In Jornal de Notícias (27/9/2010)
Cristiano Pereira
«Comerciantes estão apreensivos com futuro de certame com mais de 500 anos
A Feira da Luz, em Carnide, Lisboa, realiza-se há mais de 500 anos e é uma das mais antigas do país. Ontem, domingo, a procissão em honra da Nossa Senhora da Luz encerrou a edição de 2010 mas comerciantes e visitantes temem que a tradição se perca e não mais se realize.
É assim todos os anos, durante o mês de Setembro: o Largo da Luz, em Carnide, recebe comerciantes de todo o país que montam barraca e vendem olarias, roupas, cestas, louças, móveis ou artesanato diverso ao lado das omnipresentes farturas, pão com chouriço, ou tendas de restaurantes com churrascos ("temos Sport TV", anunciava uma).
Ontem, domingo, pouco antes da procissão em honra da Nossa Senhora da Luz, alguns comerciantes manifestaram o seu receio perante os rumores que apontam para o fim definitivo do certame.
“Fala-se muito que tem tendência a acabar. Este ano já há menos feirantes”, confessou, ao JN, a padeira Maria Helena que ali faz e vende pão com chouriço da região saloia de Loures.
Poucos metros ao lado, Jorge Melo, meio século de vida a vender cestos, partilha os receios e lembra: “Vivemos só disto e não temos outros rendimentos”. “Se isto vai acabar, depois acabam as outras e a gente não tem condições para abrir um estabelecimento”, observou, antes de confessar a sua inquietação: “Com a idade que tenho vou fazer o quê? Ninguém me dá emprego”.
“Parece que querem acabar com isto porque dá trabalho de limpeza à noite”, acusa Jorge Duarte, fartureiro de 46 anos, temendo futuro difícil para “mais de 200 pessoas que trabalham aqui e que não sabem o que fazer à vida”. “Com certeza que vamos ter que ir arrumar carros ou roubar”, comentou.
“Desde que tiraram os ciganos aqui do jardim que a feira perdeu graça”, opina, por seu turno, Maria João Silva, visitante assídua e com saudades dos tempo em que “era um amontoado de coisas para a gente mexer e virar”.Este ano ficou desagradada com os stands pré-fabricados onde colocaram os artesãos. “As pessoas vêm aqui pela tradição”, alerta.
Já o minhoto Adelino Barbosa, de 55 anos, e frequentador habitual de feiras aponta o dedo “aos presidentes das Câmaras e das juntas de freguesias” por serem, na sua óptica, “responsáveis pelo descalabro do fim das feiras em Portugal”.»
aqui está um artigo à procura de notícia... uma feira que se faz há 500 anos de que nunca ninguém ouviu falar.
ResponderEliminarNunca ninguem ouviu falar? Diz antes que TU nunca ouviste falar. A feira todos os anos está cheia.
ResponderEliminarNunca ouviu falar?
ResponderEliminarTodos os anos vou com a minha familia.
O pretexto "querem acabar com isto porque dá trabalho de limpeza à noite” , ser verdade é miserável.
O dinheiro que a CML esbanja e acha a limpeza incomportável?? Nao acredito.
Ou melhor, acho tudo possível
não conhece a feira? é estranho. mas não perde nad.
ResponderEliminarapelo ao fim desta feira.
uma badalhoquice permanente
este tipo de comércio deixou de fazer sentido.
a convialidade que proporciona deve ter outro enquadramento e o comércio não faz sentido no meio da cidade.
Se esta feira é badalhoca o que dizer das feiras da Ladra, Galinheiras e Relógio que funcionam todas as semanas, e o lixo é aos milhares.
ResponderEliminarDesde que me conheço que visito a Feira da Luz. Era uma tradição de família, esperávamos sempre pelo mês de Setembro para renovar o stock de tachos de barro e colheres de pau...
ResponderEliminarEste ano, mais uma vez a visitei, mas reparei com tristeza que da antiga feira pouco resta. As estruturas montadas tiram-lhe toda a graça, o jardim sem feirantes pelo meio, parece despido...
Com muita pena digo: se é para continuar assim, mais vale acabar de vez... :(