" Além de passar a existir a possibilidade de construção nos logradouros - quintais e outros terrenos habitualmente situados nas traseiras dos prédios".
“Está toda a gente fora do assunto mas isto é muito grave . Segundo percebi, logradouros são as tapadas , são os quintais, são as cercas conventuais e são as quintas de recreio – aquelas do Paço do Lumiar que são do Sec. XVI e XVII-, se tudo é considerado logradouro, evidentemente que é um desastre para a Cidade de Lisboa” Arq. G.Ribeiro Telles (ent. Cidades )
Estas imagens são de logradouros, ou espaços verdes interiores de um “Hofje” de Amsterdão … “Hofjes” são verdadeiras “aldeias” dentro da cidade onde comunidades habitam … elas possuem portões que são fechados à noite. Neste caso trata-se do “Begijn Hofje”onde só habitam senhoras da terceira idade .
" E se formos muito exigentes com a pedrinha e com o azulejo não conseguimos reabilitar nada".
"Efectuar demolições ou construir prédios mais altos na zona antiga de Lisboa ficará mais fácil com o novo P.D.M e que um dos critérios válidos para demolição de um edifício irá ser o facto de ele ser economicamente inviável"
Amsterdão reconstrói na integra edifícios arruinados afim de os tornar económicamente viáveis
Mil processos de classificação à beira de prescrever.Existe património que espera, há dezenas de anos, por classificação que o proteja. Mas, por decreto, todos esses processos podem ir para o lixo em semanas.(D.N.)
Governo vai retirar da lista património protegido por lei
Um total de 964 monumentos que se encontram em vias de classificação pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) pode perder todas as protecções legais já em Outubro. Isto porque o Ministério da Cultura publicou, no ano passado, o Decreto-Lei 309/2009, segundo o qual "os procedimentos de classificação de bens imóveis em curso caducam se não for tomada a decisão final no prazo de um ano".
O PÚBLICO tentou obter explicações sobre estas matérias junto do Igespar, sem sucesso. Liderada pelo antigo director do Instituto do Património, Elísio Summavielle, a Secretaria de Estado da Cultura também não quis prestar qualquer esclarecimento. "Não é matéria para o senhor secretário de Estado",
Amsterdão conta com 2000 monumentos arquitectónicos classificados, além de toda a zona dos canais estar classificada como Património Mundial no seu conjunto urbano.
Em Lisboa a destruição sistemática da Lisboa Romântica continua … Neste preciso momento este edifício à esquerda, o n. 42 da João Crisóstomo ja foi demolido e a sua fachada vai ser “integrada” num prédio de sete andares (!) Já classifiquei este tipo de intervenções como “Cyborg” , nas páginas do Público … Este tipo de aberração só em Lisboa … O edifício do lado, cor de rosa, aguarda a mesma sorte …
Duque de Loulé, 35 … Foi demolido numa “operação relâmpago” num fim de semana, logo que começaram a surgir perguntas … à volta do mistério da não classificação deste edifício, quando se encontrava num estado de conservação impecável, tanto interiormente como exteriormente.
Enormes extensões urbanas em Amsterdão são constituídas por bairros do Sec XIX e inícios de XX, com edifícios completamente intactos, exteriormente e interiormente, devido a um Restauro cuidado e rigoroso, sempre com o acompanhamento do Instituto do Património Holandês e das suas dependências regionais. A Holanda conta com diversas Fundações de Restauro e Associações de Defesa do Património.
Várias medidas deveriam ser tomadas para ver se ainda conseguíamos travar este caos urbanístico em se tornaram as nossas cidades.
ResponderEliminarEm termos de finanças locais já se comprovou ser um disparate ter os Municípios responsáveis pelo ordenamento do território e ao mesmo tempo serem os beneficiários do caos, através das receitas provenientes do imobiliário.
O ordenamento deverá continuar a ser uma responsabilidade dos Municípios, mas receitas como o IMI e o IMT, deveriam passar para os cofres do Estado.
Em contrapartida, os municípios passariam a receber parte do IVA, ISP e manteriam as receitas com IUC, Derrama e IRS.
A expulsão das comunidades judaicas de há 5 séculos...foi o pior erro da nossa história.
ResponderEliminarO edificio da Duque de Loulé chama-se "REabilitação Urbana" a cargo do Grupo Espirito Santo. O lá está agora é o exemplo do que somos, da nossa educação e dos nossos valores estéticos.
ResponderEliminar"Amsterdão reconstrói na integra edifícios arruinados afim de os tornar económicamente viáveis"
ResponderEliminartradução: a obra continua a ser economicamente inviável, mas o prejuízo é enviado para o contribuinte pagar
Suponho que o Filipe Melo Sousa saibe melhor do orçamento de Amsterdão do que os próprios holandeses.
ResponderEliminarOu isso ou é um idiota chapado que só vem para aqui destabilizar as caixas de comentários com verborreia.
"tradução: a obra continua a ser economicamente inviável, mas o prejuízo é enviado para o contribuinte pagar "
ResponderEliminarNão é nada que não se faça com as estradas e auto-estradas deste país e os pategos como o Filipe ainda aplaudem.
Deve estar enganado Filipe pois quem paga isso em Amsterdam chama-se turista.
ResponderEliminar..."a fim" escreve-se separado, senão estamos a falar de afinidade.
ResponderEliminarDeixem o Filipe em paz e emigrem para Amsterdão... idiotas chapados!
ResponderEliminarDesta vez o Filipe tem razão... a recuperação dificilmente é viável por sí só... e legalmente temos duas opcções, ou se subsídia a recuperação ou se penaliza a demolição para construção nova!
ResponderEliminarf.
No caso de Amesterdão a recuperação do edificado mantém um fluxo de turismo ENORME por isso mais que viável em termos económicos.
ResponderEliminarLisboa sem recuperação tambem tem um fluxo de turismo ENORME.
ResponderEliminarOs edificios recuperados depois sao arrendados por valores economicamente viaveis. Em Amesterdao nao falta quem queira morar no centro historico. Eu proprio fui inquilino da Stadsherstel durante 4 anos.
ResponderEliminarÉ pá ó xico do 205 mais horrível queres comparar o turismo de Amesterdão com o de Lisboa pá? deves tar é a sonhar
ResponderEliminarNão duvido que "a recuperação do edificado mantém um fluxo de turismo ENORME"... mas quem usufruí desse rendimento não é quem recupera, por isso mantenho o Regulador tem duas opções, ou subsídia a recuperação ou penaliza a demolição para construção nova!
ResponderEliminarA recuperação tem de ser uma imposição política/legal, porque económicamente não é, por sí só, viável para o promotor.
f.
Lá vêm os fascinados pelo Norte da Europa do costume...
ResponderEliminarSe vivêssemos num país onde o ordenado mínimo é acima dos €1500 tudo era mais fácil.
De resto, entrem num apartamento reabilitado na cidade de Amesterdão, e entrem num apartamento por reabilitar na cidade de Lisboa. Julgo que vão conseguir perceber facilmente que o apartamento de Lisboa, dos séc XVIII, XIX, apresentam algumas limitações ao modelo de procura actual...
No centro de Göteborg existem muitos prédios totalmente recuperados...sem ajuda de subsídio algum.
ResponderEliminarE não tenho ideia de promotores deste sector, com dificuldades financeiras por tal.
Se é viável noutras economias de mercado, também o poderia ser em Portugal?
Poderia ser viável em POrtugal se o mercado de arrendamento fosse mais activo.
ResponderEliminarE o mercado de arrendamento não é activo porque 40 anos de congelamento de rendas, 20 anos de cumplicidade entre governantes e construtores cívis, 20 anos de crédito bonificado e 20 anos de desordenamento do território para tal contribuíram.
Quem mora no centro de Amesterdão, Gotenburg e outras tantas cidades da Europa está em casas arrendadas, com rendas competitivas mas razoáveis e com um enquadramento legal que permite aos proprietários despejarem ao fim de 2 ou 3 meses de incumprimento do inquilino.
É preciso reabilitar sim senhor, mas é preciso também gente para morar nessas casas e onde é que se vai buscar gente para habitar os imóveis de Lisboa, à Amadora?, a Stº. António dos Cavaleiros?, ao Cacém?
Já repararam que o NRAU já leva 6 anos e não teve qualquer impacto!
Julio Amorim disse...
ResponderEliminarNo centro de Göteborg existem muitos prédios totalmente recuperados...sem ajuda de subsídio algum.
E não tenho ideia de promotores deste sector, com dificuldades financeiras por tal.
Se é viável noutras economias de mercado, também o poderia ser em Portugal?
5:44 PM
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Acontece é que os rendimentos da maioria dos portugueses não dão para viver nos centros, porque os centros são considerados finos, chiques e luxuosos e têm que ser caros.
Aliás, conforme foi dito noutro post, no centro duma cidade não se deve reabilitar sem-abrigos. Claro que um sem abrigo é o extremo da classe baixa, mas a maioria dos portugueses da classe média não são chiques, nem finos nem luxuosos. Aliás, em Portugal ser da classe média é viver em risco de pobreza.
Anónimo disse...
ResponderEliminarLá vêm os fascinados pelo Norte da Europa do costume...
Se vivêssemos num país onde o ordenado mínimo é acima dos €1500 tudo era mais fácil.
De resto, entrem num apartamento reabilitado na cidade de Amesterdão, e entrem num apartamento por reabilitar na cidade de Lisboa. Julgo que vão conseguir perceber facilmente que o apartamento de Lisboa, dos séc XVIII, XIX, apresentam algumas limitações ao modelo de procura actual...
3:11 PM
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Felizmente aqui tambem aparece gente com pes e cabeça. Aqui está o comentario mais acertado.
Caro Júlio Amorim:
ResponderEliminarAcredito em sí quando diz que "no centro de Göteborg existem muitos prédios totalmente recuperados...sem ajuda de subsídio algum"
O que não acredito, é que o enquadramento legal desse outra alternativa aos promotores que não a recuperação... é que a Ética do Capital é coisa rara, mesmo no Norte da Europa.
cumps.
f.
GRANDE VISÃO!! Excelente artigo!!!!!!!!!
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