31/08/2014

Passeios de Lisboa: R. Heliodoro Salgado


Será este estacionamento em espinha, parcialmente em cima do passeio, legal? Foi isso que perguntámos à CML. Aguardamos resposta. Mas em Lisboa uma anomalia destas é bem possível que seja legal pois há vários casos destes na capital (Campo de Ourique, Alvalade, etc.)

29/08/2014

Série Chafarizes de Lisboa - 2 - Chafariz da Rua do Arco de S.Mamede







Chafariz tardo-barroco. Monumento Nacional, Propriedade Municipal. Fazia parte da rede secundária de chafarizes que se usavam quando era necessário reparar ou limpar determinados troços do Aqueduto. Honorato Macedo e Sá foi o arquitecto. Está adossado directamente ao aqueduto o que lhe confere uma certa originalidade no conjunto dos chafarizes monumentais de Lisboa, bem como a existência de dois tanques no mesmo plano.  O estado em que se encontra é o documentado pelas fotografias. Serve para tudo, depósito de lixo, morgue de pombos, casa de banho, tela para grafitadas. Serve para tudo menos para a sua função original, fornecer águas-livres a Lisboa. Na cidade dos óscares do turismo!!!! num dos seus percursos mais emblemáticos é este o aspecto de uma das peças mais interessantes do património desta zona. Haja óscares para o desleixo e Lisboa ganharia em toda a linha.

É pá, esse azul e esse letreiro é que não dão com nada, geee:-(


Está de regresso, e há que dar os parabéns a quem de direito por isso (e já demos), mas tinha que haver borrada! Não sabiam deixar em branco e amarelo e colocar um letreiro réplica Arte Nova, desenhado por detrás de um vidro? Só há borrada para onde nos viremos, mas é. Até quando?

Ainda sobre os brasões assinalados...


«O Jardim foi construído para a Exposição do Mundo Português em 1940, com projecto de Cottineli Telmo, tendo ficado os trabalhos de jardinagem a cargo de Gomes Amorim. O jardim tem sofrido várias alterações e benefícios ao longo dos anos, como é o caso dos 30 brasões das “cidades e províncias de Portugal Continental, Insular e Ultramarino”, da Cruz de Cristo e da Cruz de Avis, realizados em mosaico-cultura nos canteiros envolventes à fonte luminosa. Surgiram depois da exposição de 1940, sem projecto, dependendo apenas da imaginação e habilidade de alguns dos jardineiros da época. As diferentes cores são obtidas pelo talhe conjunto de várias plantas, actualmente buxo, iresine e santolina.»

28/08/2014

Salgar o Chão...

Não é segredo para ninguém que o português, mas mais especificamente o Lisboeta (porque é destes que tratamos aqui no Cidadania LX) não tem muita sensibilidade para o património que é, muitas vezes, um mero alibi para nos fazermos de civilizados, mas que uma apreciação mais atenta desfaz qualquer ilusão.
Os políticos, de que nos queixamos tanto, são um mero reflexo do que somos como sociedade. Assim, o que esta cidade precisa é de um político que não veja a CML como um trampolim para patamares mais elevados da política, ou como um garante de certos interesses, mas um idealista que concretize objetivos, mesmo afrontando os interesses acomodados de cidadãos, como o que não aconteceu com as obras na Rua Alves Redol ao IST, onde os moradores impediram o alargamento dos passeios para não se eliminarem lugares de estacionamento à superfície, e preferiram a manutenção dos passeios exíguos e cheios de bloqueios! Foram-lhes oferecidos lugares no estacionamento subterrâneo que havia sido construido na rua!
Desta feita, somente uma Câmara Municipal gerida por pessoas assim poderia ter travado o processo de destruição do património arquitetónico da cidade e a salvaguarda integral do n.º 55 da Avenida da República, por exemplo, estaria sequer em discussão.
Sr. Vereador/Arquiteto Salgado, e este? Vale a pena preservar ou não?

De autoria do grande Arq. Norte Junior, está/esteve à venda juntamente com os vizinhos arruinados. Pensou-se em hotel mas tal já foi descartado. Foi?

Mas como é que se deita no lixo uma coisa destas! É chocante como os proprietários, técnicos da CML e demais intervenientes não pensam que estes interiores e outros devam ser mantidos, Mas será que seremos os únicos a perceber isto, e mais uns quantos milhões mas que, infelizmente, são todos estrangeiros e a gozar das suas cidades maravilhosas... com edifícios como este.


Este edifício tem interiores do mais interessante. Quando se despe um interior destes e se cobre tudo com gesso cartonado com focos, e outras modernices, está a substituir-se o genuíno pelo sucedâneo. Então porque se paga tanto pela imitação, quando o original estava acessível. Que sociedade esta em que nos transformámos!

Enquanto isto o vizinho do lado está assim. Incêndios sucessivos deixaram a fachada e pouco mais. Querem convencer-me que foi tudo um acaso? Podem tentar...
Por mais prémios que Lisboa ganhe como destino turístico, não podem esconder este fenómeno de que todos são testemunhas e muitos são culpados, de destruição da nossa memória. E isto porque na nossa sociedade, património é incompatível com as ambições grosseiras de quem é proprietário destes imóveis.


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26/08/2014

25/08/2014

Lisboa, Capital do Azulejo: Rua Palmira 14


































Um exemplo de furto de azulejos de fachada na Rua Palmira 14, Bairro Andrade, na Freguesia de Arroios.

Neste arruamento, e outros adjacentes, observamos há vários anos o furto continuado de azulejos.
 
Se há apenas 2/3 anos havia pequenas e médias lacunas, hoje há fachadas com mais de 90% de azulejos perdidos ao nível do piso térreo e, por vezes, como o exemplo em apreço, com furto de 100%.
 
É muito preocupante constatar que não estamos a conseguir dar resposta significativa a este problema. O projecto da CML - PISAL - já tem conhecimento deste e de muitos outros casos mas até hoje não parece dar sinais de vida.

21/08/2014

Ai, ai, a esplanada do Parque Eduardo VII ...


«No inicio dos anos 60 a esplanada do Parque Eduardo VII cobria 3/4 do lago e à noite dificilmente se arranjava mesa. E assim se manteve durante mais de uma década. Era uma das raras esplanadas de Lisboa, extraordinariamente agradável e um dos meus locais preferidos.» (In Grupo Freg. Avenidas Novas do Facebook, por Fernanda Carvajal)
...

Aos cisnes brancos já os devem ter comido, que é só patudo, agora. Ao negro, deixei de o ver, tb. Os roseirais são o que a foto retrata e lá para baixo a cena ainda é pior. O resto é matagal e relvado/ervado, buracos a afins. A estátua há muito que não jorra água. Devia ser retirada a concessão a quem explora o café/restaurante/esplanada. Não honra nem o Parque Eduardo VII, nem Lisboa, nem quem lá vai com olhos de ver, muito menos o legado de Keil do Amaral.

20/08/2014

A MORTE ANUNCIADA DE UM CHOUPO CUJO ÚNICO “CRIME” FOI TER CRESCIDO DEMASIADO


Estava anunciado para 18 de Agosto o abate de 20 árvores, entre as quais o choupo que as fotografias documentam.

Realmente a pequenez do nosso país não comporta a grandeza e majestade do exemplar a abater.

A propósito, e para reflexão, gostaria de deixar aqui expresso o poema de Luís Filipe Maçarico,

REQUIEM POR UM CHOUPO

Era uma cidade com aromas de viagem,
aquela onde um dia fui criança.
Esta noite estrangularam outra árvore habituada
a ver-me passar,
e ninguém se importou com o assunto.

E eu que varri muitas folhas derramadas
dessa farta cabeleira num Outono já distante
estremeci
com o ruído seco do velho choupo ao morrer.

Aconselharam-me a ficar calado: “Não há tempo
para escutar canções de melros entre ramagens”.

Mas sou teimoso ! Ridículo é aceitar
que o alcatrão vença
e os anestesiados se dirijam
cada vez mais velozes
para a sua verdade infeliz !

Então peguei no meu caderno de emoções
e escrevi com uma lágrima de raiva :
quando a cidade não ama as suas árvores, que medalha
deverá um Poeta pôr ao peito

dos que a governam ? Luís Filipe Maçarico
“A Essência” (1993)

Que pena haver tão poucos poetas em Portugal ....... !

Choupo no Logradouro nas traseiras da Avenida de Madrid, Freguesia do Areeiro, condenado à morte com mais 19 companheiros de infortúnio, a quase totalidade sem razão aparente. Oxalá possam os moradores do local, em tempo, alterar uma decisão precipitada.


Pinto Soares

18/08/2014

OPERAÇÃO DE LOTEAMENTO EM CONSULTA PÚBLICA


In Site CML:

«Decorre de 5 a 26 de agosto de 2014, um período de consulta pública da operação de loteamento para o lote sito entre o arruamento paralelo à Avenida Lusíada, a Rua João de Freitas Branco e as Ruas A e D do LIM do Alto dos Moinhos, freguesia de São Domingos de Benfica, durante o qual os interessados poderão apresentar as suas reclamações, observações ou sugestões.

Aviso nº 84/2014

Mais informação»

Petição "Em defesa do projecto cultural dos Artistas Unidos", assine e divulgue, S.F.F.


«Exmo. Sr. Reitor da Universidade de Lisboa
Professor Doutor António Cruz Serra,

Foi com muita apreensão que soubemos que a Universidade de Lisboa dá por terminado o contrato que permitiu a actividade dos Artistas Unidos no Teatro da Politécnica, pondo fim a um percurso de três anos em que a companhia transformou um espaço abandonado numa das referências culturais da cidade. Essa revelação é particularmente inesperada por recordarmos que as longas negociações para a cedência deste espaço pela Universidade de Lisboa foram então minuciosamente acompanhadas pelo Ministério da Cultura, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pela Câmara Municipal de Lisboa, que apostaram no Teatro da Politécnica para este fim específico, acreditando num projecto cujas expectativas nos parecem ter sido até excedidas pela companhia. [...] que se dê uma oportunidade a um compromisso de onde todos – universidade, companhia e cidadãos – podem sair vencedores; que se faça da renovação do contrato com os Artistas Unidos uma prioridade, para que se mantenha o Teatro da Politécnica como o imprescindível espaço de cultura que se tornou, onde criação, divulgação e formação coexistem, cumprindo uma luta que se espera ser também a de uma instituição universitária. Que não se desfaça por tão pouco o que tão exemplarmente se construiu».

Assine AQUI.

Então, agora que os AU tinham deixado de andar em bolandas e que aquele espaço estava a ser utilizado de forma condigna e, mais importante, tínhamos teatro de qualidade no centro nevrálgico de Lisboa, a UL decide correr com os AU? Nem dá para acreditar.

17/08/2014

PROTESTO!

Ainda não estou em mim com o que o PCP, ou alguém em seu nome, achou fazer com direito às entradas do metro da Alameda!
Como é que um partido político que tem, por génese, a defesa dos interesses de todos, e que se insurge contra as injustiças de um estado que atira para a destituição um número grande de pessoas, que sabe que os dinheiros públicos, porque escassos, devem ser canalizados para o mais relevante e urgente e poupado no supérfluo, que está aliado a um partido que se chama ecologista, faz isto?

Já havia feito um artigo, em Dezembro de 2013, onde denunciava o total desrespeito com que a Juventude Comunista trata o espaço público (aqui) mas parece que os séniores não se mostram mais sábios.
Esta é mais uma prova de que os políticos e os partidos, de todos os espectros, fazem uso abusivo das prerrogativas que lhes assistem; o bem público e a nação estão numa perspectiva afastada em relação aos interesses pessoais que estão em primeiro plano, sendo pouco mais do que alibis para a sua eleição.
Este paradigma de sociedade poderá mudar se a mentalidade do português mudar e, face a estes atropelos e abusos de confiança por parte de quem deveria estar acima de qualquer suspeita ou falta, mostrar veementemente a sua indignação.
Envie um email ao PCP (aqui) e pergunte-lhes quanto do seu orçamento eles alocaram para a limpeza destes grafitos ou se esperam que a empresa do metro pague essa limpeza, já agora aumentando o preço dos bilhetes aos utentes.
Não posso deixar ainda de referir que o BE não se mostra melhor neste aspecto, já que mantém um placard de dimensões pornográficas em pleno jardim, não se importando com o facto de ser um parque...
 
Este placard está aqui todo o ano. Uma vergonha como os partidos políticos desrespeitam aqueles a quem pedem votos!
Deixem vir as eleições e vão ver o circo de propaganda eleitoral.
Quem pode confiar nesta gente?

PS - Também no Bairro Azul as entradas foram pintadas da mesma maneira. Área classificada ou nem por isso?

Assim também se pode fazer....




Encontram-se bastantes em Estocolmo como este aqui na Fredrikshovsgatan em Östermalm. Janelas, portas, ornamentos, escadarias, pavimentos, ascensores e demais pormenores de origem. Sem garagem e com o metro quadrado mais caro da cidade....

16/08/2014

E as garagens vão de vento em popa

Palácio Praia-Monforte, ficamos sem saber se a dita maravilha pertence ao PS ou a um conhecido escritório de advogados da capital. De qualque maneira, é mais um rasgão na fachada de mais um emblemático palácio lisboeta. Nesta cidade o que é que está a salvo?

Estado da Phycus macrophylla no Princípe Real





Este é o estado actual da Phycus classificada existente no jardim do Princípe Real. Numa altura em que a polémica sobre a eventual construção de um parque de estacinamento subterrâneo se instalou, nada mais conveniente do que umas convenientes fitodoenças para começar a justificar o abate do arvoredo classificado. Uma vez este desaparecido, restarão só o Reservatório da Patriarcal e a vonatde de muitos lisboetas, como únicos obstáculos à concretização de mais um pesadelo em Lisboa.

14/08/2014

Série Chafarizes de Lisboa - 1 - Chafariz da Esperança Monumento Nacional

Chafariz da Esperança, Monumento Nacional: "imóvel ou conjunto com valor execpcional, cujas caracterísitcas deverão ser integralmente preservadas",  lê-se no site do SIPA 

Chafariz de grande efeito cenográfico. O adossamneto do edífico é posterior à sua cosntrução que é  barroca e pmbalina de pedra lioz com dois tanques, sendo o superior destinado ao consumo humano e o inferior ao dos animais, recolhendo os sobejos dos tanques de cima. Carlos Mardel e Miguel Ãngelo Blasco forma os arquitectos. Obra do séc. XVIII. Propriedade Municipal. fazia parte do ramal/aqueduto da Esperança. Hoje em dia é refúgio de pombos e de lixo.

Os contentores marcam a sua presença junto à escadaria que conduz ao patamar do chafariz. Obedecendo às regras de simetria barrocas, há outra escadaria do outro lado. Também ela ocupada por outros artefactos e engenhos.

Corpo central do Chafariz. O branco do lioz quase desapareceu sob um manto perene de líquenes e de sujidade. Já agora, não haverá outra forma de colocar a fonte de luz sem ser na cimalha?


Esta e a fotografia anterior retratam o actual estado dos tanques para onde nenhuma bica verte água. São usados como depósito de lixo e até como casa de banho. Os dejectos dos pombos amontoam-se em toda a superfície do monumento, sabendo que o lioz não é a pedra mais resistente à acidez, teremos a receita para o desastre.

O original é em branco. As rosáceas barrocas estão, lentamente a desfazer-se no meio do desleixo e da falta de limpeza.

Esta é a outrra escadaria. Ocupada que está pela entrada de um conhecido bar da capital. O toldo verde destrói todo o efeito de perspectiva, os pífios vasos só sublinham o descaramento de quem deixa as coisas chagar a este ponto.

Três das bicas em carranca que jorravam água para o tanque inferior. As bocas das bicas eram em bronze. Já quase nenhuma resta e estão secas há décadas. A vida de um cahafariz faz-se de água., Lisboa é uma cidade que pode ser escaldante no Verão. que bom seria se os chafarizes da capital regressassem à vida. Resta dizer que a última intervenção de conservação do MN foi em 1960, há 54 anos (dados SIPA). A propiredade é da CML, o chafariz é MN, o seu carácter é quase único no conjunto de chafarizes de Lisboa, a zona faz parte do centro histórico, poderia fazer parte de um percurso das Águas-Livres, não serão estas rzaões mais do que válidas para se proceder sem demoras à sua revitalização enquanto obra marcante da engenahria civil e arquitectura portuguesas do século XVIII?