In Diário de Notícias (29/9/2010)
por ISALTINA PADRÃO
«Conclusão da Linha Vermelha foi em Agosto de 2009. Só agora se reabilita a superfície.
Totalmente esventrada. É assim que está a Avenida Duque de Ávida, em Lisboa, mais de um ano após a conclusão das obras da Linha Vermelha do metro que liga a Alameda a S. Sebastião, passando pelo Saldanha e unindo todas as linhas da rede subterrânea. Após este trabalho no subsolo, que ficou concluído cinco anos depois do previsto, a requalificação daquela artéria à superfície só começou a ser feita há pouco mais de um mês. Algo que os comerciantes locais não entendem. E reclamam.
"Esta empreitada tem tido uma sucessão de atrasos que só têm vindo a prejudicar o comércio. O último foi este. Como é que é possível que os trabalhos de recuperação à superfície, que são extremamente simples, só se tenham iniciado um ano e tal após a conclusão das obras no subsolo [a 29 de Agosto de 2009]?" A questão é colocada por Luís Cunha, director técnico da Farmácia Cardeira, no n.º 32 da Duque de Ávila.
O DN remeteu a pergunta para o Metropolitano de Lisboa (ML) que diz ter sido "necessário proceder a alguns ajustamentos ao projecto inicial. Só foi possível avançar com as obras após a necessária articulação com a Câmara Municipal de Lisboa". O ML adianta que "prevê-se que a obra [à superfície] seja concluída seis meses após o início da mesma".
Com marcas mais profundas do que já sofreram desde 2004, aquando do início da escavação para a execução da Linha Vermelha, há quem já não acredite nos prazos que são indicados pelas entidades responsáveis. "São promessas vãs", dizem, revoltados.
É o caso de Maria de Fátima Pires, proprietária do café S. Reno, situado no n.º 30. Quando o DN entrou no seu restaurante, esta mulher estava a almoçar, mas rapidamente largou o prato para denunciar o quanto tem sido penalizada por esta empreitada que teve início em finais de 2004. "A clientela ausentou-se e a pouca que ainda ficou foi em consideração à casa. Há quem até tenha pena de mim", lamenta.
Segundo Maria de Fátima, as obras iniciaram-se a 11 de Agosto, mas as máquinas começaram a rasgar em força o quarteirão entre a Avenida da República e a Defensores de Chaves a 17 deste mês, dia em que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, tinha agendada uma visita à empreitada, mas essa visita não se realizou.
No entanto, o DN esteve no local e viu escavadoras e homens a trabalhar incessantemente. Viu peões caminhar até gradeamentos que os obrigam a voltar para trás devido à sinalética "colocada recentemente ser pouco esclarecedora". "Com estas placas a apontarem sei lá para onde é difícil a gente ler e não seguir em frente", queixa-se uma mulher que, de saltos altos, fez um percurso em terra batida totalmente em vão.
A juntar a estes problemas, há um barulho ensurdecedor constante e pó que se infiltra na garganta de quem passa e não dá descanso aos comerciantes. "Nem vale a pena fazer montras, já para não falar dos estragos causados em certos materiais como as peles", frisa a empregada de uma sapataria, que não acredita que "daqui a seis meses o cenário esteja melhor". A ver vamos...»
Olha só se era no tempo dos outros, o escarcéu que o pobre de espírito do Zé já não tinha feito.
ResponderEliminarAntes era porque não tinham começado as obras, agora é porque as obras fazem pó e ruído?!? Um amigo meu já tinha deixado de ler este blog porque o achava um livro de reclamações, acho que eu próprio estou quase a desistir pelos mesmos motivos...
ResponderEliminarMas que tem o post a ver com o blog? Trata-se da transposição de um artigo do DN, acho.
ResponderEliminarA culpa é da CML e não da ML ao introduzir as alterações de transito (que só pecam por serem poucas e localizadas).
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