In Público (20/2/2010)
«As obras em curso, diz o vereador Nunes da Silva, "puseram a nu" problemas decorrentes de alterações introduzidas na canalização das águas pluviais
As maiores infiltrações nas lojas da Rua do Carmo, em Lisboa, devem-se a obras que os lojistas foram fazendo nos últimos anos e que danificaram o sistema de drenagem dos edifícios, revelou o vereador Fernando Nunes da Silva.
O vereador das Infra-Estruturas e Obras Municipais afirmou que as conclusões do relatório que a Câmara de Lisboa está a ultimar apontam para essa situação, sublinhando que as obras de demolição nos terraços do Carmo "puseram a nu" problemas que já existiam. "Quando se fizeram as montras e as lojas, alteraram-se e nalguns casos danificaram-se de forma irremediável os tubos de queda de canalização das águas pluviais, o que fez com que a água que se avolumava nos terraços do Carmo passe agora para as montras das lojas", explicou Nunes da Silva, citado pela agência Lusa.
O autarca lembrou ainda que, nalguns casos, as lojas atingiram tal profundidade que ultrapassaram o limite da muralha e "estão por baixo das ruínas do Convento". "Na zona entre o que era o edifício antigo e os novos prolongamentos o material é diferente, a carga nas abóbadas é diferente e, nessa zona de junção, há fissuras que resultam da diferença do material, de pequenos tremores de terra e eventualmente de pequenas cedências dos terrenos", disse. "Não é por acaso que um dos lojistas menos afectados foi o que fez uma segunda abóbada e entre as duas deixou uma caleira e uma condução de água", explicou o autarca.
"É preciso sublinhar que a maior parte das infiltrações não tem nada a ver com as obras que a Câmara de Lisboa está a fazer", afirmou o vereador, acrescentando que a autarquia vai ter que suportar custos acrescidos em todo o projecto quando "reconstruir o sistema de drenagem dos terraços do Carmo".
As infiltrações e fissuras afectam sobretudo seis lojas da Rua do Carmo e, segundo o vereador, nesta artéria a autarquia apenas é proprietária de um estabelecimento, sendo os restantes da Direcção-Geral do Tesouro.»
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Independentemente das obras que ao longo dos anos os proprietários das lojas agora afectadas foram fazendo, ilegalmente ou não, a verdade é que tal terá sido permitido (ignorado, no mínimo) pelos sucessivos executivos camarários; a verdade é que só agora, com as obras que decorrem nos chamados "terraços do Carmo", é que a coisa ficou a nú e aquelas lojas-símbolo daquela rua estão em perigo. Ou seja, a menos que uma grande coincidência e as bruxas existam, a CML tem que intervir... aliás, se já tivesse implementado a proposta CPL de acção-piloto de incentivos (financeiros, formativos, etc.), aprovada no mandato anterior talvez agora fosse mais fácil intervir...
Claro que a câmara tinha que fugir com o rabo à seringa!!
ResponderEliminarAté porque não é responsabilidade deles fiscalizar obras e embargar e punir quem faz obras clandestinas!!!
Enfim, mais do mesmo.
Que eu me lembre a situação não é nova.
ResponderEliminarJá se sabia há muito que existiam obras feitas ilegalmente por estas lojas desde que foram as obras do metro da Estação Baixa-Chiado.
O problema que as ruínas do Carmo tiveram não foi das obras do Metro, essas obras vieram pôr a nu as ilegalidades feitas pelos lojistas.
Mas já naquele tempo o Metro tinha as costas largas e assumiu todos os prejuízos.
Há coisas assim... e nós a pagar...
Portugal, infelizmente, é assim...