04/12/2011

Um plano para unir os bairros

Em busca da vitalidade social, económica, urbana e valorização da paisagem
Num cenário de incertezas, a começar pelo adiamento da construção da Terceira Travessia do Tejo - a ponte Chelas-Barreiro - e o compasso de espera para o início da edificação do novo hospital em Lisboa, peça central do Parque Hospitalar Oriental, nos terrenos da Bela Vista, em Chelas, o Governo determinou a manutenção das instalações do Instituto Português de Oncologia na sua localização actual, na Praça de Espanha.
Assumida esta decisão, uma outra foi a Câmara de Lisboa obrigada a estabelecer: reformar os termos de referência para o plano de pormenor, que datavam de 2008, ficando agora definidos novos limites de intervenção substancialmente maior - da Avenida Marechal Gomes da Costa até à linha do caminho-de-ferro - área que se expande por 390 hectares. O plano assume, como objectivos principais, a implantação do Hospital Oriental, que não se poderá chamar de Todos-os-Santos, por determinação judicial, após uma acção desencadeada por uma clínica médica privada que fez valer os direitos registados daquela designação. Mas o que poderá fazer mudar a face ao território de Chelas, na freguesia de Marvila, é a anunciada configuração dos espaços qualificados que fomentem a vitalidade social, económica e urbana de uma área tão deprimida, "para atenuar o efeito de bairros-ilha, para os unir", assumiram os arquitectos dos serviços de urbanismo da Câmara de Lisboa, destacando que este plano deverá aproveitar para colmatar o que faltou ao plano de 1964.
O plano será elaborado por um privado, a sociedade imobiliária Solreis, que para tal manifestou interesse e por ser detentora de direitos de edificação na área de intervenção daquele plano, após permuta de terrenos com o município. Será uma grande praça central de Chelas a peça-chave para aquela união de bairros, sustenta a câmara, articulando os acessos ao corredor da Terceira Travessia do Tejo com a estrutura viária ali existente e de transportes públicos.
A valorização paisagística pretende assegurar um contínuo verde desde a Bela Vista até Monsanto, através de densa florestação do parque do Vale de Chelas, capaz de mitigar o efeito da ancoragem da ponte em Chelas. C.F.

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