Na primeira imagem, pormenor dos ramos verdejantes da Robínia (Primavera de 2009), uma das árvores junto ao lago que foi abatida, seguida de fotografia de pormenor sobre a copa da única Robínia sobrevivente às obras de "requalificação" do Jardim do Príncipe Real © susanaseven
Era uma vez um Jardim de Artistas que agora mais parece um jardim de candeeiros. Onde ser candeeiro novo significa estar embrulhado, muito ajeitadinho, que nada o danifique ou belisque, enquanto ser árvore e ter influenciado as conversas e sonhos de tantos Criadores é coisa de somenos importância, toma lá o entulho, o empurrão, a ferida da máquina bruta que manobra, e tens sorte não estares na lista para o abate.
Porque agora fazem-te a média de vida, e se a média é até aos 40, e tens 20 ou 30 anos, és árvore velha, podes morrer como aconteceu aos choupos. E se não tens um ar "conformado", direito de quem está na parada militar, se és "doente" ou "extravagante" também podes morrer, como aconteceu a outras árvores do Jardim do Príncipe Real.
Que importa ter um ar "conformado"? Para que serve isso a uma árvore? As árvores não são funcionárias nem têm chefe.
Pois aos Artistas que frequentavam este Jardim e a tantos outros Cidadãos o ar não conformado destas árvores que se abateram, entre elas, as velhas robínias junto ao lago, era expressão viva, carácter, inteligência e cultura que não se aprende em mais lado nenhum.
Se fores ao Jardim do Príncipe Real resta-te agora olhar para o Céu onde, por enquanto, ainda ninguém conseguiu estacionar automóveis.
Porque agora fazem-te a média de vida, e se a média é até aos 40, e tens 20 ou 30 anos, és árvore velha, podes morrer como aconteceu aos choupos. E se não tens um ar "conformado", direito de quem está na parada militar, se és "doente" ou "extravagante" também podes morrer, como aconteceu a outras árvores do Jardim do Príncipe Real.
Que importa ter um ar "conformado"? Para que serve isso a uma árvore? As árvores não são funcionárias nem têm chefe.
Pois aos Artistas que frequentavam este Jardim e a tantos outros Cidadãos o ar não conformado destas árvores que se abateram, entre elas, as velhas robínias junto ao lago, era expressão viva, carácter, inteligência e cultura que não se aprende em mais lado nenhum.
Se fores ao Jardim do Príncipe Real resta-te agora olhar para o Céu onde, por enquanto, ainda ninguém conseguiu estacionar automóveis.
Belo comentário Mariposa Roja. Gostei.
ResponderEliminarDe facto as árvores abatidas no interior Jardim, em particular as junto ao lago, tem sido esquecidas face às de alinhamento. Eram autênticas esculturas vivas e belas, não mereciam a triste sorte que quem devia cuidar delas lhes deu.
Estamos a chorar sobre o leite derramado. A questão agora é, somente, evitar a repetição desta barbárie e punir exemplarmente os seus autores.
ResponderEliminarE não se escude o Sr. Vereador atrás dos técnicos que lhe são subalternos porque o Sr. foi avisado mas como é detentor da verdade absoluta preferiu continuar com a destruição das árvores. Qu lhe saia muito caro este atrevimento!
Bom, eu não choro sobre leite derramado, mas concordo que é preciso impedir mais intervenções.
ResponderEliminarO que os jardins precisam é de bons jardineiros.
E isso - bom jardineiro - é algo que o sr. Sá Fernandes prova uma e outra vez não ser.
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