A Polícia Municipal de Lisboa instaurou 295 autos, entre
Fevereiro de 2012 e Setembro de 2014, a quem circulava indevidamente na Zona de
Emissões Reduzidas.
Por
Inês Boaventura, Público de 29 Outubro 2014 | Imagem de Carla Rosado
A partir de Janeiro de 2015, os veículos anteriores a 2000 deixamd e poder circular na Baixa de Lisboa
Afinal só a partir de
Janeiro de 2015, e não de Novembro deste ano como chegou a estar previsto, é
que os veículos anteriores a 2000 vão deixar de poder circular na Avenida da
Liberdade e na Baixa de Lisboa. Esta restrição só será aplicada aos táxis a partir
de Julho de 2017.
Segundo a proposta que vai ser
discutida esta quarta-feira em reunião da Câmara de Lisboa, e que está assinada
pelo seu presidente, aquela que será a terceira fase da criação da Zona de
Emissões Reduzidas (ZER) entra em vigor a 15 de Janeiro do próximo ano.
A partir dessa data, os
pesados e ligeiros anteriores a 2000 não poderão transitar na zona delimitada
pela Rua Alexandre Herculano e pela Praça do Comércio (a chamada Zona 1 da
ZER), entre as 7h e as 21h dos dias úteis. O atravessamento dessa área através
da Rua das Pretas e da Praça da Alegria e da Rua da Conceição continuará a ser
possível, “como ligações entre colinas”.
Também a 15 de Janeiro do
próximo ano, os veículos construídos antes de 1996 deixarão de poder circular
na zona delimitada pela Avenida de Ceuta, Avenida das Forças Armadas e Avenida
dos Estados Unidos da América (a chamada Zona 2 da ZER), aos dias úteis, no
período horário já referido.
A lista de excepções a
estas novas restrições, que o director municipal de mobilidade e transportes daCâmara de Lisboa disse recentemente que esperava que pudessem entrar em vigorjá no próximo mês de Novembro, é longa, incluindo veículos de emergência e de pessoas com
mobilidade condicionada, históricos, pertencentes a residentes em Lisboa, a gás
natural, GPL e motociclos, de polícia, militares, de transporte de presos e
blindados de transporte de valores.
Também os táxis
continuarão a ter um tratamento diferenciado: a partir de Julho de 2015 os
veículos de transporte de passageiros anteriores a 1992 não poderão circular
tanto na Zona 1 como na Zona 2 e um ano depois os que tiverem sido construídos
até 1996 deixarão de poder transitar na Avenida de Liberdade e na Baixa.
Só em Julho de 2017 é que
os táxis passarão a estar sujeitos às mesmas restrições que vão ser impostas
aos veículos ligeiros e pesados já no próximo ano. Porquê? “Devido às
dificuldades que alguns profissionais do sector de transporte em táxi têm vindo
a manifestar relativamente à aquisição de veículos de matrícula mais recente”,
justifica o presidente da Câmara de Lisboa na proposta que vai ser discutida
esta quarta-feira. Quando a primeira fase da ZER foi concretizada, em Julho de
2011, aquilo que estava previsto era que os transportes públicos beneficiassem
de uma moratória de seis meses.
Na proposta que assina,
António Costa sublinha que as duas primeiras fases da ZER permitiram atingir
“resultados francamente positivos para o ambiente”, mas admite que os valores
alcançados nalguns indicadores “ainda excedem os limites máximos estabelecidos
pela União Europeia”.
Somando a essa realidade
o facto de o tráfego automóvel ser “a principal causa de degradação da
qualidade do ar na cidade”, o autarca entende que “continua a justificar-se a
implementação de novas etapas, (...), designadamente a terceira fase da ZER”.
Segundo Francisco
Ferreira, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa,
as restrições que vão ser introduzidas em 2015 permitirão que na Avenida da
Liberdade e na Baixa se evitem 30% das emissões anuais de partículas inaláveis
(PM10) e 22% das de dióxido de azoto (NO2). Já na Zona 2, a previsão do
investigador, que coordenou um estudo sobre o assunto para a Câmara de Lisboa,
é que as primeiras caiam 74% e as segundas 19%.
Polícia Municipal
instaurou 295 autos
A Polícia Municipal de
Lisboa instaurou, entre Fevereiro de 2012 e Setembro de 2014, 295 autos a
condutores que desrespeitaram as regras de circulação na Zona de Emissões
Reduzidas (ZER).
Segundo dados
transmitidos ao PÚBLICO pelo comandante desta força policial, foi em 2012 que
foram levantados mais autos, num total de 202, com especial incidência nos
meses de Julho (47), Agosto (38) e Maio (29). No ano seguinte esse número caiu
para 50, sendo que Setembro (11) e Agosto (oito) foram os meses com mais casos
registados. Entre Janeiro e Setembro de 2014 foram instaurados 43 autos, 17 dos
quais em Julho.
Questionado sobre os
locais em que foram detectadas as situações de infracção, o comandante da
Polícia Municipal elencou 16 locais, entre os quais Praça D. Pedro IV, Avenida
da Liberdade, Avenida Infante D. Henrique, Praça do Comércio e Cais do Sodré.
Em declarações
anteriores, André Gomes disse que cada coima por violação das regras de
circulação na ZER tem um valor de 24 euros e sublinhou que “é muito difícil
fazer a detecção de matrículas uma a uma” e que esse processo será muito
facilitado quando for introduzido um sistema electrónico de leitura de
matrículas.
Então e a porcaria dos tuktuks barulhentos e as intermináveis filas de ruidosos e irritantes (devido ao sistema sonoro) gocars, não estão sujeitos a leis nenhumas?
ResponderEliminarseria bem mais simples e eficaz controlar o estacionamento ilegal/selvagem nessa zona de Lisboa.
ResponderEliminarMais uma palermice de gente que não tem de trabalhar a sério na cidade.
ResponderEliminarNuma época em que as pessoas não têm dinheiro para nada, e onde as notícias sobre o crescimento das poupanças dos portugueses contam com a grande maioria das grandes empresas, falseando os verdadeiros números que demonstram um decréscimo das poupanças das famílias de classe média ou baixa, porventura achará o executivo da CML que as pessoas podem andar a trocar de carro para um carro novo?
Se ainda ao menos houvessem alternativas credíveis de transporte público, ainda se podia compreender minimamente. Mas a verdade é que os próprios transportes públicos têm sido alvo de cortes, ao ponto de quase nenhuma carreira da Carris funcionar a parir das 21h00.
E o metro só chega a 1/3 da cidade!
Qual a alternativa para quem quer ir a zonas da cidade onde existem estas restrições. E quem precisa apenas de passar por lá? E quem mora lá?! Ou pretendem-se criar zonas elitistas, onde vivem, passam ou moram apenas quem tem dinheiro para comprar carros novos?! Será que esta gente sabe o que faz?!