In Público (20/3/2010)
Por Vanessa Jorge
«O movimento cívico Viver na Alta de Lisboa aguarda por resposta aos motivos para o atraso na abertura do Parque Oeste, que estava prevista para Maio do ano passado
A terceira fase do projecto de requalificação do Parque Oeste vai abrir ao público no domingo. As dúvidas dos moradores da Alta de Lisboa, nomeadamente quanto aos motivos do atraso na abertura do equipamento, ainda não têm data de resposta para não "estragar a festa" de abertura.
Num post colocado anteontem no site Viver na Alta de Lisboa, o movimento de moradores apresenta um conjunto de questões sobre a Unidade de Projecto do Alto do Lumiar (UPAL), relativamente a acessibilidades, equipamentos, mobilidade, cidadania, espaços verdes e projectos. Segundo um dos autores do blogue, Tiago Figueiredo, "são questões muito antigas, mas sem respostas". Afirma ainda que já enviaram estas questões ao longo dos anos, mas nunca obtiveram qualquer esclarecimento. Confrontados com a existência dessas questões, os assessores do presidente da câmara e do vereador do Ambiente e Espaço Público não tinham conhecimento das mesmas.
As perguntas disponibilizadas no site ainda não foram enviadas à Câmara Municipal de Lisboa, pois estão à espera de mais subscritores. A directora da UPAL, Ana Cristina Coelho, só teve conhecimento destas questões pelo site. Mas o movimento Viver em Lisboa afirma que já a desafiou a responder a estas questões.
O fórum de discussão do grupo comunitário da Alta de Lisboa, que envolve diversos associações, incluindo a UPAL, planeava levar as questões para o dia de abertura do Parque Oeste. Mas os responsáveis municipais da UPAL tiveram conhecimento da iniciativa e alertaram Tiago Figueiredo de que a situação poderia ser encarada como "um acto hostil" e ter consequências.
Após uma conversa entre a directora da UPAL e Tiago Figueiredo, o representante do movimento cívico falou com os autores das perguntas, que decidiram "não estragar a festa". Assim, deram a garantia à UPAL de que não iriam tocar no assunto no dia de abertura, para ninguém sair "magoado e sentido" da situação.
Um assessor do vereador do Ambiente, José Sá Fernandes, adiantou que "ainda há zonas que requerem algum trabalho", como uma cafetaria, um equipamento de apoio a jardineiros e um skatepark. No primeiro dia da Primavera, o Parque Oeste abre ao público sem inauguração oficial, mas com uma actividade de sensibilização ambiental.»
Alguns comentários:
ResponderEliminar1º As perguntas não são sobre a UPAL, mas antes sobre a implementação do PUAL (Plano de Urbanização do Alto do Lumiar). A UPAL é a extensão da CML que faz a ligação entre CML e SGAL.
2º Curioso o desconhecimento por parte dos assessores das Vereações das dezenas de emails enviados ao longo dos muitos últimos meses. Estão listados em posts no Viver, com algumas respostas de aviso de recepção. Apenas e só. Um ponto a melhorar nos serviços camarários, neste caso: a comunicação entre assessores e secretárias que recebem os emails.
3º A lista de perguntas chegou por email à UPAL horas antes de ter sido publicada. Foi até lida nessa manhã numa reunião do GCAL, por iniciativa do Viver, onde estavam presentes funcionários da UPAL.
4º A iniciativa das perguntas não parte do Grupo Comunitário da Alta de Lisboa (GCAL), mas de algumas forças vivas do território que antes de pertencerem ao GCAL são autónomas, livres, com espírito crítico e vontade de ver o território evoluir e a população com mais oportunidades. Por isso subscreveram o documento.
5º Não quisemos “estragar a festa”, de facto. Não quisemos que a CML se sentisse “hostilizada”. Tivemos esse sentido de Estado e considerámos que a notícia deviam ser as perguntas e não o folclore anunciado.
6º Consideramos, no entanto, que “hostil” é o silêncio continuado e repetido a todas as perguntas e propostas enviadas pelos cidadãos aos vários vereadores eleitos na CML. Muito mais hostil do que qualquer interpelação civilizada de cidadãos, no pleno direito da sua liberdade de expressão e pensamento. Nenhuma das perguntas constantes do documento atenta contra quem quer que seja. São, pelo contrário, o resultado da necessidade criada pela inúmeras expectativas defraudadas ao longo de anos.
Tiago Figueiredo
Viver na Alta de Lisboa
Vivo na Alta de Lisboa e tenho grande respeito pelos movimentos cívicos que lutam para que o projecto avance rapidamente e na direcção certa.
ResponderEliminarNo entanto, a actuação do Viver e outros movimentos, de tão hostil, torna-se num tiro no pé. Deveriam ter todo o interesse em ter uma relação cordial com a CML e a SGAL. Em vez disso, não hesitam em publicar "rumores/boatos/meias-verdades" como se fossem factos. Têm-no feito sobre todos os projectos da Alta.
Desta vez repetem a mesma actuação triste. Em vez de utilizarem a abertura da 2ª fase do Parque Oeste, insistem em saber a razão do atraso!! Eu lamento, mas é absolutamente rídiculo, caro Tiago. Parece comportar-se como a oposição no Parlamento. Criticar por criticar. Tudo o que for feito será sempre mau, de algum ângulo.
PS: A abertura estava prevista para Junho de 2009 e não Maio de 2010. Se tiverem dúvidas basta consultar o cartaz colocado à entrada do Parque. Este pequeno lapso de "1 mês" é só mais um exemplo de como o Viver despreocupadamente distorce a verdade para tornar a sua causa mais dramática.
Engana-se, caro anónimo. É verdade que o prazo do cartaz é Junho de 2009, mas as declarações do vereador dos Espaços Verdes em Fevereiro de 2009, num cortejo oficial à Alta de Lisboa, indicavam Maio de 2009. (http://www.viveraltadelisboa.org/?p=1138)
ResponderEliminarTodas as restantes observações merecem-nos a resposta do costume: actue, promova, mostre. Sirva de bom exemplo para nós podermos melhorar.
Desafiamo-lo a mostrar esses rumores/boatos e meias verdades e provar que o são.
Obrigado.