Por António Pedro Ferreira, Diário de Notícias de 06-04-2010
O plano de Gabriela Canavilhas de mudar o Museu Nacional de Arqueologia (MNA) dos Jerónimos para a Cordoaria tem sido polémico. Os deputados da Comissão de Ética e Cultura visitam amanhã o museu para recolher mais dados com os quais possam interpelar a ministra da Cultura no dia 14, quando a tiverem à sua frente no Parlamento.
"Queremos saber por que razão há pressa em fechar a Torre Oca [espaço do MNA] e apurar no terreno as preocupações em relação aos problemas estruturais que têm sido apontados à Cordoaria para receber o espólio do MNA", explica Celeste Pereira, do PSD, uma das mais activas em começar pela linha museológica de Belém um expediente previsto nas competências da comissão.
Em causa estão, segundo Catarina Martins (Bloco de Esquerda), "as fundações da Cordoaria". "A ministra disse que ia fazer um estudo, mas não fez, limitou-se a fazer um parecer. Mas há outros pareceres que falam do perigo de ali depositar alguns dos tesouros nacionais", acrescenta.
Luís Raposo, director do MNA, também aponta a intenção inicial da ministra em pedir um estudo e a mudança de vontade, e explica melhor: "O parecer que a ministra pediu a um ex-técnico do Laboratório Nacional de Engenharia Civil [LNEC] não fala em perigos, mas o parecer pedido pelo Grupo de Amigos do MNA e um outro solicitado por mim apontam alguns."
"O presidente e o vice-presidente da Sociedade de Engenharia Sísmica confirmam alguns perigos de ali instalar o espólio do MNA - e lembro que temos 700 peças consideradas como tesouro nacional", diz Raposo. "São estudos de professores catedráticos, de Sousa Oliveira [do Técnico, de Lisboa] e Aníbal Costa [Universidade de Aveiro]", contextualiza.
As razões técnicas, diz, dão que pensar e exigem um "estudo de fundo" - é isso que diz também a deputada Catarina Martins. "Dizer que os Jerónimos também estão junto ao Tejo como a Cordoaria não chega para afastar os eventuais perigos contidos nas fundações da Cordoaria. Esta está erigida sobre o estuário do rio seco, com o maior caudal hídrico e grande parte ou toda a Cordoaria está assente sobre areias e argila e pode afundar em caso de sismo, está sujeita a inundações, como aconteceu há dez anos, ou às infiltrações de água salgada", expõe.
O gabinete da ministra não quis reagir e sublinhou o plano do MNA, que tem de esvaziar a Torre Oca até 8 de Maio (antes era até 30 de Março) para a entregar, no âmbito de um protocolo , à Marinha. "Falta saber se a Cordoaria será toda para este museu", questiona ainda Celeste Pereira.
O plano de Gabriela Canavilhas de mudar o Museu Nacional de Arqueologia (MNA) dos Jerónimos para a Cordoaria tem sido polémico. Os deputados da Comissão de Ética e Cultura visitam amanhã o museu para recolher mais dados com os quais possam interpelar a ministra da Cultura no dia 14, quando a tiverem à sua frente no Parlamento.
"Queremos saber por que razão há pressa em fechar a Torre Oca [espaço do MNA] e apurar no terreno as preocupações em relação aos problemas estruturais que têm sido apontados à Cordoaria para receber o espólio do MNA", explica Celeste Pereira, do PSD, uma das mais activas em começar pela linha museológica de Belém um expediente previsto nas competências da comissão.
Em causa estão, segundo Catarina Martins (Bloco de Esquerda), "as fundações da Cordoaria". "A ministra disse que ia fazer um estudo, mas não fez, limitou-se a fazer um parecer. Mas há outros pareceres que falam do perigo de ali depositar alguns dos tesouros nacionais", acrescenta.
Luís Raposo, director do MNA, também aponta a intenção inicial da ministra em pedir um estudo e a mudança de vontade, e explica melhor: "O parecer que a ministra pediu a um ex-técnico do Laboratório Nacional de Engenharia Civil [LNEC] não fala em perigos, mas o parecer pedido pelo Grupo de Amigos do MNA e um outro solicitado por mim apontam alguns."
"O presidente e o vice-presidente da Sociedade de Engenharia Sísmica confirmam alguns perigos de ali instalar o espólio do MNA - e lembro que temos 700 peças consideradas como tesouro nacional", diz Raposo. "São estudos de professores catedráticos, de Sousa Oliveira [do Técnico, de Lisboa] e Aníbal Costa [Universidade de Aveiro]", contextualiza.
As razões técnicas, diz, dão que pensar e exigem um "estudo de fundo" - é isso que diz também a deputada Catarina Martins. "Dizer que os Jerónimos também estão junto ao Tejo como a Cordoaria não chega para afastar os eventuais perigos contidos nas fundações da Cordoaria. Esta está erigida sobre o estuário do rio seco, com o maior caudal hídrico e grande parte ou toda a Cordoaria está assente sobre areias e argila e pode afundar em caso de sismo, está sujeita a inundações, como aconteceu há dez anos, ou às infiltrações de água salgada", expõe.
O gabinete da ministra não quis reagir e sublinhou o plano do MNA, que tem de esvaziar a Torre Oca até 8 de Maio (antes era até 30 de Março) para a entregar, no âmbito de um protocolo , à Marinha. "Falta saber se a Cordoaria será toda para este museu", questiona ainda Celeste Pereira.
Os deputados que se preocupem também com o Museu dos Coches; que este não esteja a servir como moeda de troca para "jogatinas"...
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