Por Ana Henriques in Público
Vandalização da vistosa construção é um risco, reconhece presidente da junta de freguesia. Pavilhão é hoje inaugurado pela princesa da Tailândia
No dia de os miúdos se mascararem de reis e rainhas, Belém recebe uma princesa em carne e osso para inaugurar um pavilhão que mais parece saído de um conto de fadas.
"Não tem um único prego ou parafuso. Foi montado todo com encaixes na madeira", explica José Mello Gouveia, embaixador português na Tailândia nos anos 80 e uma das pessoas que mais se empenharam para que Portugal recebesse o pavilhão, fabricado por métodos tradicionais que não incluem o uso de metais. Separada em peças, a estrutura chegou por mar a Lisboa em Novembro, tendo sido então montada em Belém. Desde aí tem estado nos jardins, mas com uma vedação ontem retirada.
Mello Gouveia recorda a "luta titânica" que travou durante quatro anos com diferentes entidades para conseguir que o pavilhão fosse montado em solo português. Primeiro pensou-se no Jardim Botânico Tropical, mas ficava muito escondido; depois pensou-se na beira-Tejo, defronte da Cordoaria, mas a Rede Ferroviária Nacional opôs-se; por fim, explica o antigo diplomata, foi preciso convencer o Instituto do Património Arquitectónico a autorizá-lo nos jardins de Belém.
"Se não arranjarem um esquema de segurança qualquer, aquilo mais cedo ou mais tarde é vandalizado", observa o presidente da Junta de Freguesia de Belém, Fernando Ribeiro Rosa, satisfeito por o pavilhão representar "uma mais-valia para o jardim". Essa é também a opinião de alguns habitantes da zona. "É bonito", diz Fernando Cruz, funcionário público reformado, enquanto observa o interior vermelho e dourado da construção. "Mas, se não tomam providências, vandalizam-no todo. E aqui, apesar da proximidade da esquadra de Belém, nem sempre há policiamento à noite". O gradeamento pintado "ainda há-de servir de baliza para jogarem à bola", vaticina.
O porta-voz do vereador dos Espaços Verdes, João Camolas, diz desconhecer qualquer esquema especial de segurança para proteger o pavilhão - que mede mais de cinco metros de altura e foi concebido pelo arquitecto Athit Limmun, com um telhado em forma de escamas de peixe e pináculos dourados a simbolizar anjos. No âmbito das comemorações, tem lugar amanhã no Museu do Oriente um espectáculo de dança tailandesa com entrada gratuita.
O comentários sobre a futura integridade da estrutura parecem-me, infelizmente, acertados.
ResponderEliminarEstá-me a parecer que isto são "pérolas para porcos"...