In Sol Online (26.12.2013)
Por Rita Porto
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Muito sinceramente, e sem desprimor para com os actuais inquilinos, acho que o Palácio Pombal merecia outra coisa, por exemplo, o Museu Nacional da Música.
Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
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Muito sinceramente, e sem desprimor para com os actuais inquilinos, acho que o Palácio Pombal merecia outra coisa, por exemplo, o Museu Nacional da Música.
Aqui ainda existem vitrais. Varandas/marquises dos prédios "arte-urbana" da FPM. 29/12/2013 |
Outro colosso de vidro. Prédio da antiga sede do antigo banco Pinto e Sottomayor. Hoje é uma central de conservatórias. Qual será a eficiência energética deste disparate? 29/12/2013 |
Aqui existiu um verdadeiro jardim botânico tão ao gosto de finais do séc. XIX,. É hoje uma furna a que se deu o nome de hotel. Antigos jardins do palacete Sottomayor. 29/12/2013 |
Salvou-se o essencial. Este não foi demolido e continua a pontificar numa das piores avenidas de Lisboa.Palacete Sottomayor, ou melhor, palacete Barclays. 29/12/2013 |
Topo nascente da avenida FPM, 29/12/2013. À direita vê-se o reflexo do medonho Monumental, primeiro e insubstituível cartão de visita da Avenida Fontes |
Imagem do que se tornou moda em Lisboa, amarras de ferro que mordem as ruínas, sustentando a caricatura de uma capital. 29/12/2013 |
Apesar do abandono, a harmonia ainda se reconhece. 29/12/2013 |
Pormenor dos azulejos notáveis da fachada. 29/12/2013 |
Outro aspecto do mesmo parque. 29/12/2013 |
Aqui viveu-se, deram-se festas, receberam-se pessoas. Hoje é o retrato puro e duro de uma capital em falência absoluta. 29/12/2013 |
Pormenor do antigo estuque. 29/12/2013 |
Uma empolgante imagem das traseiras de vários prédios sitos na avenida Fontes ou nas suas perpendiculares. O mais alto é o mono do Monumental. 29/12/2013 |
Numa cidade escaldante no Verão, vidros espelhados são um contrasenso. Em Lisboa são uma legião. Avenida Fontes, 29/12/2013 |
Exmo . Senhor Director do Museu Nacional de Arte Contemporânea
Dr. Paulo Henriques,
Exmo. Senhor Bastonário da Ordem dos Arquitectos
Arq. João Rodeia,
Exmo. Senhor Director da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa
Prof. Luís Jorge Gonçalves
C.c. DGPC, AML, Vereadores do Urbanismo e Cultura, Casa Museu Anastácio Gonçalves, Media
Como é do conhecimento de V. Exas., daqui por um mês, mais exactamente no dia 24 de Dezembro, comemorar-se-ão os 135 anos do nascimento de Manuel de Norte Júnior (1878-1962), um dos arquitectos mais notáveis e eclécticos da nossa história, e um dos que mais projectos concebeu para a cidade de Lisboa, muitos dos quais, infelizmente, relativos a edifícios que foram desaparecendo do nosso quotidiano por razões que a razão desconhece.
Nesse âmbito, sugerirmos ao V. Exas, que, à semelhança das recentes comemorações do Centenário de Ressano Garcia, em boa hora comissariadas pela CML, mais concretamente pelo Pelouro da Cultura, e desenvolvidas ao longo de todo o ano de 2011, a CML, em conjunto com a Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, o Museu Nacional de Arte Contemporânea e a Ordem dos Arquitectos, desenvolva durante o ano de 2014 um programa semelhante ao atrás referido, desta vez em prol da vida e obra do Arq. Norte Júnior, e que do mesmo façam parte:
1.1. A organização de exposições acerca da vida e obra de Norte Júnior (recorrendo a documentos originais, escritos e gráficos, fotografias de época, etc.).
1.2. A elaboração de um ‘Roteiro Norte Júnior’, recorrendo à colaboração dos diferentes proprietários, públicos e privados, com vista à elaboração desse mapa e também à abertura dos edifícios visitáveis, e à feitura de fichas patrimoniais dos respectivos edifícios para fins arquivistas e de divulgação nos ‘sites’ da CML/Arquivo Municipal.
A título de sugestão, indicamos a seguinte lista de edifícios e/ou fachadas ainda existentes a visitar:
Casa-Museu Anastácio Gonçalves (Casa Malhoa), Prémio Valmor (1905)
· Royal-Cine (fachada), Rua da Graça, 1909.
· Edifício da Voz do Operário, Graça, 1912-1914, MIP.
· Bairro Estrela d’Ouro, Graça, 1907.
· Café Nicola, Rossio, 1929.
· Crédito Predial Português/Banco Santander Totta (fachada e átrio), Rua Augusta, 1919.
· Rua Júlio de Andrade, nº 5, 1936.
· Avenida da Liberdade/Centro Palladium, nºs 1-7, 1929.
· Avenida da Liberdade, nºs 180, (1927).
· Avenida da Liberdade, nºs 206-208, Prémio Valmor (1915).
· Teatro Variedades, Parque Mayer, 1924.
· Avenida Fontes Pereira de Melo, nº 28, Prémio Valmor (1914), IIP.
· Rua Rodrigues Sampaio, nºs 27-35.
· Rua Rodrigues Sampaio, nº 146.
· Rua Rodrigues Sampaio, nº 158.
· Av. António Augusto de Aguiar, nº 100 (1932).
· Av. António Augusto de Aguiar, nº 173 (1933).
· Rua Fialho de Almeida, nº 10.
· Villa Sousa (fachada), Alamedas das Linhas de Torres, nº 22, Prémio Valmor (1912).
· Praça Duque de Saldanha, nº 12, Menção Honrosa Prémio Valmor (1912), IIP.
· Avenida Defensores de Chaves (Clube Naval), nº 26, 1917.
· Avenida Barbosa du Bocage, nº 18.
· Avenida Duque d’Ávila, nºs 28-30, 1920.
· Avenida da República, nºs 71-73, 1933.
· Avenida da República, nº 55, 1929.
· Avenida de Berna, nº 1, 1908, IIP.
· Avenida de Berna, nºs 4 e 6, 1934.
· Praça do Campo Pequeno, nº 1, 1932.
· Praça David Leandro da Silva, nº 4-5-6, Edifício Abel Pereira da Fonseca, (1917), IIM.
· Rua Braamcamp, nº 40 (fachada), (1921).
· Avenida 24 de Julho, nº 70 (Antigo Instituto do Trigo e Cereais), (1931).
· Rua Francisco Lázaro (Garagem do Palácio Pombeiro/Embaixada de Itália).
· Rua Duque de Palmela, nº 27, 1947.
· Rua Pinheiro Chagas, nº 46, 1954.
1.3. A organização de visitas guiadas por especialistas (intra e extra-CML) ao edifícios objecto de listagem, com especial destaque, naturalmente, para os Prémios Valmor e/ou os edifícios classificados de Interesse Público e/ou Municipal.
1.4. A elaboração de uma 'carta de risco' e, a partir daí, a definição e implementação de um conjunto de medidas de aplicação prática e imediata de salvaguarda e recuperação do edificado ainda existente, com projecto do Arq. Norte Júnior, intimando de imediato os proprietários quer dos edifícios classificados de Interesse Público e/ou Municipal (ex. Armazéns Abel Pereira da Fonseca (Beato), Moradia na Praça Duque de Saldanha, nº 12) quer daqueles que não o são (ex. nºs 28 e 30 da Av. Duque d´Ávila, nºs 55 e 71/73 da Avenida da República, António Augusto de Aguiar, nº 173 ), para que procedam às obras necessárias de conservação e restauro, mediante a observância do caderno de encargos estipulado pela CML.
1.5. A abertura de processos de classificação de Interesse Municipal a um conjunto de edifícios ainda estão por classificar, e que possuem valor para tal (ex. Av. Duque d’Ávila, nºs 28, Av. Duque d’Ávila, nº 30, Av. República, nº 71/73)
1.6. A disponibilização de links na página do Arquivo Municipal para consulta online dos edifícios existentes em Lisboa com a assinatura de Norte Júnior.
1.7. A edição de um catálogo sobre a vida e obra de Norte Júnior para venda ao público (+ edição de colecionador/luxo), revertendo as suas receitas para o fundo de reabilitação urbana da CML.
1.8. Organização de sessões-debate na Casa-Museu Anastácio Gonçalves (Casa Malhoa) sobre a vida e obra do Arq. Norte Júnior.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Fernando Jorge, Bernardo Ferreira de Carvalho, António Araújo, João Leitão, Pedro Sanchez, Júlio Amorim, Miguel Sepúlveda Velloso, Carlos Matos, Cátia Mourão, Virgílio Marques, Luís Marques da Silva, António Branco Almeida
Alias, Plano de Acessibilidade para que te quero...