In Diário de Notícias (11/10/2010)
por LUÍS FONTES
«Há prédios devolutos em Lisboa que estão a ganhar novas cores. Um grupo de seis artistas envolvidos no projecto Crono estão autorizados pela Câmara de Lisboa a puxar pela imaginação e a deixar a sua marca impressa nas paredes de enormes edifícios devolutos. Mesmo que, para tal, seja necessário recorrer a elevadores dada a dimensão dos prédios.
"A intervenção é sempre em locais esteticamente deprimidos. Transformamos o impacto negativo em algo de estimulante e criativo", explica ao DN Pedro Soares Neves, arquitecto, designer urbano e um dos mentores em Portugal do projecto.
Durante a semana passada, um italiano, dois ingleses, uma colombiana e dois portugueses passaram os dias a pintar as enormes paredes de três prédios na Avenida Fontes Pereira de Melo e Avenida da Liberdade. Segundo a organização, vão continuar a espalhar tinta e ideias até quarta-feira.
O projecto Crono surgiu de uma proposta do artista plástico Alexandre Farto, curador do festival italiano FAME. Pedro Neves e Angelo Milano acompanharam a proposta e reuniram-se com a Câmara Municipal de Lisboa. "Houve abertura para esta ideia e avançamos", conta o Pedro Neves.
O projecto terminará na Primavera com uma exposição final em fotografias e vídeos dos trabalhos dos artistas»
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Lá vem mais palhaçada.
Já vi as pinturas na Avenida Fontes Pereira de Melo. São bonitos prédios que deviam ser restaurados, não pintados!
ResponderEliminarnão vejo qual é o mal de os pintarem antes ou até depois de serem restaurados...
ResponderEliminarSão opiniões, embora considere limitadas.
ResponderEliminarSem tudo pode ser restaurado, creio que até já há fachadas recuperadas a mais, queremos vender uma cidade que não existe?
Acho muito interessante este tipo de intervenções, até defendo que deveriam ser pinturas mais satirizadas como faz Banksy
este projecto cromo é um grande farto do nosso presidente da câmara...
ResponderEliminardesculpem lá mas não tenho outras palavras para isto...
A pinturas nas fachadas dos prédios devolutos na Fontes Pereira de Melo são excelentes.
ResponderEliminarVenham mais, de preferência à mesma velocidade que projectos de reabilitação para tudo o que está por aí devoluto e a cair aos bocados.
Desta vez, o forum Cidadania LX ataca algo que não faz mal à cidade, antes pelo contrário.
Estas pinturas farão tanto mal à cidade como farão as telas gigantes de publicidade.
ResponderEliminarPara mim, o efeito visual é o mesmo, mas também não vem dai nenhum mal ao mundo ....
ou as pinturas são boas e nesse caso porque não faze-las no edifício da CML para que fiquem lá como exemplo de apoio da CML à arte, ou não são, e nesse caso não há razão para a CML andar a apoiar este cancro que ataca a cidade e mais não demonstra que a nossa incapacidade para rehabilitar o edificado.
ResponderEliminarsim ao painel do zé dos bois que foi feito pelos próprios na sua própria parede, não a esta macaquice de andar a pintar paredes alheias.
Ainda gastam dinheiro a financiar estas palhaçadas. De pessimo gosto. Isto bem mostra a podridao de quem dirige a camara.
ResponderEliminarTransformar prédios devolutos em prédios reabilitados e habitados é que era, mas cai-se inevitavelmente no folclore e na inutilidade.
ResponderEliminarHoje passei por um destes prédios e perguntei-me a mim mesmo, quem andará a pagar o aluguer da máquina que eleva os 2 "artistas" que andavam a pintar a fachada.
ResponderEliminarEspero que não seja o erário municipal.
Luís Alexandre disse...
ResponderEliminarHoje passei por um destes prédios e perguntei-me a mim mesmo, quem andará a pagar o aluguer da máquina que eleva os 2 "artistas" que andavam a pintar a fachada.
Espero que não seja o erário municipal.
4:04 PM
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Subscrevo. Se forem privados têm o meu apoio, tambem acho que ficam giros, enquanto aguardam obras para que neles volte a haver vida. As pinturas são uma forma artificial de lhes dar vida enquanto não há vida real neles.
Um casal amigo, com filhos pequenos, teve à 5 anos atrás de sair apressadamente do prédio da Av. Fontes Pereira de Melo, porque o mesmo ia ser recuperado. Num curto espaço de tempo tiveram de arranjar uma nova casa, numa fase da sua vida em que não lhes era conveniente. Passados 5 anos...
ResponderEliminarCarlos, acredite que há casos bem piores. Em 1990 houve um despejo forçado na Estefania que até teve que meter PSP porque os inquilinos não sairam a bem e resistiram ao despejo enquanto conseguiram. Todos os agregados familiares incluidos idosos de idade muito avançada tiveram que ir morar para sitios da periferia afastados de Lisboa (Algueirão, Alverca, Baixa da Banheira, etc) porque as indemnizações que receberam eram baixissimas porque estavam calibradas em função do valor das rendas que por sua vez tambem era baixo. O predio foi esvaziado à pressa porque ia ser demolido por já ter sido comprado por um construtor. Sabe em que ano foi demolido? 2005. Mas verdade seja dita, em 1998 ruiu por dentro por ele mesmo e não foram tiradas telhas. Claro que a maioria daqueles velhinhos meus vizinhos da frente que recordo da minha primeira infancia já devem ter morrido todos um por um, mesmo antes do predio ter sido demolido, alguns tinham mais de 90 anos.
ResponderEliminarAcho esta iniciativa fantástica:
ResponderEliminarA quantidade de prédios abandonados em Portugal é para lá de arrepiante, excandaloso, indecente... segundo um artigo do jornal de notícias existem 10.000.000 (DEZ MILHÕES) de casas desabitadas. Em contas redondas uma casa para cada Português. A lei da ocupação não existe em Portugal, ou seja, é ilegal ocupar uma casa abandonada. Convidar artistas para utilizarem prédios devolutos, desocupados ou até mesmo ocupados como telas, é oferecer arte à população e ao mesmo tempo uma forma de remunerar os criadores permitindo-lhes continuar a desenvolver o seu trabalho e carreiras. É bom para todos. Julgo que se continuarem a por esta ideia em prática, em breve Lisboa será conhecida internacionalmente pela sua luz, fado, eléctricos, elevadores, (etc) e pela cidade dos prédios com arte. Não era fantástico?