14/12/2009

Vereador do Urbanismo de Lisboa desconhece protocolo de apoio para a igreja do Restelo.


In Público (14/12/2009)
Por José António Cerejo


«Pároco garante que documento existe, João Soares diz que não se lembra e Salgado não sabe de nada


Três semanas depois de ter surgido a polémica sobre a construção de uma igreja em forma de caravela na paróquia de São Francisco Xavier, no Restelo, a Câmara de Lisboa ainda diz que não sabe se assumiu algum compromisso para apoiar a obra, nem se o respeitou ou não.

Manuel Salgado, vice-presidente do município e vereador do Urbanismo disse isso mesmo aos jornalistas, no final da reunião do executivo camarário de ontem: "Se existiu algum protocolo, eu, pessoalmente, não tenho conhecimento".

No PÚBLICO de terça-feira, o padre António Colimão, responsável por aquela paróquia há 19 anos, garantiu que o compromisso da autarquia foi assumido por escrito e se traduziu na promessa de 225 mil euros, destinados ao pagamento dos projectos do arquitecto Troufa Real. Segundo o pároco, só terão sido entregues 25 mil euros, presumivelmente ainda antes do fim de 2001, no mandato de João Soares. Este, por seu lado, afirma que não se recorda de ter sido atribuído qualquer subsídio, mas António Colimão acrescenta que no mandato de Santana Lopes ainda pediu os 200.000 euros em falta, tendo-lhe sido respondido que não havia dinheiro disponível.

Estas declarações não coincidem, contudo, com uma notícia publicada em Setembro de 2002, no Diário de Notícias, onde se citava o protocolo anteriormente celebrado entre o município e a paróquia. De acordo com essa notícia, a autarquia tinha prometido 234 mil euros e já tinha pago uma primeira parte, faltando apenas 87 mil euros.

O pároco tem-se escusado a divulgar o protocolo e a autarquia, já solicitada por escrito pelo PÚBLICO, continua a não esclarecer o assunto. "O senhor pároco não colocou o problema à câmara" de uma eventual dívida, limitou-se a dizer Manuel Salgado.

Ordem quer debate

A Ordem dos Arquitectos (OA) convidou, há 15 dias, o arquitecto Troufa Real para apresentar o projecto da igreja do Restelo, nas sessões públicas que tem promovido sobre casos mediáticos. De acordo com fonte da OA, citada pela Lusa, o convite da secção regional sul da OA seguiu há 15 dias para o arquitecto, mas ainda não teve resposta.»

4 comentários:

  1. Não resisto a publicar de novo o comentário que já havia feito em post anterior:

    "Isto não é vanguardista, nem é novidade, nem tem qualquer referência a seja lá ele o que for, que venha a ter qualidade.
    Seria bom, talvez, como bolo de aniversário para um catraio de dois anitos!
    Enfim, como a única coisa que este tipo de projectos pretende, é ser polémico, por tal nunca se devia valorizar, e FICAR MESMO APENAS PELO PROJECTO!

    Será que a falta de juízo de algumas pessoas desta época, vai levar à obra esta peça???

    RIDÍCULO é isso, quem aprova e quem faz a obra. E não propriamente o projecto do "bolo", que nem sequer devia ter comentários, e ser apenas "comido".
    Quanto ao autor, à sua boa maneira, está a ser polémico: objectivo conseguido, e deve ser aplaudido.

    E que tal a OPINIÃO da Ordem dos Arquitectos sobre tudo isto?"

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  2. Sempre é verdade que o terreno onde vai ser construida a Igreja é na área verde de cedência de um loteamento, ou não?
    É que se é verdade, é um acto administrativo nulo...

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  3. Isto está mesmo entregue à bicharada...

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  4. LOBO VILLA
    A Ordem dos Arquitectos(OA),não tem espírito de corpo nem ética disciplinar,não se pronuncia sobre as mais revoltantes questões nacionais ( como o des-Ordenamento do Território e a especulação imobiliária) e portanto a sua autoridade é nula e a sua "opinião", absolutamente insignificante.
    As reuniões fechadas ("maçónicas"?) que lá faz destinam-se a consagrar os monstros-autores das monstruosidades-arquitectónicas que produzem, como as torres soviéticas de Birne,em Cascais, e "amansar" as inquietas consciências dos jovens licenciados-associados.
    (Bem, e a cobrar quotas, claro.)

    Troufa pariu o monstro, Salgado(CML) "desconhece" ,claro, e o Lisboeta e o País, como ficam ?
    Mais uma reunião na OA vai esclarecer o quê ?...
    Que não vai haver mais ...mais "minaretes" ?

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