30/09/2010

Auditoria arrasa anterior executivo da Junta de Campolide

In Jornal de Notícias (30/9/2010)

«Uma auditoria à anterior gestão da Junta de Freguesia de Campolide, Lisboa, encontrou irregularidades na emissão de cheques e aprovação de subsídios, bem como desvios orçamentais relacionados com custos com o pessoal, combustíveis e material Informático.

A auditoria foi encomendada pelo actual executivo da Junta de Campolide, presidida por André Couto (PS) em relação ao anterior mandato, entre 2005 e 2009, presidido por Fausto Santos (PSD).

O relatório dos auditores, a que a Lusa teve acesso, refere que existiram no período em causa “várias irregularidades na emissão de cheques, nomeadamente na adulteração do valor dos mesmos e a da pessoa a quem se destinava”.

Verificou ainda “fortes indícios de existir favorecimento de forma directa ou indirecta entre pessoas que trabalhavam na Junta e noutras empresas exteriores”, com a atribuição de subsídios onde “por vezes estavam subjacentes proveitos em prol da Junta de Freguesia de Campolide (...) que nunca foram recebidos, ou adjudicação de serviços por deliberação simples do Sr. Presidente da JFC sem que fosse aberto concurso, ou deliberado em sede de Executivo”.

Nas conclusões, a auditoria refere-se à “atribuição de verbas a empresas onde o próprio presidente da JFC pertencia, por vezes, até aos órgãos sociais, por simples deliberação do mesmo”.

Entre os desvios identificados, de que “resultaram várias alterações orçamentais”, estão despesas de representação, combustíveis, vigilância e segurança entregue a três empresas em simultâneo, material informático e, principalmente, os custos com o pessoal.

À agência Lusa, Fausto Jorge Santos (PSD), o anterior presidente e principal visado, disse que teve conhecimento da auditoria pela revista da Junta “Notícias de Campolide”, publicada esta semana.

“Na maneira como ela [a auditoria] está descrita na revista, há uma quantidade de falsidades, que obviamente vão ser respondidas através de uma queixa-crime contra o presidente [da Junta] presente, por difamação e calúnia, por coisas gravíssimas que ele diz”, refere o ex-autarca.

O anterior autarca admitiu algumas irregularidades, “como a falsificação dos cheques”. “Mas foi um caso que foi enviado à Judiciária há dois anos, já sabem quem é que foi, são duas pessoas, uma está com um mandato de captura, outra fugida em Angola. Portanto, isso é uma coisa que está publicada como se o executivo anterior falsificasse os cheques e roubasse o dinheiro”, explicou.

Jorge Gonçalves negou ainda que os seus assessores ganhassem “dois mil e três mil euros”, porque “não havia lá ninguém a ganhar mais de 1200”, e que a Junta devesse, durante o seu mandato, dinheiro às Finanças.

“Tenho dois extractos, das Finanças e da Segurança Social, de 31 de Outubro de 2009 e não havia uma única dívida nem às Finanças nem à Segurança Social, portanto há uma quantidade de erros, penso eu que de propósito”, disse.

Garante ainda que "não houve uma única despesa feita [durante o seu mandato] sem apresentação de recibos".»

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Por isto é que "convém" dar mais competências às Juntas, está claro.

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