In Jornal de Notícias (27/4/2011)
«Um centro de acolhimento para pessoas necessitadas, espaços de lazer e até um "mini" lar para animais abandonados são algumas das 74 propostas apresentadas por alunos de Marvila no âmbito do orçamento participativo escolar da Câmara de Lisboa.
Este ano, e pela primeira vez, a autarquia reservou 1% dos cinco milhões de euros afectos ao orçamento participativo, ou seja, 50 mil euros, para que os alunos do oitavo ano da Escola 2/3 de Marvila pudessem propor, debater e escolher projectos a concretizar na cidade.
Para a vereadora da Modernização Administrativa da Câmara de Lisboa, Graça Fonseca, "as propostas têm sido muito criativas no sentido em que não têm tido uma perspectiva apenas de jovem. Há muitas propostas da solidariedade social, nota-se que têm estado a trabalhar na perspectiva do bairro, não só da escola, e da cidade".
As sugestões foram apresentadas depois de várias sessões semanais com uma equipa do orçamento participativo da autarquia, que tem orientado as turmas para que "não faltem elementos importantes na proposta" e explicado "quais as áreas de competências de uma autarquia" e as "diferenças entre o trabalho da câmara e do Governo".
"O facto de haver uma multiplicidade tão abrangente de áreas, o facto de não serem apenas os campos multi-desportos, que é normal que eles queiram, mas de haver também propostas para criação de espaços verdes, utilização do espaço público, interacções entre os jovens e os seniores, significa que estão motivados a participarem em prol do colectivo da cidade e não do interesse do individual", sublinhou a vereadora.
Graça Fonseca espera que "quando estes alunos forem jovens adultos levem com eles a experiência de ser importante participar activamente na vida da cidade".
Até ao final de Abril, os técnicos da Câmara de Lisboa vão analisar as sugestões dos alunos e "agregar as repetidas".
O pacote final das propostas que cumprirem todas as regras de participação será apresentado aos estudantes para que cada um perceba, também, porque é que algumas não chegaram a esta fase.
Na última fase de discussão das propostas, os alunos vão receber uma chave de acesso a uma área reservada ao orçamento participativo escolar no portal de participação do município, "onde durante três semanas, em maio, poderão debater os vários projectos, elogiar e criticar as soluções, apelar ao voto e, finalmente, votar".
Os resultados das votações vão ser conhecidos no dia 1 de Junho, numa cerimónia com o presidente da câmara, António Costa, e todo o executivo.
O projecto será depois avaliado de modo a ser "identificada a melhor forma de expandi-lo a outras escolas de Lisboa já no próximo ano lectivo".»
Este fenómeno do orçamento participativo é das actividades mais tristes e degradantes da natureza humana. É ver quem chora mais, que pedincha melhor para que o soberano e senhor da CML se digne a conceder do alto da sua misericórdia uns trocos. Havia também um programa assim no BIG Show SIC. Vinham umas meninas contar tristes histórias de vida, e quem fizesse chorar mais a plateia levava uma boneca para casa. Remnisciências terceiro-mundistas de um passado medieval.
ResponderEliminarÉ curiosa a forma como vê este assunto. Pergunto-me se não falará mais de si como pessoa do que do mecanismo do Orçamento Participativo.
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