo suburbio?
ResponderEliminarAinda ali acima falaram de Madrid. Madrid é um excelente exemplo. Antes de fecharem as ruas ao trânsito, dotaram o centro de inúmeros parques de estacionamento, quase todos com pisos reservados a residentes. Por exemplo, mostram a Rua de Fuencarral - tem um parque por baixo ao longo da rua. Mostram a Calle Preciados - que começa em Santo Domingo (parque), passa por Callao (parque Cote Ingles) e ainda tem o parque Tudesco a poucos metros. Mostram as Portas do Sol , onde há metro e cercanias e está rodeada de estacionamentos por tudo o que é sítio (Praça Mayor, Sevilla, Benavente, Carmen, Opera, Cortes, Descalzas, Santana...).
ResponderEliminarQuase todas as praças têm estacionamentos e em quase todas as renovações de prédios antigos constroem-se os parques nas caves, logradouros ou nos pisos térreos. E não são parquezinhos como em Lisboa. Alguns destes parques são de grande dimensão - a regra é simples: tem que haver lugar para todos.
Anónimo das 6:06,
ResponderEliminaré exactamente contra a mediocridade que me bato e me atrevo a deixar aqui a minha opinião. Medíocre é pensar-se que betão é conforto. Medíocre é não ver que o património é para manter e que a teoria que as casas antigas não são confortáveis são uma grande falácia que convence quem não sabe nem sonha que se destrói estes edifícios para os aumentar e parcelar de forma a ganhar o máximo com eles. Não há preocupações de conforto no espírito dos especuladores/empreendedores imobiliários.
Antes construia-se para o futuro e a prova são os inúmeros imóveis neste país, negligenciados, que apesar de não verem obras há décadas ainda se mantêm de pé. Hoje constrói-se o faz-de-conta: faz de conta que é luxo ter música ambiente, faz-de-conta que é urbano ter dois lugares para estacionar no parque subterrâneo, faz-de-conta que é parede quando é pladur, faz-de-conta que é tecto, faz-de-conta que os móveis de cozinha são de madeira, e por aí fora.
Vivo numa casa antiga e não trocaria por um apartamento moderno porque o que eu tenho no chão é madeira, tenho paredes verdadeiras, tenho uma casa que vai perdurar se não a destruírem por incúria ou ignorância.
http://www.youtube.com/watch?v=-jGZgutaGqA&feature=related
ResponderEliminarO modelo do apartamento com 2 lugares de estacionamento aplicado a zonas históricas habitacionais é de facto um dos maiores problemas. E a CML, ao impor essa quota obsoleta, porque insustentável, acaba por incentivar a demolição de edifícios para a construção caves de caves para estacionamento. Os efeitos que este modelo está a ter para o património arquitectonico são desastrosos. Em Londres estão a fazer precisamente o contrário: dão benefícios fiscais a quem decidir construir imóveis SEM estacionamento. E para quem insistir no modelo COM estacionamento privativo, há agravamento de taxas! Os objectivos? Levar os cidadãos a adoptarem hábitos d emobilidade mais sustentáveis, promover o uso dos transportes públicos, reduzir o número de carros na cidade.
ResponderEliminarHabitos de mobilidade sustentaveis é viajar num circo ambulante: http://www.youtube.com/watch?v=NErgXqpP380
ResponderEliminarTambém reclamam com tudo caramba! Acho muito bem que considerem na construção 2 lugares de estacionamento! Senão eram de certeza mais 14 carros a estacionarem numa zona já complicada :s
ResponderEliminarPorque é que as pessoas que protestam contra este modelo de reabilitação não arriscam o seu capital e vão fazer casas no centro de Lisboa sem estacionamento? É que todos sabemos que casas sem estacionamento não são vendáveis. É melhor deixar as casas cairem de podres? É melhor deixar os carros na rua, a ocupar espaço e a alimentar a confusão? Tenham mas é juízo e deixem-se de fundamentalismos esquerdistas e miseráveis.
ResponderEliminarÉ melhor investir na mudança de mentalidades. O futuro terá de pasar pela mudança de hábitos e de comportamentos. Assim como estamos a fazer, Lisboa não chega lá.
ResponderEliminar«centro histórico«? vivemos num centro histórico de fingir, numa cidade cada vez menos autêntica!
ResponderEliminarMais um comentario meu não publicado! Depois venham ca dizer que n ha sensura!
ResponderEliminarExtrema esquerda no seu melhor. ou não!
...e já foram lá ver a tela gigante de publicidade a cobrir a fachada da rua Garret?
ResponderEliminarCaro FJorge:
ResponderEliminarNão é só em Londres que as habitacções com estacionamento são mais taxadas, o nosso Código do IMI agrava os fogos com estacionamento privativo, este é um factor ponderador no calculo do índice de Vetustez e Conforto.
Este factor aliado ao índice de localização e à idade do imóvel (neste caso reconstruído e para efeitos do código do IMI edifício NOVO) irá penalizar fortemente os futuros proprietários deste 7 apartamentos; ficando estes taxados em valores largamente superiores ao que seriam os do mesmo imóvel recuperado e sem estacionamento.
f.
Mas quando estamos a falar em imóveis que apontam para uma clientela da classe alta, essas penalizações, nos valores actuais, não têm poder para alterar o paradigma da demolição versus construção nova.
ResponderEliminarAlias o principal problema de Lisboa é arranjar casa para a classe alta, que é precisamente a que tem mais carência habitacional, coitadinhos. As outras classes têm esse problema resolvido!!!
ResponderEliminarE a classe alta andar de carro? Lá agora, eles que adoram conviver com a classe baixa nos transportes publicos.