Reza o seguinte anúncio* no site do Expresso Imobiliário:
Área bruta: 5043 m2
Área terreno: 506 m2
Preço: 5.000.000 €
Referência: PF1170
Zona/Local: Av. da República
Descrição do Imóvel
Edifício para remodelar e ampliar. Classificado como imóvel de interesse publico. Inserido num lote urbano com 506.00m² de área. Com projecto aprovado. A remodelação e ampliação do edifício consistirá na manutenção das fachadas e demolição total do interior existente, valorizando deste modo a importância histórica e arquitectónica deste exemplar da Arquitectura Eclética, que no início do Sec. XX marcou o desenvolvimento das Avenidas Novas. Composto por uma área de Construção acima do solo de 3.019,00 m² correspndente a 7 pisos, e abaixo do solo de 2.024,00 m² ,correspondente a 4 pisos. Com um total de 27 fracções - 14 T2; 12 T1, 1 loja, e 30 lugares de estacionamento.
Informação incorrecta? Diga-nos qual.
Realmente só com um curto-circuito grave na tola é que se consegue escrever tontarias deste calibre.
ResponderEliminarA pouco mais de 9 meses do fim do ano...a anedota de 2012 está praticamente eleita.
Infelizmente para muito gente, sejam promotores, sejam compradores, fachadismo também é sinónimo de reabilitação...
ResponderEliminarTema dificil. Será sempre a questão da oferta e da procura. Quem quer oferecer não pretende investir se não puder ir de encontro à procura. Do lado da procura temos a exigência de certos confortos modernos que não se compadecem com a manutenção de estruturas antigas. Por exemplo, nas Avenidas novas existem muitos edificios com cerca de 80 a 100 anos, com apartamentos com 5, 6 ou mais assoalhadas, e só com uma casa de banho. A maioria tem procura e não demora muito tempo a ser colocada no mercado, mas para isso têm de ser, ou antes ou depois, "actualizados" para fazer face às tais exigências. Não vejo forma de manter muito mais do que fachada e alguns pormenores interiores, no actual estado do mercado imobiliário e da economia das familias em Portugal. Tentar o contrário é sempre protelar até que o edificio caia. Tem sido uma constante. Por enquanto utópico exigir mais, por muito que desejassemos a manutenção integral do edificado. Esta é apenas uma visão realista.
ResponderEliminarOs confortos não se padecem com a manutenção de estruturas antigas?
ResponderEliminarJá leu o post mais acima sobre a intervenção do Arq. José Adrião num edifício da Baixa? Quer mesmo dizer que não há mercado para este tipo de reabilitação ou que a mesma não oferece os confortos necessários?
E a "crise" ou o estado actual da economia nada tem a ver com a maneira como vamos destruindo o nosso património arquitectónico.. ..é que já andamos neste desbarato CONTINUAMENTE há mais de 40 anos (ex: Avenidas Novas)!
Caro Júlio Amorim,
ResponderEliminarÉ exactamente o que disse. Já "andamos" neste desbarato há mais de 40 anos. E o resultado ? Apenas sou realista. Olhe para a Baixa. Qual a consequência de, e muito bem, querer manter tudo como está ? Não podemos ser utópicos ao ponto de querer impor a quem vai comprar casa, aquilo que achamos que deve ser a casa.
Caro Júlio Amorim:
ResponderEliminarA Baixa-house que fala, não foi uma remodelação para venda mas sim aluguer de longa duração, isto é, residentes estrangeiros, com outra cultura patrimonial. Aquilo que diz o Carlos Leite de Sousa, e com razão, é que os PORTUGUESES com dinehrio para COMPRAR nas avenidas novas, na sua maioria, só o farão com a tal "actualização" e estacionamento para várias viaturas.
Só não querendo, é que é possivel não ver esta evidência, de que os nossos "ricos" são ignorantes e que paradoxalmente a pouca recuperação que faz em Lisboa é nos bairros populares, precisamente nos edificios menos notáveis arquitectónicamente e com menos qualidade e robustez construtiva.
cumps.
f.
24h e ainda não surgiu aqui o meu comentário de ontem, será censura ou preguiça?
ResponderEliminarcumps.
f.